Josué de Castro e a fome como problema político e estrutural

Por Adriana Salay. “O ‘profeta da fome mundial’, como seus muitos amigos gostavam de chamá-lo, está morto” (Fundação, s.d.). Josué de Castro morreu em Paris, vítima de um ataque cardíaco em 24 de setembro de 1973, aos 65 anos. Em setembro de 2023 completa-se o cinquentenário desse fatídico dia, ao mesmo tempo em que entreguei minha tese de doutorado sobre o intelectual e a formação da fome cotidiana como um problema discutido publicamente. Este texto apresenta algumas ideias desse trabalho desenvolvido no Departamento de História da USP, sob a orientação do professor Miguel Palmeira.

Josué de Castro: os vários legados de um personagem multifacetado

Por Renato S. Maluf. Sinto-me honrado em poder participar de um especial do Boletim Lua Nova que reverencia a vida e obra de Josué de Castro, uma oportunidade, ademais, muito prazerosa de percorrer e celebrar os vários legados de um personagem multifacetado que aprendemos a admirar e a nos beneficiar de seus ensinamentos. Muitas e merecidas manifestações sobre sua importância têm sido difundidas, ainda que o conhecimento sobre sua vida e obra esteja, entre nós, muito aquém do que lhe é devido. Pernambucano de nascença e brasileiro de coração, de fato um cidadão do mundo, Josué ultrapassou as fronteiras nacionais pela força de suas ideias e também pelas circunstâncias de vida que lhe foram impostas.