Theodor Adorno e o jazz: desfazendo confusões através de um recorte histórico
Por Lucas Fiaschetti Estevez. Dentre os inúmeros temas abordados na vasta obra de Theodor W. Adorno, a sua análise a respeito do jazz suscitou um amplo e acalorado debate. As primeiras considerações do autor a respeito surgem pontualmente em alguns de seus escritos dos anos 1920 e passam gradativamente a ocupar um lugar central em sua obra na década seguinte, como em Adeus ao Jazz (1933) e Sobre o Jazz (1936). Desde então, sua análise desse gênero musical pode ser encarada como um momento daquele diagnóstico a respeito da padronização da cultura e sua colonização pela lógica mercantil, que encontraria sua exposição mais famosa em A Indústria Cultural: O Esclarecimento como Mistificação das Massas (1944). Nas décadas seguintes, Adorno ainda voltou a tratar do jazz de forma mais detida em Moda intemporal – Sobre o Jazz (1953) e em seus cursos de Sociologia da Música (1961-62).