Integralismo criou escolas para divulgar sua ideologia 

Por Ana Araújo. O Integralismo foi um movimento político de extrema-direita que defendia o ultranacionalismo, o catolicismo, o conservadorismo e o corporativismo. Os integralistas foram influenciados pelos princípios do fascismo italiano. Para divulgar sua ideologia e arregimentar adeptos, eles criaram bibliotecas, escolas, centros de pesquisa e ambulatórios (Câmara dos Deputados, 1961). Da mesma forma, os jornais integralistas atuaram como tática de recrutamento, pois funcionaram como veículos de informação e circulação de ideias do movimento. Plínio Salgado (1895-1975), fundador da Ação Integralista Brasileira (AIB) em 1932 e conhecido como “o chefe”, insistiu que o movimento deveria se preocupar com a educação e a alfabetização.

 “A vida como um dom, a maternidade como um bem, o amor como sacrifício”: a participação da mulher no Integralismo (1930 a 2020)

Por Alice Arbex. Durante as décadas de 1920 e 1930 no Brasil, o Integralismo, doutrina fundada pelo político e jornalista Plínio Salgado (1895-1975), projetou sua voz à nação com o Manifesto de 7 de Outubro de 1932 e oficializou sua luta por meio da criação de uma organização partidária, a Ação Integralista Brasileira (AIB). Com expressões marcadamente fascistas, o movimento tinha como missão somar as forças sociais e fundar o Estado Integral por meio de uma revolução espiritual, moral, intelectual e política. No século XXI, o neointegralismo reapareceu com novas roupagens, mas um interior comum, e organizou-se principalmente na chamada Frente Integralista Brasileira (FIB), reunindo os “patriotas da nossa terra” e a extrema-direita congregada em torno do líder Moisés Lima. O que mais interessa a este artigo, no entanto, são as mulheres integralistas: tanto as “patrícias” de 1930 quanto as modernas de 2020. Quais as similaridades e diferenças em relação ao papel que as mulheres ocupam hoje e ocupavam outrora dentro do movimento? De que modo contribuíram para a construção do Estado Integral e como se organiza sua militância atualmente?