Marina Costin Fuser[1]
Leia a primeira parte do texto aqui.
Na primeira parte deste artigo, eu introduzo a história de Kate Ashby, a sobrevivente de um genocídio que se deu entre hutus e tutsis em Ruanda na série Britânica e Ruandesa ‘Black Earth Rising’. Abordo o assassinato de Eve Ashby, mãe adotiva de Kate desde seu resgate em 1994, que chegou ao Reino Unido sem nome, sem ancestralidade, e sem história. Eve é escalada para atuar como advogada no julgamento do general Simon Niamoya da RPF, um consagrado herói nacional de Ruanda, por atuar na linha de frente que freou o genocídio dos tutsis. A série se inaugura nos bastidores deste julgamento.
A série se organiza em torno de três arcos dramáticos em torno da busca pela apuração dos fatos e do reconhecimento histórico do genocídio de Ruanda: (1) A espinhosa relação entre Eve e Kate Ashby face ao julgamento de Niamoya, acusado de cometer crimes de guerra; (2) o processo investigativo de Kate e o julgamento de Alice Munazero, acusada de assassinar o Padre Patenaude; e (3) a apuração dos crimes de guerra atribuídos a Patrice Ganimana, que coloca uma pá de cal sobre a história de Kate e de Ruanda.
Parte II: As histórias que as imagens nos contam, Paris.
Para Didi-Huberman, as imagens são exigentes, pois elas se dão em lampejos, instantes de verdade, fugidios, fragmentados, parciais, portanto difíceis de interpretar, exigindo de nós, assim, “o esforço de uma arqueologia” (DIDI-HUBERMAN, 2020, p.75). O trabalho de arqueologia consiste em depurar, investigar, cavar os vestígios da verdade contidos na imagem. Mais tarde no livro, desenvolve:
As imagens, como é evidente, não dão tudo. Pior, sabemos que por vezes elas paralisam. Mas, após uma repetida exposição às imagens, o evento também se torna menos real. Mas é preciso contar ainda com este duplo-regime das imagens, com este fluxo e refluxo da verdade que nelas se manifesta: quando a superfície de desconhecimento é atingida por uma turbulência, uma lâmina de conhecimento, então atravessamos o momento difícil e fecundo de uma prova de verdade (DIDI-HUMBERMAN, 2020, p. 123).
Este duplo-regime das imagens fotográficas nos apresenta o seguinte dilema: enquanto se sabe que aquilo que ela capta são fragmentos do real, a interpretação desse real que a fotografia registra é incerto, impreciso, e exige muito mais de Kate Ashby do que apenas olhar para as fotografias que estão na casa do Sr. Barré, ou a fotografia que Alice Munazero a entrega no velório de sua mãe, abordados no primeiro texto. O segundo arco da série se dá, então, em torno do julgamento de Alice Munazero, onde fotografias apresentam evidências da história que desbanca o falso testemunho do general francês que a acusa de ter matado o Padre Patenaude. Depois, é claro, a verdade se apresenta como mais viva do que nunca, mas chegaremos lá…
Alice Munezero é presa por ter praticado crime de guerra. Segundo seus acusadores, ela encontrou o padre numa igreja na Diocese de Kibungo, em Ngoma, com 200 tutsis mortos, e antes de perguntar qualquer coisa, atirou e matou o Padre Pascal Patenaude. Ela é transferida de Londres para Paris e aguarda o julgamento. Munazero fala ao promotor: “Por muitos anos o seu país esteve do lado dos genocidas. E quando o genocídio acabou porque meu partido colocou um fim na matança, o seu país estava com muita vergonha e culpa, e resolveu manchar minha inocência.” O promotor responde, com a polidez de um francês de alta classe, que quem fez a acusação originalmente não foi ele, mas seu colega francês que se aposentou há 10 anos. Ele diz que, para que o caso seja arquivado, ela precisa provar sua inocência, ou provar a culpa de seus acusadores. Michael Ennis e Kate Ashby são aqueles que se empenham na tarefa de provar sua inocência ou a culpa de seus acusadores.
A primeira tarefa deste trabalho investigativo consiste em entrar em contato com o Sr. Barré para buscar esclarecimentos. Na mansão de Barré, Kate fixa o olhar numa fotografia com três militares em Ruanda. Uma moça se aproxima e aponta para seu irmão na foto. Kate pergunta se ele está no exército, e ela responde que “esteve”, como quem diz “ele não está mais entre nós”. Depois complementa que o motivo de não haver fotos dela é pelo fato de ela não estar morta, já que o sr. Barré só dá valor àquilo que ele perdeu.
