Lucas Gabriel Feliciano Costa[1]
Nota Explicativa
Esse conto teve sua primeira versão escrita como uma atividade da disciplina “Tópicos Avançados: Trabalho e Sociedade” que cursei no mestrado em Sociologia na Universidade Federal de Goiás, em 2021. Motivado pela oportuna e feliz notícia sobre o tema da redação do ENEM de 2023, “Desafios para o Enfrentamento da Invisibilidade do Trabalho de Cuidado Realizado pela Mulher no Brasil”, busquei revisar e ampliar umas das poucas incursões criativas que a faculdade me permitiu fazer sentado na cadeira de “aprendiz de cientista”. Foi o ENEM de 2015, com seu tema de redação “A Persistência da Violência contra a Mulher na Sociedade Brasileira” que me permitiu acessar a universidade em 2016 e dedicar-me desde os meus primeiros dias nela ao meu grande tema-sujeito-fascínio-obsessão: mulheres e sociedade.
À pessoa leitora, deixo um apelo: não reduza o texto a uma biografia; não exclua o que houver de biografia na ficção. A relação do conteúdo com o autor não é o mais importante, a primeira pessoa nem sempre fala sobre o “eu-pessoal”. Use outra chave de leitura primeiro, por favor.
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Em todo trabalho há proveito, mas a palavra dos lábios só encaminha para a pobreza. (Provérbios, 14:23)
Num março qualquer, perguntaram lá na faculdade uma vez o que era “trabalho”. Pediram para dar uma palestra sobre isso, e é que eu vim fazer aqui. Daí eu pensei em contar a história de como eu aprendi o que era “trabalho” e o que era “trabalhar”. A primeira vez que conheci o mundo foi pelos olhos meio-míopes e as mãos grossas de algumas mulheres. O pior e o melhor do ser humano nomeei no feminino: a coragem da tia, a ajuda da vizinha, a violência da mãe, a fome da avó, as mechas da prima, a reza da madrinha. Com elas, aprendi o que um homem era e o que eu não deveria ser: um homem como os outros. Desenharam o mapa do mundo pra mim que não era muito maior que 4 quadras acima do barracão onde ficava o mercadinho onde se faziam as compras da semana; a pista de cooper com parquinho e o ponto de ônibus há uns 10 minutos dali. Só a escola que ficava mais longe. Na minha rua, as senhoras vizinhas que eram avós, mães de outras mães mais novas, pareciam-se todas pela expressão cansada, o andar lento, o abandono, o divórcio ou o estupro sofrido pelo (ex-)marido, por escolherem ou precisarem estar sozinhas (sem companheiro) e o orgulho de ser “trabalhadêra e trabalhadora”. Tinha feirante, passadeira, enfermeira, professora, uma que ganhava dinheiro duma tal de “pensão” que eu não sabia que era, mas que minha vó sempre dizia que tava precisando também.
Filho de ralé e crescido numa casa de “gente que não venceu na vida”, andei por vários cantos e conheci diferentes pessoas que me ensinaram, cada uma do seu jeito, lições sobre o trabalho e o trabalhar, substantivo e verbo, lições que não tomei na escola da freira brava que dava aula de história e ensino religioso. Lições que construíram uma imagem de referência ao lado de um espelho ao qual eu deveria, de tempos em tempos, ficar de frente e me comparar ao tal modelo de gente e de jeito de ser desenhado nele junto da frase: caminho único e sem volta. “Trabalho” mudou de sentido muitas vezes durante os meus anos de vida.
Nascido na periferia de uma metrópole de Goiás, filho de mãe solteira adolescente, até os seis anos de idade vivi com ela, estagiária recém-saída do curso técnico em enfermagem, e minha vó, empregada doméstica na casa de irmãs “bem-casadas”. Como costumava acontecer naquele tempo, o bairro que ainda conservava portões de grade ou portas que davam diretamente para rua, com casas sem quintal, em sua maioria, o que permitia muita integração entre as famílias do gigantesco “conjunto habitacional” – nome que um vereador da região costumava corrigir quando alguém chamava aquele lugar de “fim de mundo”. As vizinhas se ajudavam, já que não havia outra forma de viver ali. Havia um trânsito constante e organizado de crianças entre as casas ocupadas por mulheres que se revezavam na tarefa de “olhar os filhos da colega”.
