As contradições do “Idealismo Wilsoniano”: autodeterminação dos povos e colonialismo (parte 1)

Por Carlos Eduardo R. Landim. As guerras são eventos catastróficos que não apenas ceifam vidas e destroem propriedades, mas transformam substantivamente ordens estabelecidas fundadas em normas, ideias e percepções atuantes como consciência prática inevitável em um Sistema Internacional movido por interesses colidentes. Com a Primeira Guerra Mundial não foi diferente. Há um consenso na literatura de que esse evento sinalizou um ponto de inflexão crucial nas relações internacionais. A drástica mudança representada pelo declínio da Pax Britannica e pela ascensão dos Estados Unidos da América como líder do internacionalismo liberal conduziu a uma nova espacialização do mundo, ditado pela reconfiguração dos antigos domínios imperiais e coloniais das potências europeias.