Este diálogo é muito significativo para a trama, pois explica a motivação da falsa acusação do milionário, que pretende vingar a morte do filho. Entra o Sr. Barré. A caracterização do personagem se dá pelos objetos que ornam sua sala. Ele é um colecionador, fascinado por orientalismos, um antigo desbravador colonialista que coleciona relíquias étnicas, mas que, em sua atitude, demonstra o ápice da condescendência e arrogância para com os povos que as produziram. Kate o mostra a foto que ela ganhou de Alice Munazero, onde ele está ao lado de Patrice Ganimana há 27 anos atrás. Ela diz:
– Um cúmplice do genocídio
– Mas na época era um oficial servindo legitimamente no Exército do governo.
– Que depois apoiou o regime genocida” – ele a corta. Então ela aponta para outra pessoa na mesma fotografia:
– Tat Picot.
– Quando eu trabalhava para o Eliseu, eu tinha um agente de segurança pessoal.
– Você tem noção de que ele tem tido contato com as duas testemunhas-chave contra Alice Munazero?
– Afinal foi seu trabalho extraí-los de Ruanda para protegê-los de todos que não queriam… que não querem que eles falem.
O diálogo continua, mas é nas fotografias antigas que Kate reconhece algozes do passado e do presente, e sua relação com o julgamento. Patrice Ganimana é um notório genocida de etnia hutu, uma pessoa que, até então, nunca teria sido julgado pelos crimes que cometera. Ao vê-lo ao lado do acusador de Munazera, ela levanta suspeitas sobre a qualidade e a duração deste vínculo. Da mesma forma, o terceiro elemento da foto, Tat Picot, o homem que a atacara na piscina de seu hotel em Paris, torna-o ainda mais suspeito. O passado parece sempre voltar, não enquanto passado, mas sim enquanto presente, como um fio de continuidade de uma cumplicidade entre este senhor francês e os genocidas, que querem caçar os heróis de guerra. No caso de Munazero, é mais do que isso: ela quer descortinar o passado, um passado cujo esquecimento é conveniente a todos os envolvidos, e não só aos hutus e seus cúmplices franceses. Essas fotografias, embora expostas em porta-retratos, acabam mostrando verdades inconvenientes.
No julgamento, primeiro fala o General Lesage, como testemunha do crime de Munazero, mostrando os supostos restos mortais de Padre Patenaude, numa narrativa que corrobora com a versão da promotoria. No recesso, Kate o reconhece da foto que vira na mansão do Barré. Então ela pergunta se ele conhece Jacques-Antoine Barré, e ele nega. Ela insiste: “Ele serviu o Exército com você. Vi uma fotografia de vocês juntos. Quero dizer, você era mais jovem, mas sim, com certeza era você”. Ele mais uma vez nega. Em sua próxima visita à mansão do Sr. Barré, ela percebe que o porta-retratos não está mais lá. Em sua saída, Sophie Barré, sua filha, planta a fotografia no carro de Ashby. A imagem é a prova cabal, a munição necessária para comprovar que a testemunha havia mentido.
A voz em off de Michael Ennis, numa sessão do tribunal chama a atenção para a evidência num close up da fotografia dos militares, indicando que Alexandre Lesage estaria à esquerda da fotografia tirada há 25 anos atrás, quando ele não era general. No centro da foto estaria Clément Barret, filho do autor da acusação, o senhor Jacques-Antoine Barré. O juiz faz pouco caso, com uma expressão blasé, mas o interlocutor prossegue, alegando que o senhor Lesage teria dito desconhecer Clément, o que não se sustenta. O juiz, incrédulo, pergunta se Michael tinha a intenção de tratar a testemunha como duvidosa. Sem titubear, ele diz que é mais do que isso, posto que ele verificou o registro militar de Clément Barret, e constatou que ele era tenente do regimento de Paraquedistas da Marinha francesa.