Quando minha vó saía algumas vezes na semana para lavar, passar e cozinhar pra fora, e se minha mãe não estava em casa, eu ficava com uma das mulheres-avó disponíveis para o serviço no momento. Isso de fazer faxina na casa da irmã era a única forma possível dela trazer dinheiro e mistura boa pra casa enquanto não conseguia a pensão que o ex-marido fez questão de emperrar na justiça, não sei como, depois de uma brigaiada pelo divórcio de um casamento tão violento, como de costume. Já tinha um tempo que a gente tava comendo salsicha. O ovo também tava caro, por mais que a moça da televisão insistisse em falar que tava mais barato, que o preço do ovo, da carne de frango e do leite tava bom, mas minha vó desmentia, “tá tudo caro, seu Adélio, que que faiz?”, pagando “3 pão-de-sal e um leite de saquinho, faiz favor” pro dono da mercearia.
Ainda bem que tinha amigas para ajudar cuidar “do menino da Raquel e das menina da Ruth, senão eu não trabalho, e aquele desgramado do Paulino até hoje fica me ameaçando pra eu parar de pedir a pensão. Pensa eu saindo de casa cinco e meia da manhã e deixando os menino tudo sozinho até a Raquel chegar do hospital? Eles morre e depois a culpa é minha”. O pagamento pelo serviço de babá era feito quase sempre com outros favores na ordem do dia a dia a quem quer que fosse: “tem 10 reais pra eu comprar mucilon pra neném, don’Idê?”, “tem um litro de óleo aí, don’Idê?”, “a senhora pode olhar meu menino, don’Idê?”, “me ajuda aqui, don’Idê”.
Lá na rua tinha muita mãe, muita mesmo. Tinha uma que até teve que parar de brincar com a gente porque a barriga estava grande já. A mãe dela danava, falava que não podia ficar correndo por aí ou ficar sentada no chão curvada porque senão fazia mal pro bebê. Uma vez lá na escola falaram que todas as mulheres são mães, as avós e as mães são as nossas mães e Nossa Senhora Aparecida era a mãe-padroeira de todas as mães e das famílias. Então existia mãe de tudo e para tudo, que nem os pais das coisas, porque, além de Deus que era pai de todos e criador do universo, tinha pai da geometria, pai da genética, pai da lógica. Os pais eram complexos, inventavam coisas difíceis com nomes difíceis: teoremas, silogismos, leis. Estranho que tivesse mais rainha que mãe das coisas, talvez porque elas fossem melhores em fazer as coisas do que criá-las, eu pensava. Devia ser por isso que elas limpavam a casa e cuidavam das crianças, e não os pais, bem capaz…
Elas faziam umas coisas difíceis também, mas era um difícil diferente do de fazer conta e de elaborar argumento, às vezes era mais complexo do que isso tudo junto. Apareciam mais como nomes nas capas dos livros de histórias, contando coisas sobre a vida e o mundo. Era a mãe das histórias de terror “gótico”, coisa que até hoje não sei o que significa; a rainha da “literatura de temas difíceis” e outras coisas numas histórias daquela autora que falava de uma mãe que estava condenada a amar o seu filho, a rainha dos contos. Elas ensinavam como que a gente analisava as relações entre as pessoas, como que a gente explicava para as crianças o que era suicídio ou porque um homem que queria criar um superhumano acabou fazendo um monstro. Ah, e tinha mais uma diferença: os pais das coisas eram chamados por sobrenome ou por título; as mães e rainhas tinham nome próprio e apelido: era Nhanhá, a pianista; era Carolina, Lygia, Hilda, as escritoras; era Mary, a historiadora; era Clarice e era Cora, as que mais gostava.
Voltando ao fio da meada, as mulheres-mãe, com a segurança dos filhos resguardada pelos cuidados das mulheres-avó, podiam, talvez, seguir no plano de tentar “mudar de vida” saindo para trabalhar cedo e estudar “de noite”. Mas o caminho que mais funcionava para “dar certo” era o casamento, que foi o caso da minha mãe. Saímos do coração do “conjunto habitacional” para alguns poucos quilômetros dali morar numa casa quitada, escriturada e com quintal de um homem aposentado de um bom concurso num bairro menos isolado. Foi na geladeira dela que descobri que além da margarina também existia patê de frango.
