A Aliança Global contra a Fome e a Pobreza no G20: por uma governança transformativa para o Direito Humano à Alimentação Adequada
Por Maria do Carmo Rebouças dos Santos, Marina Bolfarine Caixeta, Paola Romero e Silvia Zimmermann. O Brasil instituiu a Força Tarefa para o Estabelecimento da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza no âmbito do G20. Com isso, o país aproveita a oportunidade da sua presidência do Grupo das 20 maiores economias do mundo para garantir que os países priorizem essas agendas na governança global, notadamente o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 1 (Erradicação da Pobreza) e 2 (Fome Zero e Agricultura Sustentável), que são de grande interesse do Sul global.
A Midterm Conference do T20: debates, agendas e discussões
Por Alina Ribeiro. Entre os dias 1 e 3 de julho de 2024 ocorreu a Midterm Conference do Think20 (T20), um dos grupos de engajamento (GE) do G20. Os think tanks e centros de pesquisa dos membros do Grupo e países convidados se reuniram no Espaço Cultural Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) no Rio de Janeiro. O evento foi organizado pelo Centro Brasileiro de Relações Internacionais (CEBRI), Fundação Alexandre de Gusmão (FUNAG) e Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA).
O G20 no Brasil e a Geopolítica
Por Robson Coelho Cardoch Valdez. O triunfo dos Estados Unidos sobre o Bloco Soviético, no final dos anos 1980 e início dos anos 1990, alimentou no Ocidente a expectativa de que os países do então mundo subdesenvolvido (ou Terceiro Mundo) pudessem aderir de forma mais consistente ao livre mercado e demais valores caros para a nação hegemônica do sistema internacional, que guiava as diversas dimensões do processo de globalização. Contudo, esse bloco de países, com uma complexa pauta de interesses nacionais, seguiu administrando essa agenda de valores (livre mercado, democracia, direitos humanos etc.) de forma autônoma e que, em muitos casos, conflita com a visão de mundo daqueles países ocidentais que estão geográfica e ideologicamente localizados no hemisfério Norte. Mas, ao defenderem pragmaticamente seus interesses em conjunto com a agenda de interesses econômicos e geopolíticos dos países do núcleo do capitalismo internacional, o Sul Global acaba se beneficiando do apoio ou complacência desses mesmos países.
A Aliança Global de Biocombustíveis e a presidência do Brasil no G-20
Por Jefferson dos Santos Estevo, Laís Forti Thomaz e Amanda Duarte Gondim. Em outubro de 2023, durante a 18ª Cúpula do G-20 na Índia, foi lançada a Aliança Global de Biocombustíveis (AGB)[4]. O país anfitrião, então detentor da presidência rotativa do G-20, que é composto por 19 países e 2 blocos regionais, teve a oportunidade de definir os principais temas da agenda de discussão, articulados em torno de dois pilares: o Pilar Financeiro, centrado em questões econômicas, e o Pilar Sherpa, abordando uma ampla gama de tópicos da agenda internacional, como mudanças climáticas, agricultura, saúde e transição energética. O lema da cúpula indiana, “Uma Terra, Uma Família, Um Futuro”, refletia o compromisso com a proteção ambiental e a promoção de ações globalmente transformadoras em prol de um futuro mais limpo, verde e sustentável (Estevo, Ribeiro, 2024).
Possibilidades e limites para a participação social no G20 Brasil
Por Gilberto França, Alina Ribeiro e Carolina Albuquerque Silva. O Brasil assumiu a presidência do G20 Financeiro em primeiro de dezembro de 2023 e o seu mandato terminará na Cúpula que será realizada em novembro de 2024 no Rio de Janeiro. O governo Lula definiu três prioridades: combate à fome, pobreza e desigualdade; desenvolvimento sustentável; e a reforma da governança global (G20, 2024a). Uma novidade na organização do G20 no Brasil foi a criação do G20 Social, como espaço para agregar os 13 Grupos de Engajamentos (GEs) já existentes, por meio do qual ocorre a participação das Organizações da Sociedade Civil (OSC).