Propriedade e autoridade em John Locke: um estudo do Capítulo V do Segundo Tratado Sobre o Governo Civil

Por Lucas Herzog. Autor central na elaboração teórica dos princípios do liberalismo político, ou defensor da imposição de uma ordem legal baseada no chicote aos cidadãos de segunda classe? Articulador da ideia da legitimidade da autoridade política como produto do consenso, ou um crítico da fragilidade do instrumental calculista tipicamente liberal? Essas são algumas das leituras que intérpretes contemporâneos divulgaram a respeito da obra de John Locke, teórico político cujos escritos acompanharam o desenrolar do século XVII. Os diferentes diagnósticos a respeito de seus textos refletem as distintas perspectivas adotadas na compreensão dos autores clássicos. Estas variam desde interpretações anacrônicas que buscam extrair o sentido das ideias passadas a partir de expectativas ligadas ao tempo presente, até ensaios que se orientam em perspectiva oposta, ancorando o olhar sobre esses autores a partir de seu contexto histórico – tanto político quanto intelectual.