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Início > Debating American Primacy in the Middle East | Genocídio em Gaza | Sem categoria

Oriente Médio em disputa: (des)ordem regional e os limites da primazia dos Estados Unidos

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Isabela Agostinelli1

***

Esta Série Especial do Boletim Lua Nova publicará, ao longo das próximas semanas, reflexões de pesquisadoras e pesquisadores do Grupo de Estudos sobre Conflitos Internacionais (GECI/PUC-SP), desenvolvidas no 1º semestre de 2025 a partir de um ciclo de leituras e debates em torno de Debating American Primacy in the Middle East, organizado pelo Project on Middle East Political Science (POMEPS) e pelo Mershon Center for International Security Studies, da The Ohio State University.

Os textos que seguem convidam ao diálogo sobre a centralidade do genocídio em Gaza nas dinâmicas de poder no Oriente Médio e sobre como os acontecimentos desde 7 de outubro de 2023 evidenciam as múltiplas contradições da hegemonia dos Estados Unidos na ordem regional. Os textos já publicados podem ser conferidos aqui.

***

Muito se fala em ordem ou desordem no Oriente Médio sem, contudo, questionar o que esses termos significam. Em grande parte das análises, predomina a perspectiva estadunidense, segundo a qual a ordem regional é definida a partir dos interesses e da visão dos Estados Unidos. Nesse enquadramento, ordem, por vezes, se confunde com primazia: a presença militar, política e econômica dos EUA que, desde a Guerra do Golfo (1990-1991), parecia inabalável e sem rivais entre as grandes potências. Hoje, entretanto, essa primazia é cada vez mais contestada, sobretudo no campo econômico, pela China.

Este ensaio dialoga com dois textos do dossiê, ambos dedicados a analisar a presença dos EUA no Oriente Médio, bem como as mudanças na ordem regional e nas alianças desde as revoltas árabes: “Hegemony, Unipolarity and American Failure in the Middle East”, de F. Gregory Gause III2, e “Regional Alliances in the Middle East from the Arab Spring to the Gaza War”, de Curtis R. Ryan3. Ambos revelam as contradições existentes entre fatos, processos e percepções.

A percepção de estabilidade, embora diversas vezes evocada pelos EUA como base da ordem regional, na verdade foi desenvolvida pari passu as instabilidades locais e regionais, sobretudo nos conflitos contínuos na região do Levante – na Palestina, no Líbano, na Síria e no Iraque. O genocídio em curso em Gaza não apenas altera essa percepção de estabilidade, como também impacta materialmente a estrutura de “ordem” que os EUA buscavam manter. 

No caso da Questão Palestina, a situação se agravou pelo abandono progressivo da causa por parte de diversos países árabes, especialmente as monarquias do Golfo. Esse abandono ficou evidente na assinatura dos Acordos de Abraão, em 2020, quando Israel normalizou relações com Emirados Árabes Unidos (EAU) e Bahrein, sob mediação do governo Trump. Esses acordos, celebrados como avanços diplomáticos, simbolizam, na verdade, uma reconfiguração de alianças que fragilizou ainda mais a posição palestina. Os ataques do Hamas de 7 de outubro de 2023 reposicionaram novamente a Questão Palestina no centro das tensões regionais.

Os termos unipolaridade, hegemonia e estabilidade estão no centro das disputas conceituais sobre o Oriente Médio. A questão que precisa ser feita é: em que sentido se pode chamar de “estável” uma ordem que se sustenta na produção contínua de instabilidade? Essa é uma contradição fundamental, pois a chamada estabilidade regional, do ponto de vista estadunidense, depende justamente da manutenção dos conflitos locais e regionais e de um status quo que privilegia os seus interesses.

Israel é um elemento-chave nessa dinâmica. Longe de ser um agente de estabilidade, seu papel tem sido o de um desestabilizador sistemático, especialmente no que diz respeito à Questão Palestina. A “guerra dos 12 dias”, travada em junho de 2025 entre Israel e EUA, de um lado, e o Irã, do outro, reforçou essa percepção. Israel parece buscar deliberadamente a instabilidade como ferramenta para assegurar seus interesses estratégicos, entre eles o extermínio da população palestina. Os Estados Unidos, ao apoiar incondicionalmente essas ações, aprofundam seu envolvimento direto nessa tentativa de “reconfiguração da ordem”.

Em seu ensaio para o dossiê do POMEPS, Gause III caracteriza a política externa dos EUA para o Oriente Médio como “malsucedida” desde o auge da vitória na Guerra do Golfo (1990-1991). Mas, é preciso perguntar: malsucedida para quem? 

Para a indústria armamentista – para as grandes corporações que não necessariamente estão ligadas à guerra de forma direta -, os conflitos da região continuam mobilizando um mercado altamente lucrativo. O relatório publicado em julho de 2025 por Francesca Albanese, Relatora especial da ONU para os Territórios Palestinos Ocupados (TPO), revelou quais empresas, dos EUA e outros países, estariam lucrando com o genocídio em Gaza. A lista inclui as estadunidenses Microsoft, Alphabet Inc. e Amazon, todas ligadas à indústria de tecnologia de informação. 