O substantivo “trabalho” foi o primeiro que aprendi. Minha vó chamava de “lida” ou “labuta”. Trabalho é aquilo que cansa, dói as pernas e dá rugas, mas que tem que fazer. “Eu trabalho muito, tudo que eu quero é poder ver minha novela, mas não dá tempo de chegar em casa. Essa vida de labuta é difícil”. O resultado dele era quase sempre pouca renda e uma tristeza na voz de quem chegava em casa depois das 23:00, dizendo “estou morta, saí de casa e não pude ver meu filho, e agora que cheguei ele já está dormindo”. Minha mãe reclamava muito disso. Foi com as mulheres mulheres-avó que conheci o trabalho como “sobrevivência”, depositando na vida das mulheres-mãe a semente do trabalho como projeto e objetivo.
O sentido do substantivo começou a mudar um pouco quando, ali nos primeiros anos do novo século, depois dos anos 2000, ventos políticos sopraram ares de esperança e alguma mudança pr’aquelas brasileiras pobres. Transformações chegaram à minha família. A mais impactante delas foi a conclusão da graduação em pedagogia pela minha tia mais velha numa tal de “Federal”, interrompida uma vez por motivo de gravidez. Antes de voltar para universidade, já conseguiu contrato com o curso de magistério, e depois concurso efetivo no município para trabalhar em CMEI, as creches do governo. A partir dali, “trabalho” passou a ser definido de forma condicional e acompanhada de adjetivo: “se você estudar muito e se dedicar, vai poder ir pra ‘Federal’ e conseguir um bom trabalho/emprego [eu não sabia a diferença entre as duas palavras], vai trabalhar e ganhar bem”. O “bom trabalho” virou projeto, objetivo e consequência de um longo percurso. As árvores das mulheres-mãe, plantadas com sementes de esperança das mulheres-avó, tentavam passar aos frutos verdes de seus galhos orientações aos caminhos do amadurecer e germinar na terra. Mas esqueceram de contar pra todos eles que não dá pra culpar uma planta de não crescer se o solo é pobre e a chuva não cai.
E partindo dessa nova noção de trabalho, já posso concentrar o relato na minha trajetória, a qual só adquire sentido se apresentada dentro de seu devido contexto, o qual depende da existência de muitas outras mulheres: professoras, coordenadoras, faxineiras, colegas, amigas, namoradas…
Dentro da nova realidade familiar mais confortável que passei a viver desde o casamento de minha mãe e meu padrasto, entra a fase de aprender sobre o verbo “trabalhar”. Durante um bom tempo, até pouco antes do ensino médio, a ideia de trabalhar estava ligada à conclusão de etapas de escolarização, como fim do “projeto”. No entanto, em meados da adolescência, vivendo as primeiras amizades, vivenciei a realidade de outros lares. Na casa do meu melhor amigo, ele e seus irmãos também estudavam, executavam o “projeto ao trabalho”, preparando-se pra entrar na universidade, mas diferente de mim, eles trabalhavam. Como assim, o trabalho é meio ou fim?
Aquele verbo em suas vidas era “ação necessária”, conjugado em primeira pessoa, geralmente era falado assim: “eu preciso trabalhar”. Lembrou a minha vó, mas eles sabiam inglês e alemão e tinha que trabalhar no call center. Por quê? Na minha vida, só em terceira pessoa, geralmente feito pela mãe com as coisas de casa (mesmo ela dizendo que não queria mais trabalhar, que ia virar “do lar”), ou do dinheiro do padrasto que pagava as contas. E é por essa mesmíssima situação que eu seguia o trabalho como projeto, para trabalhar “depois”, não “agora”.
