Violência letal no Brasil: as vítimas são negras, mas o crime nunca é por raça

Por Andréa Lopes da Costa. O racismo é um organizador silencioso das relações sociais e seu impacto é como um espectro: se por um lado todos afirmam que ele existe, por outro poucos confirmam ter visto. Fácil de reconhecer na agressão verbal, mas dificilmente reconhecido como catalisador para conflitos sociais diversos, como a violência letal contra pessoas negras. No Brasil, o racismo se mantém por meio de um sofisticado mecanismo de “desracialização” da realidade, de tal forma que, utilizando ironia: mesmo quando as vítimas são recorrentemente negras, o crime nunca é por raça.
Desigualdades Raciais e de Gênero nas Eleições Brasileiras: um breve panorama

Por Beatriz M. Chaves. Nas últimas eleições brasileiras, a paridade racial e de gênero foi especialmente pautada no debate público. Apesar do tema integrar a agenda política mais recente, a demanda por ações institucionais de combate às desigualdades raciais e de gênero no processo eleitoral é longínqua e se ancora no cenário de baixa representatividade de grupos não-brancos e não-masculinos em espaços políticos cujo acesso é organizado por meio das eleições.
Estudantes e docentes negras/os nas instituições de ensino superior: em busca da diversidade étnico-racial nos espaços de formação acadêmica no Brasil
Por Flavia Rios e Luiz Mello
A história das Ações Afirmativas no Brasil nos mostra que o enfrentamento das severas e persistentes desigualdades raciais só se tornou viável na medida em que o país passou a produzir e divulgar dados institucionais sobre cor de forma transparente, periódica e sistemática.
Histórias para confrontar gente grande
Por Flavia Rios
No carnaval passado, a Estação Primeira da Mangueira abalou a Sapucaí com o samba-enredo Histórias para ninar gente grande em que dizia cantar “A história que a História não conta”, seguindo uma tradição importante do samba brasileiro de crítica social e de transmissão de memória coletiva.
Raça e gênero no mercado de trabalho: a persistência das desigualdades
Por Bárbara Castro
Há um esforço contínuo nas ciências sociais e econômicas para compreender como as desigualdades sociais se produziram em nossa história e persistiram ao longo dela. As análises buscam apreender de que maneira se organizou uma profunda estrutura de desigualdades no país, avaliar a atuação de diferentes atores sociais na sua reprodução, as formas de seu enfrentamento pelo Estado e mobilizar propostas ou caminhos para buscar sua superação.