Assim, a narrativa de fracasso da política externa dos EUA para o Oriente Médio precisa ser problematizada. O que parece fracasso em termos de “construção de paz” ou “democratização” pode ser, na verdade, sucesso em termos de manutenção de uma ordem que, não apesar de, e sim por ser instável, atende aos interesses centrais dos Estados Unidos e de seus aliados mais próximos.

Os Acordos de Abraão exemplificam essa lógica. Ao aproximar Israel de monarquias do Golfo, eles marginalizaram a Questão Palestina e garantiram a impunidade israelense perante alguns Estados árabes (EAU, Bahrein, Marrocos e Sudão), que se preocupam muito mais com a garantia de acesso à tecnologia de segurança de Israel e menos com a libertação dos palestinos. 

Ao mesmo tempo, porém, esses acordos ainda não consolidaram a hegemonia americana, pois os próprios signatários árabes e outros candidatos aos Acordos, como a Arábia Saudita, vêm adotando estratégias de hedging, explorando a competição entre Estados Unidos, de um lado, e China e Rússia, de outro, para maximizar seus ganhos, como é o caso dos Emirados Árabes Unidos. Isso indica que a chamada hegemonia dos EUA ainda é frágil, dependente de alianças que mudam conforme interesses e conjunturas e, evidentemente, objeto de contestação por parte de atores contra-hegemônicos, sobretudo o Irã. 

Essas alianças frágeis são tema de discussão do ensaio de Curtis R. Ryan, que analisa a política de alianças no Oriente Médio desde as revoltas árabes até a guerra em Gaza. Segundo o autor, as alianças na região diferem do modelo tradicional das Relações Internacionais, que privilegia pactos defensivos entre Estados. No Oriente Médio, as alianças frequentemente envolvem atores não-estatais armados e funcionam como redes transnacionais de apoio mútuo. Esses arranjos não visam apenas defesa contra ameaças externas, mas também segurança doméstica dos regimes, garantindo sua sobrevivência. Ao mesmo tempo, desafiam a ordem visada por EUA e Israel, ao criar coalizões que operam fora da lógica estatal clássica, como é o caso do Eixo da Resistência.

Ryan identifica três principais tipos de alinhamentos: (i) o Conselho de Cooperação do Golfo (GCC), que, embora ativo desde 1981, revela divisões políticas internas e rivalidades persistentes, como a resistência do Qatar às tentativas de dominação dos EAU; (ii) o chamado Novo Mashreq, formado por Egito, Jordânia e Iraque, que é pautado pelo pragmatismo econômico, com cooperação em energia e comércio, contrastando com alinhamentos ideológicos; e (iii) o Eixo da Resistência, liderado pelo Irã e que integra atores não-estatais armados, como Hezbollah e Hamas. 

A guerra em Gaza reforçou essas dinâmicas, mostrando que alianças na região são fluidas e adaptáveis. Segundo Ryan, a cada crise, os atores locais e regionais reconfiguram suas posições, criando novas combinações e minando qualquer tentativa de controle absoluto. Para o autor, compreender essas redes é essencial para entender a natureza da (des)ordem regional, marcada pela sobreposição de conflitos domésticos e disputas internacionais. Ryan conclui que alianças líquidas e mutáveis substituem os blocos rígidos do passado, tornando a região ainda mais imprevisível se analisada a partir de abordagens tradicionais.

As perspectivas oferecidas pelos dois autores permitem inferir que a chamada ordem regional não é homogênea, mas uma rede de interesses em conflito. A primazia dos Estados Unidos, ainda que militarmente consolidada, encontra limites diante de resistências locais e rearranjos de alianças. A guerra em Gaza escancarou essas contradições, tornando evidente que não há estabilidade verdadeira enquanto persistirem as condições de dominação, colonialismo e violência e, sobretudo, enquanto a Questão Palestina não tiver uma solução justa que garanta a libertação e autodeterminação nacional dos palestinos. 

* Este texto não reflete necessariamente as opiniões do Boletim Lua Nova ou do CEDEC. Gosta do nosso trabalho? Apoie o Boletim Lua Nova!

  1. Professora de Relações Internacionais na Fecap, pesquisadora do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia para Estudos sobre Estados Unidos (INCT-INEU) e do Grupo de Estudos sobre Conflitos Internacionais (GECI) da PUC-SP. Contato: isagostinellis@gmail.com. ↩︎
  2. F. Gregory Gause III é Professor de Relações Internacionais e Chefe do Departamento de Relações Internacionais da Bush School of Government and Public Service da Texas A&M. Especialista em política do Oriente Médio, com foco particular na Península Arábica e no Golfo Pérsico. ↩︎
  3. Curtis R. Ryan é Professor de Ciência Política na Appalachian State University. É especialista em Relações Internacionais e Política Externa, Segurança Internacional e Regional, Política Comparada, Política do Oriente Médio, Relações Inter-árabes e Política de Alianças. ↩︎

Revista Lua Nova nº 120 - 2023

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