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Início > Meio Ambiente e Migrações

Entre Pragmatismo e Esperança: Ecos do I Diálogos Ecopolíticos

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Felipe Sá[1]

Amauri Fernandes Jr.[2]

28 de julho de 2025

Organizar um evento socioambiental, de abordagem crítica e com a nossa “cara”, era um sonho que começou a ser melhor desenhado há cerca de um ano. Foram meses de muito trabalho para que os Diálogos Ecopolíticos ganhassem forma nos andares do prédio da antiga reitoria da UNESP na Praça da Sé, número 108, São Paulo. Como parte das comemorações dos 10 anos do Grupo de Estudos em Política e Direito Ambiental Internacional (GEPDAI)[3], Felipe Sá, um dos integrantes do coletivo, propôs, ainda no segundo semestre de 2024, que organizássemos um evento no mês em que se comemora o dia mundial do meio ambiente (junho).

O momento é oportuno. O ano de 2025 marca a retomada do papel brasileiro nos fóruns ambientais e climáticos, sendo o ano seguinte à presidência do Brasil no G20 e quando nos preparamos para receber a COP30[4] em Belém, no estado do Pará. Já se passaram 33 anos desde a Rio-92, evento que lançou as bases do regime climático internacional contemporâneo. Em 2025, também se celebra o décimo aniversário do Acordo de Paris, desenhando um momento decisivo para debatermos os rumos que queremos seguir enquanto humanidade, diante das responsabilidades pelos nossos impactos no planeta.

O contexto doméstico não é menos complexo e aponta para a urgência das negociações socioambientais: a tragédia climática no estado do Rio Grande do Sul, o debate sobre o Marco Temporal e a demarcação de Terras Indígenas, as secas na Amazônia e os incêndios em diversos biomas são alguns exemplos. Encarar esses desafios tem sido árduo diante de um parlamento conservador e um governo que foi popularmente construído por uma plataforma progressista, mas que precisou formar uma frente ampla, em nome da democracia, para ser eleito e ter o mínimo de governabilidade. Isso não é diferente internacionalmente, ao observarmos o fortalecimento da extrema direita e do negacionismo, também climático, o que acentua contradições internas (ao considerar explorar petróleo na foz do Amazonas, sediando a COP30 em Belém, e.g.), constrangendo as capacidades do Brasil de articular soluções para as policrises que enfrentamos.

A partir dessa conjuntura, como conceber um evento interessante e relevante, capaz de promover conversas que captem a complexidade desses desafios e que, ainda, sejam propositivas? Optamos por propor um espaço de diálogo que permitisse reunir uma pluralidade de cosmovisões baseadas em perspectivas dos estudos críticos e anticoloniais sobre a relação entre seres humanos e natureza. Assim, nasceram os Diálogos Ecopolíticos – Simpósio Interdisciplinar de Estudos Ecopolíticos Críticos com o lema “Aterrar o presente, semear o futuro: permanecendo vivo no capitaloceno”. Ao longo de três dias, assistimos e debatemos um filme da Mostra Ecofalante, tivemos uma oficina, cinco mesas e cinco Áreas Temáticas, com apresentações distribuídas em dois dias.

 Iniciamos o evento com a exibição do documentário “Escute: a terra foi rasgada” (direção de Cassandra Mello e Fred Rahal, 88 min., 2023), em parceria com a Mostra Ecofalante. Organizado em três atos, a produção apresenta os povos Yanomami, Munduruku e Mebengokre (Kayapó), expõe o impacto do garimpo em seus viveres e em seus territórios, bem como a aliança que formaram buscando enfrentar o problema. Pudemos ver e aprender como esses povos vivem uma relação integrada e intrínseca com a natureza, a terra-floresta, na qual o individualismo preconizado pela modernidade não tem vez. Em seguida, moderamos um debate que buscou trazer a discussão para perto, pensando como nossas vidas nas cidades impactam esses territórios tão distantes, o que nos ajudou a entender como nossos modos de vida estão interligados. A exibição do longa-metragem definiu o tom do evento: inspirados nas falas de lideranças de povos da oralidade, que exigem respeito e apoio, qual é o nosso papel frente a um mundo movido majoritariamente pelo lucro e pelas folhas tristes, como chamam “dinheiro” os Mebengokre?

