“Se gritar pega Centrão, não fica um meu irmão!”
Por Ednaldo Ribeiro e Julian Borba. As eleições de 2018 levaram ao poder um líder populista de direita com discurso fortemente antissistema que constantemente deslegitimava instituições centrais do sistema político nacional, como os partidos. Fuks, Ribeiro e Borba (FUKS; RIBEIRO; BORBA, 2021) apontaram que nesse contexto eleitoral o antipartidarismo generalizado, ou seja, direcionando a todas as legendas, cresceu e foi bastante relevante para o resultado final da disputa.
Ultraconservadorismo católico é parte da erosão democrática brasileira?
Por Brenda Carranza e Ana Claudia Teixeira. Essa é uma pergunta que nos fizemos numa longa caminhada num parque campineiro. Empolgadas começamos a fazer conexões sobre a possível aproximação performática entre o bolsonarismo e alguns grupos ultraconservadores católicos e nos perguntamos se haveria alguma afinidade que reforça mecanismos de desdemocratização institucional. Mais passeios, mais perguntas, mais associações. Resolvemos, então, juntar as nossas pesquisas e nossas bagagens teóricas, por um lado sócio-antropologia da religião, por outro ciência política. Das caminhadas animadas para as idas e voltas de versões do artigo que virou promessa para socializarmos as nossas reflexões matinais.
Pensamento político brasileiro e ideologia bolsonarista
Por Cairo Barbosa, Gabriel Mello e Renan Moraes. Durante os quase quatro anos completos do governo de Jair Bolsonaro, o país vivenciou inúmeros episódios de falas antidemocráticas, discursos truculentos, agressão a adversários, desrespeito às instituições e crimes presumidos. Além disso, figuras importantes do bolsonarismo não cessaram de defender a narrativa de que o país vive sob a égide de uma “democracia racial” e de que o governo atual se encontra inequivocamente livre da corrupção. Tais discursos, ainda que produzidos como respostas e reações a situações bastante atuais, remetem também a ideias mobilizadas por diversas tradições do pensamento político brasileiro – incluindo autores como Gilberto Freyre, Raymundo Faoro e Sérgio Buarque de Holanda.
As eleições municipais brasileiras como um teste à crescente popularidade de Bolsonaro
Por Jayane Maia
O primeiro turno das eleições municipais no Brasil aconteceu em 15 de novembro, com mais de um mês de atraso devido à pandemia do coronavírus. Todos precisaram esperar um pouco para desvendar as expectativas que acompanharam estas eleições.
Notas sobre o bonapartismo, o fascismo e o bolsonarismo
Por Bernardo Ricupero
Ao tentarmos decifrar a natureza do que é chamado de bolsonarismo – fenômeno que vai além da liderança de Jair Bolsonaro – talvez seja prudente servir-nos de referências já clássicas. Acredito que as interpretações que mais podem nos ajudar a enfrentar o desafio são as explicações a respeito do bonapartismo e do fascismo.
Matrix bolsonarista para a acumulação sádica do capital
Por Josnei di Carlo
Na passagem do século XX para o XXI, o sucesso da trilogia cinematográfica Matrix levou Gangrena Gasosa, em seu Sarava Metal, a cantar que “Eu não entendi/ Matrix”[3]. A ironia é atual na medida em que o campo democrático e, principalmente, o Partido dos Trabalhadores (PT) não entenderam que não há como criar uma oposição dentro da Matrix bolsonarista.