Segundo os registros, ele teria sido morto em março de 1993, quando fazia um exercício de treinamento na República Centro-Africana. Porém os fatos demonstram outra coisa, de acordo com Michael. Lesage foi promovido a capitão, patente que aparece na foto. Michael alega que sua promoção teria se dado no intuito de que ele liderasse uma operação especial em Ruanda, com um pequeno grupo de paraquedistas em 1993, ano anterior ao genocídio. Sua missão consistia em treinar as tropas hutus, ligadas ao governo ruandês, para atuarem na resistência ao Exército tutsi, que avançava com a colaboração de Alice Munezero. Segundo Michael, teria sido neste contexto que se dera a morte de Clément Barré. Só que isso jamais poderia ter ocorrido, uma vez que isso tornava incontestável o apoio, tanto do exército francês como do presidente francês, ao genocídio em Ruanda.
Aqui a fotografia dispara lampejos de verdade que não só desbancam a testemunha como falsa, mas levantam dúvidas sobre quais seriam as intenções dos acusadores de Munazero. A fotografia não serve para provar a inocência da acusada, mas revela as relações entre os acusadores e as testemunhas, ao passo que questionam o que teria motivado tal acusação.
Mas o crime não teria como ter acontecido, visto que Padre Pascal Patenaude estaria vivo. Kate se inteira desta informação nas Catacumbas de Paris, em uma semiose que remete às valas comuns dos genocídios. O trabalho de arqueologia de Kate envolve visitas ao monastério onde teriam localizado o padre, entrevistas com sua mãe e com uma testemunha que emudecera desde o genocídio, mas que conhecera o Padre Patenaude. A série nos mostra em uma animação em preto e branco o que se passara na igreja, quando o padre abriga os tutsis que buscam proteção, é forçado a entregar a chave aos milicianos hutus e depois, já em imagens, se dá conta da monstruosidade da qual fora cúmplice e cai no chão, em desgraça.
Em seu meticuloso trabalho de arqueologia, Kate vai juntando as peças no tabuleiro, até que dá um xeque-mate: Aperta o alarme de incêndio, reunindo todos os discípulos do monastério, e anuncia que a mãe de Patenaude está morrendo, e assim, o surpreende com uma câmera plantada na sacada do prédio em frente ao de sua mãe. Mas na volta, o padre é perseguido por Tat Picot, que trabalha para Barré. Então surge Florence, o misterioso e ágil combatente, que se apresenta nas catacumbas de Paris e que ajuda Kate a garantir a segurança de Patenaude. Eis que o Padre aparece como um assombro no tribunal. “Vivo.”
A verdade se apresenta viva, já não mais como um registro, mas a verdade em carne e osso: não havia assassinato para ser julgado. Todas as evidências, todos os testemunhos, perdem o sentido diante da farsa que se revela. Cai por terra a influência do Sr. Barré sobre o juiz, e tal revelação força o General Lesage a confessar a façanha de que o Sr. Barré teria acusado Alice Munazero de assassinato já que não pode processá-la por matar seu filho, morto em uma operação ilegal pela FPR sob seu comando. No mais, eles teriam a chance de provar que nem todo tutsi era inocente, e que os franceses não estariam totalmente errados em apoiar um governo genocida.
Destituído de sua identidade, de seu nome, da possibilidade de um vínculo familiar, o padre nitidamente sofre do mesmo trauma do qual o governo francês quer se livrar, assumir a responsabilidade de ter corroborado, ainda que indiretamente, com o genocídio de Ruanda. Não é a proteção de Kate que o impele a falar, mas o contato com a mãe, que o chama para um dever ético para com a humanidade: deixar de se esconder e selar seu compromisso com a verdade, encarando o tribunal com uma coragem de verdade que sua vida representa no caso. Ele não precisa dizer nada, apenas se fazer presente.
Logo que a polícia entra em sua casa, o Sr. Barré explode os próprios miolos com sua pistola, espirrando sangue no mapa do continente africano, pendurado na parede atrás de sua cama. A imagem do sangue que jorra sobre o mapa da África adquire uma semiose que se remete não só ao genocídio em Ruanda, mas também à sangria desatada pela empresa colonial por todo aquele continente. Nos diálogos do Sr. Barré com Kate, ele se mostra entusiasta das colônias francesas, e trata a opressão desses povos como se isso fosse a ordem natural das coisas. Ninguém mais arrogante, mais racista do que o Sr. Barré para desempenhar o papel do colonizador francês. A imagem do sangue que se esparrama sobre o mapa africano conversa com o pano manchado de vermelho da abertura da série, que se espalha formando capilaridades, como veias, até que toma a forma do mapa de África, e depois encolhe como uma mancha de sangue num tecido com estampa afro colorida, que vai sumindo. Mas o vermelho volta uma vez mais nas letras do título, ‘Black Earth Rising”, ao som de Leonard Cohen[2].
