A mulher na recepção da sociologia no Brasil: um estudo a partir de Tobias Barreto, Tito de Castro e Florentino Menezes
Por Ivan F. Barbosa, Anna Kristyna Barbosa e Moisés Cruz Souza. Tobias Barreto, Tito Lívio de Castro e Florentino Teles de Menezes são nomes pouco conhecidos na história do pensamento sociológico no Brasil. São intelectuais à margem do cânone e que tiveram uma influência não muito marcante nos desenvolvimentos subsequentes desta disciplina no país. O estudo atento das suas obras, no entanto, pode nos levar a questões de pesquisa instigantes e a uma compreensão mais aprofundada a respeito do desenvolvimento do pensamento especializado sobre a sociedade brasileira e a maneira como esse pensamento se relaciona com os poderes dominantes em cada época e contexto.
As leituras do empresário industrial de Fernando Henrique Cardoso
Por Daniela Costanzo Rafael Marino. A obra que resultou da tese de livre-docência do sociólogo Fernando Henrique Cardoso, publicada em livro em 1964 com o título Empresário Industrial e Desenvolvimento Econômico no Brasil, continua despertando debates, leituras e interpretações. À época da publicação isso já aconteceu, visto que o livro oferecia uma nova leitura sobre as possibilidades de uma aliança entre forças progressistas e a burguesia industrial – saída política até então trazida à baila, principalmente, pelo Partido Comunista Brasileiro (PCB) – e, ainda, fornecia o que poderia ser lido como uma interpretação ao golpe militar de 1964. Recentemente, a obra de FHC foi retomada por André Singer (2015; 2018) para explicar a derrocada do que chamou de ensaio desenvolvimentista de Dilma Rousseff. Tal utilização da tese de Cardoso despertou novos debates sobre o empresário industrial no Brasil.
A Vaza Jato como objeto sociológico
Por Amanda Lima e Lucas Pilau. “Por que a Vaza Jato não se tornou um escândalo político?”. Atentos aos noticiários e ao conteúdo das reportagens publicadas pelo The Intercept Brasil a partir de junho de 2019, essa foi a primeira questão que levantamos em nosso esforço de pensar a série de reportagens denominada Vaza Jato como objeto sociológico. Tendo observado a ausência de uma produção nas Ciências Sociais sobre esse importante evento do mundo político, começamos a elaborar um plano de trabalho que fosse capaz de tratar dos impactos da Vaza Jato e de seus desdobramentos. Mas como fazer isso?
Saúde, desenvolvimento e interpretações do Brasil: uma análise da perspectiva sociológica de Carlos Alberto de Medina
Por Carolina A. Gomes de Brito e Thiago da C. Lopes. Em artigo publicado no número 115 da revista Lua Nova, intitulado “Saúde, desenvolvimento e interpretações do Brasil: uma análise da perspectiva sociológica de Carlos Alberto de Medina”, os autores analisam o pensamento de Carlos Alberto de Medina e sua inserção no campo das ciências sociais no Brasil. Assim, indicam como a obra e a trajetória do sociólogo, ainda pouco conhecidas e estudadas, constituem uma rica fonte para a compreensão dos debates, característicos dos anos 1950 e 1960, sobre as relações entre doença, pobreza, subdesenvolvimento e autoritarismo.
Descentramento, política e mídias digitais: contribuições da Sociologia do Inconsciente
Por Samira Feldman Marzochi. Em vez de privilegiar o modus operandi dos aplicativos e plataformas digitais, a análise da subjetivação política contemporânea exige que pesquisadores e pesquisadoras se situem um pouco além das propriedades e dinâmicas dos softwares, no intuito de resistir à colonização da sociologia pelos imperativos tecnológicos. Embora o funcionamento, a capitalização, o alcance e a potencialidade das mídias devam ser considerados, é preciso evitar a sobrevalorização da tecnologia na análise.
Contenção de crises no Brasil e seus reflexos no mundo do trabalho sob as lentes da sociologia
Por Maurício Rombaldi
O texto abaixo é parte de uma série de boletins sequenciais sobre o coronavírus e as Ciências Sociais que será publicada ao longo das próximas semanas. Trata-se de uma ação conjunta, que reúne a Associação Nacional de Pós-Graduação em Ciências Sociais (ANPOCS), a Sociedade Brasileira de Sociologia (SBS), a Associação Brasileira de Antropologia (ABA), a Associação Brasileira de Ciência Política (ABCP) e a Associação dos Cientistas Sociais da Religião do Mercosul (ACSRM). Nos canais oficiais dessas associações estamos circulando textos curtos, que apresentam trabalhos que refletiram sobre epidemias. Esse é um esforço para continuar dando visibilidade ao que produzimos e também de afirmar a relevância dessas ciências para o enfrentamento da crise que estamos atravessando. Acompanhe e compartilhe!