O que as mulheres falam quando falam de água?

Por Camila Fernandes e Camila Pierobon. Neste texto, apresentamos os principais argumentos que mobilizamos no artigo” Cuidar do outro, cuidar da água: gênero e raça na produção da cidade”, publicado na Revista Estudos Avançados (v. 37, n. 107). Partimos da constatação empírica de que a água é distribuída desigualmente pela cidade do Rio de Janeiro e pela região metropolitana. Dessa constatação, elaboramos a seguinte pergunta: quais os efeitos de classe, raça e gênero que o fornecimento diferencial de água produz na vida dos moradores de periferias urbanas? Foi para responder a esta questão que nos juntamos para escrever o artigo.

Os feminismos e as mulheres nas eleições de 2022

Por Beatriz Rodrigues Sanchez. A centralidade da questão de gênero nas eleições deste ano mostra o que nós, pesquisadoras feministas, temos apontado há tempos: o feminismo não é somente uma luta cultural, cortina de fumaça ou pauta identitária. O feminismo está no centro da disputa sobre os sentidos da democracia.

Desigualdades Raciais e de Gênero nas Eleições Brasileiras: um breve panorama

Por Beatriz M. Chaves. Nas últimas eleições brasileiras, a paridade racial e de gênero foi especialmente pautada no debate público. Apesar do tema integrar a agenda política mais recente, a demanda por ações institucionais de combate às desigualdades raciais e de gênero no processo eleitoral é longínqua e se ancora no cenário de baixa representatividade de grupos não-brancos e não-masculinos em espaços políticos cujo acesso é organizado por meio das eleições.

Pandemia, violência contra as mulheres e a ameaça que vem dos números

Por Wânia Pasinato e Elisa Sardão Colares
As primeiras notícias vieram da China: a crise sanitária provocada pela pandemia do COVID-19 e a quarentena imposta à população trouxe consigo o crescimento de denúncias de violência doméstica no país. Com base na entrevista divulgada pela rádio BBC, um periódico brasileiroiii alerta que as denúncias naquele país cresceram a partir de contatos telefônicos com ONGs que atendem vítimas de violência doméstica, registros em delegacias de polícia e através de uma hashtag criada para que vítimas e testemunhas pudessem denunciar a violência.

Resenha de: ARUZZA, Cintia; BHATTACHARYA, Tithi; FRASER, Nancy. Feminismo para os 99% – um manifesto. São Paulo: Boitempo, 2019.

Por Barbara Cristina Soares Santos
Em 8 de março de 2019, foi lançado em oito países o livro Feminismo para os 99% – um manifesto, escrito conjuntamente pelas teóricas Cinzia Arruzza, Tithi Bhattacharya e Nancy Fraser. A versão brasileira foi publicada com capa vermelha e um interior de letras e margens roxas, mostrando já nas cores a proposta principal do projeto: um feminismo radicalizado de caráter anticapitalista em resposta ao feminismo liberal que dialoga com o atual sistema neoliberal.

Raça e gênero no mercado de trabalho: a persistência das desigualdades

Por Bárbara Castro
Há um esforço contínuo nas ciências sociais e econômicas para compreender como as desigualdades sociais se produziram em nossa história e persistiram ao longo dela. As análises buscam apreender de que maneira se organizou uma profunda estrutura de desigualdades no país, avaliar a atuação de diferentes atores sociais na sua reprodução, as formas de seu enfrentamento pelo Estado e mobilizar propostas ou caminhos para buscar sua superação.