Rua das Mulheres-Mãe

Por Lucas Gabriel F. Costa. Esse conto teve sua primeira versão escrita como uma atividade da disciplina “Tópicos Avançados: Trabalho e Sociedade” que cursei no mestrado em Sociologia na Universidade Federal de Goiás, em 2021. Motivado pela oportuna e feliz notícia sobre o tema da redação do ENEM de 2023, “Desafios para o Enfrentamento da Invisibilidade do Trabalho de Cuidado Realizado pela Mulher no Brasil”, busquei revisar e ampliar umas das poucas incursões criativas que a faculdade me permitiu fazer sentado na cadeira de “aprendiz de cientista”.

Gênero é justo? Reflexões sobre o trabalho “invisível” no ambiente doméstico e justiça na obra de Susan Okin

Por Júlia Hirschle, Lidiane Vieira e Mariane Matos. O trabalho na esfera doméstica dificilmente é compreendido e valorizado enquanto tal. As atividades repetitivas que implicam a reprodução da vida, também, dificilmente são remuneradas. Ninguém nos paga por lavar nossas roupas e de nossa família, limpar o chão das nossas casas e cozinhar diariamente para todos. No entanto, nenhum de nós é capaz de viver sem que essas tarefas sejam cumpridas. Por isso, o trabalho no ambiente doméstico é invisível: está presente no nosso cotidiano, mas ocupa um não-lugar. Isto decorre do fato de que não o enxergamos como um trabalho produtivo, mas seria possível pensar a organização e o andar da economia e do mundo do trabalho formal na ausência de pessoas responsáveis pelas atividades domésticas?

Juventude e trabalho na pandemia da covid-19: A experiência dos “bike-entregadores” de aplicativos de delivery

No início de 2020, quando a Organização Mundial da Saúde (OMS) decretou que a covid-19 havia se transformado em uma pandemia global, já era possível prever que o período vindouro traria mudanças em diversos âmbitos da vida social. A situação gerou impactos sobre as populações nas diversas partes do globo, tais como medidas de isolamento e distanciamento social, e intensificou as desigualdades em vários setores para além da saúde.

Pandemia e Renda Básica Universal. Emergência conjuntural, governabilidade sistêmica ou consenso pós-trabalho?

Por Luis Fernando Ayerbe
Na atual crise deflagrada pela pandemia do corona vírus, um aspecto diferenciado na resposta dos Estados, dos organismos financeiros multilaterais e de elites orgânicas do globalismo neoliberal, é o reconhecimento da necessidade e urgência na implementação de mecanismos de renda mínima para os setores mais pobres que vivem na informalidade ou que vão sendo afetados pela perda de empregos.

Contenção de crises no Brasil e seus reflexos no mundo do trabalho sob as lentes da sociologia

Por Maurício Rombaldi
O texto abaixo é parte de uma série de boletins sequenciais sobre o coronavírus e as Ciências Sociais que será publicada ao longo das próximas semanas. Trata-se de uma ação conjunta, que reúne a Associação Nacional de Pós-Graduação em Ciências Sociais (ANPOCS), a Sociedade Brasileira de Sociologia (SBS), a Associação Brasileira de Antropologia (ABA), a Associação Brasileira de Ciência Política (ABCP) e a Associação dos Cientistas Sociais da Religião do Mercosul (ACSRM). Nos canais oficiais dessas associações estamos circulando textos curtos, que apresentam trabalhos que refletiram sobre epidemias. Esse é um esforço para continuar dando visibilidade ao que produzimos e também de afirmar a relevância dessas ciências para o enfrentamento da crise que estamos atravessando. Acompanhe e compartilhe!

Trabalho, siderurgia e ação coletiva na Amazônia Oriental brasileira

Por Marcelo Sampaio Carneiro e José Ricardo Ramalho
A Amazônia Oriental brasileira, desde meados do século XX, tem passado por diferentes processos de intervenção econômica associados a projetos de desenvolvimento. Com o objetivo de industrializar a região, a implantação de polos siderúrgicos nos municípios de Açailândia (MA) e Marabá (PA) representou uma das iniciativas mais importantes da ação estatal, com desdobramentos complexos em termos de relações econômicas e sociais.

Raça e gênero no mercado de trabalho: a persistência das desigualdades

Por Bárbara Castro
Há um esforço contínuo nas ciências sociais e econômicas para compreender como as desigualdades sociais se produziram em nossa história e persistiram ao longo dela. As análises buscam apreender de que maneira se organizou uma profunda estrutura de desigualdades no país, avaliar a atuação de diferentes atores sociais na sua reprodução, as formas de seu enfrentamento pelo Estado e mobilizar propostas ou caminhos para buscar sua superação.