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Início > Colonialidade, Racialidade, Punição e Reparação nas Américas (Séculos XIX-XXI)

Memória, justiça e reparação: povos africanos e afro-brasileiros

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Júlia Batista Bernardes Farias [1]

25 de julho de 2025

***

Esta série especial do Boletim Lua Nova reúne reflexões críticas elaboradas por graduandas, mestrandas e doutorandas selecionadas por meio de edital de monitoria que acompanharam o Colóquio Internacional “Colonialidade, Racialidade, Punição e Reparação nas Américas (Séculos XIX-XXI)”, realizado de 26 a 29 de novembro de 2024, com financiamento do Instituto Beja, no Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo (IEA-USP). Longe de exercerem funções estritamente logísticas, essas pesquisadoras transformaram o Colóquio em um laboratório de formação acadêmica e política: acompanharam os debates, dialogaram com as/os palestrantes e produziram textos de relato‑reação que combinam descrição empírica e análise conceitual das mesas‑redondas. O texto que a leitora ou o leitor tem em mãos é fruto desse trabalho coletivo.

***

A mesa-redonda intitulada “Memória, justiça e reparação: povos africanos e afro-brasileiros” integrou a programação do Colóquio Colonialidade, Racialidade, Punição e Reparação nas Américas (séculos XIX-XX), realizado em 29 de novembro de 2024, das 17h30 às 19h, na Sala Alfredo Bosi, em formato on-line. Com mediação de Júlia Batista Bernardes Farias (mestranda no Programa de Pós-Graduação em Literatura Brasileira do DLCV-USP) e apoio da monitora Stefani Souza Silva, a mesa contou com a participação de três pesquisadores de destaque: Fernanda Thomaz, integrante da Comissão da Memória e da Verdade sobre a Escravidão e o Tráfico Transatlântico de Pessoas; Handel Wright, professor da University of British Columbia (UBC); e Fábia Ribeiro, pesquisadora do Núcleo de Estudos Africanos e Afro-Brasileiros da UNIFESP. O encontro promoveu diálogos relevantes sobre memória, justiça e políticas de reparação em contextos transnacionais, a partir de diferentes perspectivas acadêmicas e militantes.

Fernanda Thomaz abriu a discussão salientando que o debate sobre reparação, embora intenso no plano internacional, ainda é incipiente no Brasil. Como exemplo das discussões estrangeiras, mencionou comissões de reparação instaladas na África e nas Américas, destacando a primeira delas, criada em 1993, na Nigéria. Citou outras iniciativas externas para evidenciar a lentidão das movimentações nacionais. No Brasil, lembrou o episódio de 2023 em que o movimento negro, juntamente com o Ministério Público, apresentou documento contra o Banco do Brasil, denunciando sua participação no financiamento do tráfico negreiro e do regime escravista. Segundo Thomaz, esse caso recolocou o tema da reparação na pauta pública, ainda que de modo tímido.

Na sequência, a pesquisadora defendeu o reconhecimento como passo fundamental para viabilizar a reparação. Para ela, reconhecimento constitui princípio político, filosófico e moral do processo reparatório; sua ausência perpetua a invisibilização das violações. Assinalou, porém, que um pedido de desculpas representa apenas um gesto preliminar, existindo múltiplas formas de reconhecimento. Ressaltou também a memória como elemento construtor da identidade e instrumento de reparação, concluindo que esta funciona como cura para as pessoas vitimadas.

Handel Wright foi o segundo expositor[2]. Iniciou sua argumentação apontando que o Canadá, apesar de se promover mundialmente como nação acolhedora—altas taxas de imigração, recepção de refugiados e relações inter-raciais—é, histórica e contemporaneamente, institucionalmente racista e antinegro. Para Wright, o racismo antinegro canadense caracteriza-se por mecanismos de negação, apagamento e esquecimento.

Em seguida, discutiu o “lado obscuro” do país e as estratégias narrativas construídas pelas elites. Segundo o professor, a celebrada diversidade cultural constitui, na realidade, um “mosaico vertical”: brancos anglófonos ocupam posições privilegiadas, ao passo que povos racializados, negros e indígenas, permanecem na base. Recordou que o Canadá foi historicamente orientado por ideais xenofóbicos e de embranquecimento, expressos, por exemplo, em restrições imigratórias que aceitavam pessoas asiáticas apenas como força de trabalho ou barravam a entrada de judeus durante e imediatamente após o Holocausto.

