Notas para conversa com um economista à procura de um projeto nacional (Parte II)
Por Leonardo Belinelli. A importância dos intelectuais e a autoconsciência de Barbosa são indicadas já no título de Um nacionalista reformista na periferia do sistema: reflexões de economia política. A formulação, claro, remete a Um mestre na periferia do capitalismo, de Roberto Schwarz. O recurso, no entanto, não implica similaridade. Se o título de Schwarz adianta a tese do livro e expõe sua avaliação sobre a potencialidade crítica da escrita madura de Machado de Assis, escritor periférico à altura dos melhores escritores centrais, o de Barbosa traz três informações: seu posicionamento político (“nacionalista reformista”), o lugar de onde e sobre o qual pensa e fala (“periferia do sistema”) e do que se trata, afinal de contas (“reflexões de economia política”).
Notas para conversa com um economista à procura de um projeto nacional (Parte I)
Por Leonardo Belinelli. Os países periféricos costumam ser exigentes com seus intelectuais. Primeiro: demandam deles uma invenção analítica, pois suas matérias sociais, políticas e culturais são avessas a vários dos supostos que embasam teorias forjadas em nações centrais, costumeiramente universalizadas de modo equivocado.