Em seguida, oferecemos a oficina sobre direitos da natureza da Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP) MAPAS, conduzida por Vanessa Hasson, com apoio de Sofia Hosni. A primeira parte iniciou-se com um panorama sobre o começo da MAPAS e toda sua trajetória de polinização indireta, baseada no diálogo com povos originários e comunidades tradicionais para incorporar suas perspectivas em políticas públicas. Apesar dos obstáculos burocráticos, a MAPAS participou ativamente de processos que reconheceram juridicamente elementos da natureza, como rios e ondas, assegurando-lhes direitos próprios. A segunda parte mergulhou profundamente na discussão sobre quem somos nós, enquanto seres humanos, senão parcelas da natureza. A discussão sobre a memória quase espiritual do ser humano, enquanto parte de suas comunidades, levou à atividade imersiva de modelagem em argila conduzida por Vanessa e Sofia, em que fomos guiados a revisitar sentimentos inatos e brutos sobre nosso contato com a natureza, com o vazio e com a realidade à nossa volta.

Encerramos o dia com uma mesa de abertura conduzida por Mauricio e Naty, respectivamente das etnias Terena e Pataxó. Em suas falas, nossos convidados apresentaram perspectivas indígenas sobre direitos socioambientais, considerando-os como inatos, uma vez que não há separação entre humanos e os demais seres, vivos ou não. O debate abordou a violência epistêmica vivida por povos originários no ambiente acadêmico enquanto povos ágrafos, como mencionou Naty, e a necessidade da academia ouvir quem fala. Maurício e Naty trouxeram suas experiências de vida, em que suas etnias ou lhes eram exigidas como performance, ou invalidadas caso não atendessem às expectativas alheias de ocidentalidade. Também relataram como a vivência nos territórios é atravessada pelo Ocidente de diversas maneiras, seja pelo constante perigo no genocídio que se segue há mais de 500 anos, seja pela presença de outras crenças e religiosidades.

Encerramento do primeiro dia de evento com a palestra de Mauricio e Naty (ao centro).

(Foto: Divulgação/GEPDAI)

O segundo dia de Diálogos Ecopolíticos começou com as apresentações de trabalhos e, à tarde, contou com Letícia Leobet, Wagner Ribeiro e Terra Budini, sob a moderação de Helena Margarido, para debater os Caminhos para a COP30 com pragmatismo, mas esperança. O diálogo intergeracional foi enriquecedor. Letícia, representante do Geledés – Instituto da Mulher Negra, destacou a importância da luta por garantia de direitos nas Conferências das Partes e a professora Terra (PUC-SP) complementou, salientando a importância das florestas para o alcance das metas globais de mitigação. O professor Wagner contribuiu lançando uma pergunta candente: por que gastamos tanto com extermínio e tão pouco com a conservação do nosso planeta? Diante do genocídio em curso contra o povo palestino,  a pergunta se faz muito atual.

Encerramos o dia com a palestra “Direitos da Natureza e o Pluriverso”, ministrada pela professora Amaya Escobari, que veio diretamente da Universidade de Antioquia, em um bate-e-volta apenas para estar conosco. Nessa ocasião, fomos provocados a treinar o olhar para poder enxergar os direitos da natureza. A professora Amaya aprofundou nosso entendimento do todo natural, de suas vitalidades e importâncias, não como recursos, mas como elementos consonantes com nós mesmos. Além de confortar corações aflitos em relação ao desencontro entre Relações Internacionais e pesquisas socioambientais, resultado de uma academia orientada pelas ciências “duras”, a professora Amaya nos fez refletir — ao se recordar de uma resposta que deu em certa ocasião, quando foi interrogada por um interlocutor sobre a complexidade que distanciava essa mesma pessoa das questões pluriversais — “qual é a necessidade de ter controle?”

Encerramento do segundo dia de evento com a palestra da professora Amaya (ao centro).