Na sequência, Wright mencionou uma série de episódios históricos — como a proibição da entrada de imigrantes africanos no início do século XX e a demolição de bairros negros —, bem como manifestações do racismo antinegro canadense (institucional, individual e social), que se expressam de forma sutil e insidiosa. Ressaltou, ainda, o esquecimento deliberado da escravização indígena e negra no Canadá, temas praticamente ausentes nos currículos escolares. Outro exemplo de apagamento foi o caso de Viola Desmond, que, à semelhança de Rosa Parks, recusou-se a ceder seu assento a uma pessoa branca em 1946, antecedendo o episódio norte-americano. Wright observou que, mesmo durante o Mês da História Negra (fevereiro), o país celebra mais figuras dos Estados Unidos do que do próprio Canadá.

No ambiente universitário, nota-se um modus operandi racista: além de o corpo discente e docente ser majoritariamente branco, o conhecimento acadêmico é construído quase exclusivamente a partir de referenciais eurocêntricos. Sobre a presença negra nas universidades canadenses, Wright citou ativistas acadêmicos como Scruff Mouth e David Chariandy. O próprio pesquisador se define como ativista acadêmico e listou diversas organizações e iniciativas com as quais colabora, dentro e fora da universidade, tais como: Conselho da Cidade de Vancouver para o Mês da História Negra; Conselho Externo da Cidade de Vancouver sobre Diversidade; Conselho Comunitário do Ministério da Educação da Colúmbia Britânica sobre Educação Antirracista, no qual também co-edita livros; Co-presidente do Grupo de Trabalho da Universidade da Colúmbia Britânica sobre Antirracismo e Excelência Inclusiva, etc. Concluiu sublinhando que as instituições precisam promover mudanças progressivas e que as universidades devem criar espaços para a negritude em todas as instâncias e setores.

A última exposição coube a Fábia Ribeiro, que estabeleceu pontos de convergência entre as apresentações anteriores e reforçou a necessidade de uma reparação efetiva, pois a escravidão constitui um “passado-presente”. Segundo Ribeiro, Brasil e Canadá demandam medidas afirmativas mais contundentes, visto que, em ambos, a supremacia branca resiste à implementação dessas políticas, voltadas a combater o apagamento das memórias africana e indígena. No âmbito acadêmico brasileiro, ela destacou igualmente a escassez de pessoas negras nas universidades. Na educação básica, lembrou a relevância da Lei 10.639/2003, mas apontou que muitos docentes se recusam a incorporá-la ao planejamento pedagógico. Concluiu enfatizando a urgência de uma educação antirracista profunda, eficaz e abrangente em todas as esferas sociais.

A mesa-redonda “Memória, justiça e reparação: povos africanos e afro-brasileiros” — realizada no Colóquio Colonialidade, Racialidade, Punição e Reparação nas Américas — proporcionou reflexões sobre os desafios e caminhos para a reparação histórica das violências cometidas contra populações negras e indígenas no Brasil e no Canadá. Fernanda Thomaz evidenciou a urgência do reconhecimento como base moral e política da reparação, citando iniciativas internacionais, como as comissões de reparação em África e na Ásia, sendo a Nigéria a pioneira; e um caso brasileiro recente que recoloca o tema em pauta, a saber, o inquérito civil instaurado pelo Ministério Público Federal (MPF), em 2023, para apurar a participação do Banco do Brasil no financiamento do tráfico de pessoas escravizdas e da escravidão. Handel Wright problematizou a imagem positiva do Canadá ao revelar seu racismo estrutural e o apagamento das memórias negra e indígena, inclusive no meio acadêmico. Fábia Ribeiro articulou os contextos discutidos, frisando que a escravidão ainda se manifesta no presente e que políticas de reparação e educação antirracista são fundamentais e devem ser aprofundadas em todas as esferas sociais. A mesa, portanto, sublinhou a centralidade da memória, do reconhecimento e da justiça na construção de sociedades verdadeiramente igualitárias.

* Este texto não reflete necessariamente as opiniões do Boletim Lua Nova ou do CEDEC. Gosta do nosso trabalho? Apoie o Boletim Lua Nova!


[1] Mestranda no Programa de Pós-graduação em Literatura Brasileira do DLCV-USP com bolsa CAPES), com o apoio da monitora Stefani Silva Souza (graduanda em Música na ECA-USP).

[2] Handel Wright fez a sua fala seguindo uma apresentação em slides e lendo um ensaio originalmente escrito em inglês. O conteúdo desta apresentação foi gentilmente traduzido para o português e disponibilizado via QR Code para quem estivesse na plateia como ouvinte. O documento pode ser acessado no seguinte link: https://docs.google.com/document/d/1q_8CbNg6c55sXFNhl9Dslw4Sbwa-AJ8t/edit . Acessado em 09/12/2024.

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