Com uma canção de voz profunda, íntima e sussurrante acompanhado por batidas sufocadas, Leonard Cohen faz um aceno lúgubre à morte, externalizando seus medos, lutando com seus demônios, com seus ímpetos sadomasoquistas, acertando as contas com Deus e com o diabo; rezando, acendendo e apagando velas, como se estivesse se preparando para o juízo final, ensaiando uma renúncia, esperando chegar a sua hora.
A letra parece adquirir novos significados quando abrem uma série sobre o genocídio em Ruanda. “Um milhão de velas queimando” é quase o número de vítimas do genocídio. A “ajuda que nunca veio” pode ser lida como a tão esperada ajuda da comunidade internacional, que nunca veio para resgatar os tutsis e impedir o massacre. E o “mais escuro”, que Cohen provavelmente pensara como trevas ou profunduras, passa a designar a pele negra. Ainda que a intenção do artista fique para trás, a música é agraciada com outro brilho, mas sempre com uma potência hipnotizante, que atravessa os círculos mais profundos do inferno Dantesco: um tecido africano manchado de sangue como o continente, vermelho, mas de pele negra retinta.
Na história:
Estima-se que cerca de 11% das pessoas assassinadas no genocídio de Ruanda pereceram em igrejas (SMITH; RITTNER, 2004). Tal foi o caso do massacre na igreja de Nyarubuye, em 15 de abril de 1994, na Diocese de Kibungo, que fica no Sudeste de Ruanda, com o saldo de cerca de 20 mil mortes de pessoas que buscavam abrigo quando as milícias do Interahamwe invadiam as casas dos civis. Armados com lanças, facões, cassetetes, granadas de mão e armas automáticas, os milicianos mataram homens, mulheres e crianças a sangue frio.
Em ‘A menina de Ruanda que se recusou a morrer’, o agente humanitário da Msaada que prestou assistência aos sobreviventes do genocídio em Ruanda e atualmente correspondente da BBC News na África do Sul, Fergal Keane, conta a história de Valentina, uma menina cadavérica de 13 anos que ele encontrou num hospital nos campos de sobreviventes em Ruanda. Tomando por base o relato de Valentina Iribagiza, ele descreve os eventos de Nyarubuye:
A matança em Nyarubuye começou com um ataque aos tutsis no mercado local. Depois disso, Valentina fugiu para a igreja com sua família. Naquela tarde, os assassinos chegaram, liderados por Sylvestre Gacumbitsi, o prefeito local. Valentina reconheceu muitos de seus vizinhos hutus entre os mais de 30 homens que cercavam a igreja. Eles carregavam facas e cassetetes e eram apoiados por soldados do exército de Ruanda. Entre a gangue de homens estava Denis Bagaruka, um avô de 56 anos cujos próprios filhos foram à escola com Valentina (KEANE, 1997, n. p.).
Nas palavras de Valentina, registradas por Keane:
Primeiro eles pediram às pessoas que entregassem seu dinheiro, dizendo que poupariam aqueles que pagassem. Mas depois de pegar o dinheiro, eles os mataram de qualquer maneira. Então eles começaram a lançar granadas. Eu vi um homem explodido no ar, em pedaços, por uma granada. O líder disse que éramos cobras e que para matar cobras era preciso quebrar a cabeça delas. Se eles encontrassem alguém vivo, eles quebrariam suas cabeças com pedras. Eu os vi pegando crianças pequenas e esmagando suas cabeças até morrerem. Havia crianças implorando por piedade, mas eles as mataram imediatamente (KEANE, 1997, n. p.).
O jornalista e assistente humanitário prossegue com seu relato:
Outras crianças, chorando no chão ao lado de seus pais assassinados, foram levadas e mergulhadas de cabeça nas latrinas. Um dos colegas de classe de Valentina, um garotinho com rosto de anjo chamado Placide, me contou como vira um homem decapitado na sua frente e, em seguida, uma mulher grávida aberta quando a matança atingiu seu clímax frenético… Valentina e Placide se esconderam entre os corpos, fingindo estar mortos. Valentina foi atingida na cabeça e nas mãos com um facão e sangrava muito. Seguindo o instinto de seu filho, ela rastejou até o corpo de sua mãe e se deitou lá. Durante o assassinato, ela viu a milícia assassinar seu pai e seu irmão de 16 anos (KEANE, 1997, n. p.).
