Nozick e a crítica à noção de “justiça distributiva”
Por Caio Motta. Anarquia, Estado e Utopia (1974), de Robert Nozick, é amplamente reconhecido como um dos textos mais importantes da filosofia política do século XX. Sua relevância se mantém, não apenas pelo rigor filosófico, mas também porque suas conclusões morais e políticas desafiam as posições predominantes entre os filósofos políticos acadêmicos, especialmente aqueles inclinados a teorias distributivas de justiça. Paradoxalmente, o rigor intelectual que torna a obra de Nozick amplamente reconhecida também é o principal motivo pelo qual tantos se sentem compelidos a refutá-la.
50 anos de Anarquia, Estado e Utopia: Robert Nozick e a coragem de mudar de ideia
Por Julia Sichieri Moura. Há 50 anos Robert Nozick publicava o livro Anarquia, Estado e Utopia (1974). Conforme nos mostra Thomas Nagel no prefácio da edição de 2013, o livro foi escrito em um período de transformação e ebulição teórica no âmbito da filosofia moral e política estadunidense e no contexto de uma geração de acadêmicos e acadêmicas influenciados pelos escritos de John Rawls sobre justiça social e além do contexto político da época (NAGEL, 2013).
Nozick, Hayek e os fundamentos do libertarianismo
Por Gabriel de Matos Garcia. No ano de 2024, a publicação da obra Anarquia, estado e utopia (1974), de Robert Nozick, completa seu aniversário de 50 anos. Ao longo desse período, essa obra se consolidou como um clássico da teoria política contemporânea, sendo analisada, principalmente, como um importante contraponto a Uma teoria da justiça, publicada por John Rawls três anos antes.
A resposta de John Rawls às críticas libertarianas de Robert Nozick
Por Ulysses Ferraz. Na concepção de Rawls, todos os cidadãos são autônomos para perseguir suas concepções razoáveis de bem e possuem uma responsabilidade social de cooperar para a construção de uma sociedade justa em que cada um de seus membros seja tratado substantivamente como livre e igual. Isso produz uma circularidade virtuosa em que a reciprocidade entre cidadãos livres e iguais assegura a autonomia individual que, por sua vez, reforça a cooperação social.
O conceito de propriedade e a liberdade econômica em John Rawls
Por Ulysses Ferraz. Sem a institucionalização de um princípio como o da diferença, que garanta o valor equitativo das liberdades básicas – associado à garantia de um mínimo social substancial capaz de prover uma cesta de bens primários suficientes para uma vida digna -, as liberdades formais, ainda que necessárias, tendem a ser reduzidas a uma ilusão em que apenas os mais favorecidos economicamente podem desfrutá-las. Em suma, para Rawls, o que viola as liberdades fundamentais é não se comprometer a garanti-las pelo seu valor equitativo.