Verdades perenes, mitologias e legitimação: uma abordagem a Hans Morgenthau através de Quentin Skinner
Por Paulo Bittencourt. Partindo do meu interesse nas teorias das Relações Internacionais, e considerando o papel importante que Hans Morgenthau ocupa neste campo, o objetivo deste texto é apontar alguns dos pressupostos do autor germânico para a elaboração de seu ponto de vista sobre a política. A partir disso, viso demonstrar como sua visão é passível de uma crítica na chave daquilo que Quentin Skinner chamara, em 1969, de mitologias. Ora, tendo em vista que Morgenthau elabora sua visão da “política entre as nações” a partir da teoria política, e tendo em vista também que a história das ideias políticas – ou melhor, dos argumentos e reformulação dos argumentos políticos visando a sua legitimação (PALONEN, 1997) – é a preocupação principal de Skinner em Meaning and understanding in the history of ideas, não me parece descabido combinar esse interesse pessoal ao objeto de estudo dos autores em questão.