Cheguei à sonhada “Federal”, mas o trabalho não chegou. E quanto mais eu avançava nas escolhas de carreira, mais distante eu ficava da frase “eu trabalho”. Eu já conseguia perceber que a ideia do trabalho-projeto não era algo tão seguro, tampouco acessível por todos os caminhos possíveis que me surgiram. E mais, que encontrar trabalho era muito difícil, mas era preciso trabalhar. Não me contaram que ser pobre e querer ser cientista faz com que o caminho ao trabalho se enchesse de pedras. Quando li lá o poema de Drummond eu não tinha entendido que tinha pedra da vida no nosso caminho que não dava pra cruzar, nem que as mulheres que conheci já as teriam dentro dos sapatos dificultando a caminhada. Outro poeta que me mentiu foi aquele espanhol, o Machado, muitos caminhos não se fizeram ao andar, e olha que eu vi muita gente gastando a sola do pé e o dinheiro do lanche com passagem e não tendo caminho nenhum pra andar. Mas eu sei que na poesia os rumos dos símbolos são outros. Ele estava certo: a gente tem é que continuar vivendo, mas não avisa que tem coisa que não depende de nós.
Universidade, mais um objetivo alcançado. Período de amadurecimento, doloroso, e de transição para a vida adulta que me revelou um novo modo do verbo: “trabalhe”, no imperativo. Mais um balde de água fria na minha ingênua visão de que eu estava trilhando um caminho “de sucesso”. Por quê: em telefonema ao meu pai biológico para contar a boa nova, aprovação no desejado curso de Ciências Sociais na tal “Federal”, antes de ouvir suas felicitações ele me perguntou: “você tem certeza?”. No decorrer do curso, ao me envolver com a ciência e decidir pela carreira acadêmica e docência, comunico feliz à minha tia, que tanto me havia inspirado a seguir o magistério. Depois dos parabéns, ouço um “você tem certeza?”. Já no final da graduação, pleiteando a vaga para o tão sonhado mestrado, seguindo os passos de pessoas inspiradoras, comunico feliz a minha decisão de participar do processo seletivo para toda a família de minha ex-companheira. Em meio às palavras de encorajamento e apoio, sua mãe me pergunta: “Mas, você tem certeza? Vai começar a vida quando? Não vai trabalhar, não?”, perguntava ela depois de quatro anos em uma graduação em pedagogia e mais três estudando para um concurso para o qual passou. Mas eu vinha trabalhando tanto, que pergunta era aquela? Ela não tinha vivido um projeto também? Não importava, estava sacramentado. A dor do desengano pelo “ilusório” sucesso que eu acreditava ter me mostrava que aquele ponto de referência da época de menino já não existia mais. De nada valeu, meus títulos não faziam minha conta bancária, e simbólica, saírem do vermelho. Meu trabalho não dava dinheiro, não comprava viagem de avião ou iogurte dos mais gostosos, não ajudava na “intera” do almoço de domingo em família.
“Homem tem que trabalhar e ter dinheiro, não dá pra ficar estudando pra sempre”, falava a ex-sogra, e isso me lembrava, não sei bem o porquê, da freira citando Gênesis em sala de aula sempre que podia, até nas aulas de figura de linguagem da professora de gramática. O suor do trabalho estava no rosto de Adão, já que Eva tinha sido condenada a outras coisas e não ao trabalho, acho que era a sofrer as dores do parto, e do mundo, e de ser submissa a Adão. Para mim, o que ficava é que Eva estava era ferrada e cansada; Adão, triste, mas não podia falar do seu sofrimento, já que homem não chora.
O adolescente que justificava o não-trabalho com as etapas ainda não cumpridas de um plano, apagou-se com o jovem homem que sim chorava por não ter resposta ao desemprego, conta bancária sem salário no fim do mês, carteira de trabalho sem assinatura, sem contrato, “sem futuro de verdade, só ideal”, diziam. Vagabundo, acomodado, desocupado, incompetente. Será? Pelo sim ou pelo não, a carteira vazia me envergonhava. Felizmente, não passei pelas injúrias da fome e do teto perdido depois do bom casamento de minha mãe; ainda estava numa casa que me acolhia num ato ambíguo de obrigação e apoio, ainda que com pena e vergonha do meu sucesso sem lucro.
