Desafios para Democratização na Venezuela: Diplomacia, Participação e lições a partir das Democracias Consolidadas
Por Matheus Botelho. Recentemente, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu na Europa com o presidente francês Emmanuel Macron para discutir a conhecida crise venezuelana. A reunião aconteceu no dia 17 de julho e contou também com a presença da vice-presidente da Venezuela e dois líderes da oposição ao atual governo . Está claro, hoje, para as potências mundiais que a tentativa de impor restrições ao regime no país não obteve sucesso. O governo de Nicolás Maduro continua no poder e com algum grau de apoio por parte dos venezuelanos.
A herança de Bolsonaro para o presidencialismo de coalizão
Por Rodney Amador. Após quatro meses do fim de seu mandato, o ex-presidente Jair Bolsonaro continua ocupando as páginas da imprensa especializada tanto quanto as falas institucionais do novo governo, presidido por Luiz Inácio Lula da Silva e seu partido, o PT. Seja no tema da reconstrução do Estado, que o novo presidente enfatizou desde a campanha, seja no perigo que muitos dos apoiadores do ex-presidente ainda representam à democracia, haja vista os atos do dia 08/01, no qual as sedes dos Três Poderes da República foram invadidas e vandalizadas. Porém, muito pouco dessas análises foram direcionadas a entender como as instituições – especificamente a relação Executivo-Legislativo – ficaram após seu governo, marcado por animosidades e francos ataques ao arranjo institucional que emergiu com a Constituição de 1988. O mesmo não aconteceu com os pesquisadores que, na medida do possível, já estão debruçados sobre o tema e têm produzido as primeiras análises sobre este tumultuado período.
O lulismo e a reabilitação do populismo
Por Marco Antonio Perruso. Nos últimos anos, no Brasil e no mundo, parece haver uma intensificação do debate em torno do populismo – o fenômeno e o conceito. Não se trata apenas da crítica ao populismo “iliberal” de direita que ascendeu, em maior ou menor grau, nos Estados Unidos, Brasil, Polônia, Hungria. Até porque verifica-se um recrudescimento autoritário genérico dentro das fronteiras, por vezes estreitas, da democracia burguesa em termos institucionais – vide os casos da Inglaterra e de Israel.
O viés social da política externa do Lula
Por Deborah M. S. Lopes. Essa breve análise sobre a assistência humanitária durante o governo Lula é fruto da síntese de um artigo meu publicado na Revista Hoplos. A motivação para escrever e pensar sobre a questão da assistência humanitária nasceu da necessidade de voltar a pensar essa estratégia como uma política externa efetiva, assim como retomar o interesse em pautas como a soberania alimentar e a aliança dos povos latinos que foram bastante enfatizadas durante o governo Lula.
Arremate! Vencer de novo e consolidar a vitória!
Por Sebastião Velasco e Cruz. Foi por muito pouco. Não liquidamos a fatura no domingo, mas alcançamos uma vitória memorável. Apesar da sórdida campanha de difamação nas redes e da tática desesperada do insulto lançado face a face em mal denominado debate, Lula venceu Bolsonaro no primeiro turno por 5 pontos percentuais e mais de 6 milhões de votos.Não aquilatamos bem o tamanho do feito se não o colocamos em perspectiva e não indicamos a natureza do embate. Em 2 de outubro Lula recebeu 48,43% dos votos válidos (o segundo melhor resultado obtido pelo PT nesta etapa da eleição presidencial, praticamente igualando o obtido por ele em 2006 (48,6%), quando conduziu a disputa em pleno exercício do mandato de Presidente.
Combate à pobreza na transição de Cardoso a Lula: uma mudança limitada pela continuidade das mesmas ideias
Por Maíra C. Juliano.Este texto se baseia em minha pesquisa de doutorado, na qual sustento que os governos Lula não alteraram significativamente a essência da política de combate à pobreza implementada por Fernando Henrique Cardoso. Apesar de apresentada como inovação, sua política se apoiou nas mesmas ideias fundamentais que guiaram as escolhas do seu antecessor.