(Foto: Divulgação/GEPDAI)

Um de nossos objetivos era mostrar que a luta contra a crise climática é interseccional: lutar por terra, comida e trabalho é também lutar pelo clima. Por isso, organizamos uma mesa com representantes dessas causas, aparentemente isoladas, mas profundamente conectadas. Assim, na penúltima mesa do evento, intitulada “Justiça Climática como lente para a luta por terra, comida e trabalho”, reunimos Jade Percassi, doutora em Educação (USP) e formadora do MST, Thiago Lima (UFPB), pesquisador em Soberania Alimentar, e Eduardo Rezende Pereira (UNICAMP), pesquisador da área sindical. A mesa ofereceu contribuições diversas e apontou que a elevação da fome enquanto problema global torna-se fulcral para a falta de responsabilização dos Estados e das corporações. Debateram-se ainda perspectivas complementares e contrastantes sobre o papel do Estado, ora entendido como irresponsável para com as pluralidades de modos de vida, ora como reprodutor de lógicas simbólicas do ser que perpetuam o capiloceno. Ou ainda, como possível receptáculo de uma nação brasileira.

Encerramos o evento com um painel composto por membros do GEPDAI, dedicado ao lançamento do FOLHAS, a nova publicação do grupo, cuja leitura desde já recomendamos ao público do Boletim Lua Nova. Segundo o editor, Amauri Fernandes Jr.:

“A revista tem como proposta ser um reflexo do grupo, tanto em sua forma como em conteúdo. A primeira seção é síntese que floresceu de uma parcela dos saberes sobre os quais nos debruçamos durante o período do primeiro contexto mencionado [uma disciplina ministrada pela coordenadora do coletivo], explorando o nexo sociedade-natureza sob o entendimento de outras cosmovisões. Ramificações singulares e, portanto, diversas de membros do grupo são sequenciadas na seção seguinte, concretizando a contribuição do eu de cada um para o todo do FOLHAS e do GEPDAI.”.

Convidamos todos à leitura e a acompanharem as atividades do coletivo em suas redes (Instagram e LinkedIn), visto que busca-se, num futuro próximo, que o FOLHAS se transforme em uma publicação colaborativa, com contribuições externas.

Fazer um evento de três dias voltado a debater temas socioambientais a partir de perspectivas críticas foi um desafio para o coletivo[5]. Criar um um espaço livre e seguro para diversificar perspectivas e buscar alcançar a complexidade da dinâmica entre os seres humanos e a natureza exigiu  dedicação e sensibilidade. Esperamos que os Diálogos tenham ampliado e fortalecido a comunidade socioambiental, e estimulado debates importantes que não se esgotaram e que seguirão ecoando.

* Este texto não reflete necessariamente as opiniões do Boletim Lua Nova ou do CEDEC. Gosta do nosso trabalho? Apoie o Boletim Lua Nova!


[1] Mestrando no Programa de Pós-Graduação em Relações Internacionais San Tiago Dantas (UNESP/UNICAMP/PUC-SP). E-mail: felipe.sa@unesp.br

[2]  Mestrando no Programa de Pós-Graduação em Relações Internacionais San Tiago Dantas (UNESP/UNICAMP/PUC-SP). E-mail: fernandes.junior@unesp.br

[3] O Grupo de Estudos em Política e Direito Ambiental Internacional (GEPDAI) é um grupo de pesquisa inter e transdisciplinar, pertencente ao Programa de Pós-Graduação em Relações Internacionais San Tiago Dantas (UNESP/UNICAMP/PUC-SP),  que estuda o direito e a política ambiental internacional a partir de perspectivas críticas das ciências humanas e sociais e do diálogo entre conhecimento e interculturalidade. O grupo é coordenado pela professora doutora Fernanda Mello Sant’Anna em conjunto com alunos de graduação e pós-graduação da Faculdade de Ciências Humanas e Sociais (FCHS) da Universidade Estadual Paulista (UNESP), campus de Franca-SP, e do PPGRI San Tiago Dantas (UNESP/UNICAMP/PUC-SP), em São Paulo. Em 2025, o grupo comemora uma década de seu registro no Diretório de Grupos de Pesquisa do CNPq e, por meio dos Diálogos Ecopolíticos, propôs uma reflexão crítica sobre o lugar dos estudos socioambientais e da ecologia no campo das relações internacionais.

[4] A trigésima Conferência das Partes signatárias da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima.

[5] A quem gostaríamos de agradecer, especialmente à professora Fernanda, coordenadora do GEPDAI, Milena, Alice, Pedro, Taynara, Guilherme, nosso super time de voluntários, as professoras, os professores e especialistas que aceitaram o convite para compor as mesas e debater trabalhos e a equipe do San Tiago Dantas e do IPPRI.

Revista Lua Nova nº 120 - 2023

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