Apesar de a enfermeira ter dito que Valentina dificilmente sobreviveria, ela é resgatada, migra para os Estados Unidos, onde faz faculdade na Universidade de New Hampshire e atualmente vive no Texas.
Em ‘Baratas!’, a escritora ruandesa Scholastique Mukasonga, descreve o memorial às cerca de 10 mil vítimas do massacre da igreja Nyamata, onde preservaram as marcas do genocídio e as roupas e identidades das vítimas no lugar onde os corpos foram encontrados. Situada no Distrito de Bugesera, a 30-39 km Sul de Kigali, ali estão enterrados os restos mortais das 50 mil pessoas que foram assassinadas nesta cidade, inclusive de seus pais, cuja casa foi invadida possivelmente por seus vizinhos.
A igreja de Nyamata tornou-se, hoje, um memorial do genocídio. Os sobreviventes tiveram que brigar muito para que ela não fosse devolvida ao culto, como reclamava a hierarquia católica. Em uma cripta, um ossário apresenta os crânios bem enfileirados, e os ossos cuidadosamente amontoados. O teto da chapa está salpicado de pontos luminosos; são os impactos das balas e das granadas. Contra a parede de tijolos, à esquerda do altar, a Virgem de Lourdes, com o véu vermelho de sangue, vela sobre os bancos, agora vazios. Ela teve sorte, a Virgem de Nyamata. Também é uma sobrevivente. Em outros lugares, em várias igrejas, os assassinos quebraram as estátuas da Virgem. Eles achavam que elas tinham recebido o rosto de uma tutsi. Não suportavam seu narizinho muito reto. (MUKASONGA, 2018, p. 11)
No penúltimo episódio, numa visita de Kate a Ruanda, ela entra na igreja e chora nos braços de Florence. Não está claro se se tratava da igreja de Nyamata, de Nyarubuye ou outro sítio, já que há outros memoriais em igrejas pelo país.
Referências Bibliográficas:
DIDI-HUMBERMAN, G. (2020) ‘Imagens Apesar de Tudo’Tradução de Vanessa Brito e João Pedro Cachopo, São Paulo, Editora 34
KEANE, F. (1997) ‘The Rwandan Girl Who Refused to Die’. Republicação com a permissão do Sunday Times. PBS, disponível através do link: https://www.pbs.org/wgbh/pages/frontline/shows/rwanda/reports/refuse.html
SMITH, J. e RITTNER, C. (2004) “Churches as Memorial Sites, A Photo Essay”. Genocide in Rwanda: Complicity of the Churches? Newark, Notts., U.K: Aegis
Filmografia:
‘Black Earth Rising’. 2018–2019. Dir. Hugo Blick, Drama Republic / BBC Studios / Eight Rooks Production.
*Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Boletim Lua Nova ou do Cedec.
[1] Doutora em Cinema e Estudos de Gênero pela University of Sussex (orientação de Rosalind Galt e Lizzie Thynne), revalidado como Meios e Processos Audiovisuais pela Escola de Comunicação e Artes da USP. Faz uma pesquisa pós-doutoral sobre gênero e inteligência artificial no programa de Tecnologias da Inteligência e Design Digital na PUC-SP (TIDD – PUC-SP).
[2] Você quer mais escuro / Nós apagamos a chama/ Ampliado, santificado/ Seja o santo nome/ Vilificado, crucificado/ No quadro humano/ Um milhão de velas acesas/ Pela ajuda que nunca veio/ Você quer mais escuro/ Hineni, Hineni/ Estou pronto meu senhor/ Há um amante na história / Mas a história ainda é a mesma/ Há uma canção de ninar para o sofrimento / E um paradoxo para culpar / (…) Eles estão fazendo fila para os prisioneiros/ E os guardas estão mirando / Eu luto com alguns demônios / Eles eram de classe média e domesticado/ Eu não sabia que tinha permissão / Para assassinar e mutilar…
Fonte Imagética: Reprodução Netflix. ‘Black Earth Rising’: Bela e Relevante Minissérie Escondida na Netflix. Disponível em <https://www.cineset.com.br/black-earth-rising-bela-e-relevante-minisserie-escondida-na-netflix/>. Acesso em 22 fev 2022.