Não vivi os tempos das canções de labor[2] das mulheres que me criaram. Pelo contrário, naveguei nas correntes de um otimismo ingênuo das mais pomposas sonatas de Mozart com objetivo de atracar em uma terra próspera. Mas, desesperado, descobri meu barco furado, o que sentia era que tentava respirar enquanto afundava ao som das mais agônicas melodias de uma peça de Schoenberg. Mas, não há mais salvação mesmo em terra firme; ela existe, mas não é próspera. Se eu conseguir chegar até lá, onde há trabalho, tenho medo de ficar preso para sempre em uma sufocante repetição compulsiva de motivos e movimentos, como numa peça de Glass, e só experimentar algum prazer, lazer, transcender, ou mesmo viver, quando a música de Debussy tocar em meus sonhos. E o que sobrou de tudo que aprendi, qual foi o meu sucesso? Umas citações metidas a intelectuais nuns textos sem leitor. Erudição sem vencimento.
“Trabalhe!”, me ordenavam as pessoas e me exigia a consciência. No entanto, não me permitia o mundo, e ainda não permite. Mesmo com minha formação, não conseguia trabalho, não recebia telefonemas das empresas em que deixei meu currículo, tampouco respostas aos e-mails que enviei no último ano. Insisto em seguir numa área desvalorizada no país. Desespero-me pelo futuro: “e quando a bolsa acabar? E se o doutorado não rolar?”. Hoje, depois dos meus 20 e poucos anos, sou um jovem cientista que busca seguir carreira acadêmica numa área das humanidades. A principal forma de trabalho que conheci, convivi e aprendi foi a do trabalho invisível, mal pago ou não pago. Queria ir pra docência logo, queria voltar a pesquisar, queria não ter que ficar trabalhando em escritório cuidando de assuntos desimportantes para o mundo. Sei que é pedir demais. Lá na capela da freira da escola sempre falavam que a gente tinha que viver com aquilo que tínhamos e sermos gratos. Minha mãe também falava isso, mas é estranho, ela nunca escolheu nada na vida, a não ser manter a minha gestação quando os irmãos dela queriam forçá-la a fazer um aborto. Meu único medo era continuar sem resposta para a pergunta: “que que cê faz da vida?”. Felizmente, hoje consigo responder, mas tenho vergonha. Não sou nada do que eu queria ser.
Mas calma, a palestra que vocês provavelmente estão interessadas e interessados em ouvir vai começar agora. Vamos caminhar pelos nomes classicões, velhos e novos, que vão culminar neste mesmo relato, num mundo agônico. “Trabalho” e “trabalhar” pra muita gente ainda vai ser agonia, independente do que André Gorz, Silvia Federici, Max Weber ou Karl Marx tenham a ensinar. Espero que a gente aqui da universidade consiga fazer algo de verdade pro mundo com esse tanto de coisa que a gente já criou e difundiu sobre isso. E, aliás, ainda é março, mês do dia das mulheres. Então, meu foco aqui hoje é falar sobre o trabalho e o trabalhar de mulheres, mais especificamente, mulheres que são mãe. Portanto, preparei uma apresentação que tem por objetivo discutir a relação entre maternidade e trabalho, discorrendo um pouco sobre pesquisas e dados recentes acerca do tema, baseando-me em textos canônicos sobre o assunto, especialmente escrito por nossa gente brasileira, ilustres desconhecidas fora desses muros.
Vamos lá: Trabalho ainda é uma categoria fundamental para compreender o mundo… e sexo, se me permitem o uso dessa palavra tão fora de moda, também é.
[1]Mestre em Sociologia pela Universidade Federal de Goiás (UFG). Email: lucasgfc.lg@hotmail.com. Lattes: https://lattes.cnpq.br/4915542141356819.
[2]As obras referenciadas nesse parágrafo são, por ordem de menção: “Sindo, lê lê”, nesse extático trabalho de interpretação e arranjo da Cia. Cabelo de Maria; Sonata K.545 (1788) de Wolfgang Amadeus Mozart; Pierroi lunaire (1912), op. 21 de Arnold Schoenberg; Two pages (1968) de Phillip Glass; Estampes (1903) de Claude Debussy.
Fonte Imagética: By ValeriaK1313 – Own work, CC BY 4.0, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=132608417. Disponível em <https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Inocencia_trabajadora_del_hogar_en_Hermosillo_Sonora_1.jpg#/media/File:Inocencia_trabajadora_del_hogar_en_Hermosillo_Sonora_1.jpg>. Acesso em 22 nov 2023.