Resenha de “Marx Selvagem”, de Jean Tible (Autonomia Literária, 2020)

Por Fábio Nogueira. Na aridez que por vezes assume o debate intelectual e acadêmico, conferindo a este o que o cantor Cazuza chamou de “museu de grandes novidades”[2], Jean Tible propõe um encontro tão improvável quanto necessário entre Marx com a América Indígena. O livro está em dividido em quatro capítulos: o primeiro dedica-se a construir o encontro de Marx com a América Indígena; o segundo analisa os escritos de Marx e Engels, em especial sobre a Comuna rural russa (mir) e os Cadernos Etnológicos, que se dedicaram às sociedades não europeias; o terceiro se concentra nos diálogos entre Marx e Clastres e, por fim, o quarto e último capítulo estuda as cosmopolíticas ameríndias.

Para pensar o materialismo histórico e dialético: implicações, confluências e tensões

Por Bruna Coelho. O artigo “Materialismo histórico e dialético: Entre aproximações e tensões”, publicado na revista Lua Nova em 2023, tem como objetivo apresentar os pressupostos do materialismo histórico e dialético na obra marxiana, compreendendo esses pressupostos como constitutivos de uma postura investigativa específica perante a realidade social. Isto é, parte-se de uma abordagem que, longe de dogmatizar essa obra e apreendê-la a partir de pressupostos estanques, trata de pensá-la em sua dinamicidade e em suas chaves de interpretação das relações sociais.