O gigante acordou: as manifestações de junho de 2013 e a oposição industrial ao governo Dilma
Por Nicole Herscovici. Dilma Rousseff assumiu a cadeira presidencial em um momento em que as crises econômica e política chegavam à superfície ao redor do mundo. No ano de 2011, a zona do Euro foi fortemente atingida pela crise originada em 2008 nos EUA; paralelamente, eclodia a Primavera Árabe, uma série de manifestações de rua derrubaram governos autoritários como na Tunísia e Egito. Em terras tupiniquins, contudo, se experimentava estabilidade política e econômica. A presidenta gozava de alta aprovação popular e avançava com uma política econômica heterodoxa, que apostava na reindustrialização como forma de combater a tendência de desaceleramento econômico e fomentar o desenvolvimento do país. As brisas favoráveis duraram pouco.
Eleições de 2022 e a presidencialização das disputas estaduais
Por Vitor Vasquez. De 1994 a 2014, o Partido dos Trabalhadores (PT) e o Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) protagonizaram as eleições presidenciais no Brasil. No entanto, a competição entre os dois não se restringiu ao âmbito federal, pois ajudou a estruturar também as estratégias de candidatura para os governos estaduais (BRAGA, 2006; CORTEZ, 2009; LIMONGI; CORTEZ, 2010; MELO, 2007; MELO; CÂMARA, 2012; MENEGUELLO, 2010; SANDES-FREITAS, 2015). O fim dessa estabilidade da competição para a presidência da República ocorreu em 2018, quando PT rivalizou a disputa não com o PSDB, mas com o Partido Social Liberal (PSL), ao qual era filiado Jair Bolsonaro.
China, PT e o socialismo
Por Pedro Giovannetti Moura. É a partir da resolução da disputa interna do Partido Comunista da China (PCCh) após a morte de Mao Zedong, em 1976, com o apontamento de Deng Xiaoping como seu sucessor e principal liderança da República Popular da China (RPC), que é possível demarcar um conjunto de transformações econômicas significativas no país – como fiz em artigo recentemente publicado na Revista Princípios, “Deng Xiaoping na Vila Euclides. As reformas chinesas de 1978 e o Partido dos Trabalhadores”. Nele, argumento que tais reformas representam um impacto, simultaneamente, no desenvolvimento chinês, na geopolítica global e na própria trajetória do pensamento socialista mundial.