Erradicação da Pobreza: um objetivo sustentável?

Por Maria Clara Oliveira e Paula Duarte Lopes. Em 1992, 17 de outubro passou a ser conhecido como o Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza pela Organização das Nações Unidas (ONU). Em 1997, a ONU declarou a década 1997-2006 como sendo dedicada à Erradicação da Pobreza. Como em várias outras temáticas, uma Segunda Década de Erradicação da Pobreza foi declarada (2008-2017), bem como uma Terceira Década de Erradicação da Pobreza (2018-2027). Simultaneamente, a erradicação da pobreza extrema fazia parte do Objetivo de Desenvolvimento do Milênio 1, conjuntamente com a erradicação da fome (2000-2015). Já no quadro dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (2015-2030), a erradicação da pobreza extrema e a diminuição da pobreza em geral tornaram-se um objetivo autônomo (ODS1). Dedicar um dia específico a esta temática, três décadas e um objetivo e meio de desenvolvimento sinaliza a relevância que a erradicação da pobreza tem assumido na agenda internacional.

A financeirização da pobreza durante o governo Temer

Por Guilherme F. Benzaquen. A cada mês, as pesquisas sobre endividamento familiar no Brasil garantem manchetes nos principais jornais por conta de seus números expressivos. Algumas vezes essas notícias são acompanhadas de julgamentos morais e da promoção da “educação financeira”. Porém, parece-me insuficiente procurar a interpretação ou explicação desse processo em propensões individuais, abstraindo o que nelas há de social. Por mais que me pareça simplista, pode até existir um componente de “irresponsabilidade” ou “falta de educação” nesses sujeitos endividados – como apregoa uma parte da literatura sobre “educação financeira”. Mas, se o processo é social, há algo a ser dito para além das acusações morais de que “o pobre compra por impulso” e “gasta com aquilo que não precisa”.

Entrevista com a profa. Walquíria Leão Rego (Ciência Política – Unicamp)

Por Camila Góes e Thais Pavez
Desde junho de 2013, quando foi lançado, o livro Vozes do Bolsa Família (ed. Unesp) tem suscitado uma quantidade enorme de debates entre pesquisadores e figuras públicas (cf. Leão Rego; Pinzani, 2014). Um dos motivos para tamanho alcance pode ser atribuído à particularidade oferecida pela junção de análises qualitativas e reflexões teóricas presentes na obra.