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A Definição das Categorias Potências Emergentes e Potências em Ascensão nas Relações Internacionais

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Sara Munis Aveiro1

26 de novembro de 2025

***

Esta Série Especial do Boletim Lua Nova reúne, ao longo dos próximos meses, reflexões produzidas pelo Grupo de Estudos e Pesquisa em Política Externa (GEPEX), da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), coordenado por Cristina Pacheco. Criado em 2009, o GEPEX dedica-se à formação e à pesquisa em Relações Internacionais, com ênfase, desde 2020, no campo das Potências Médias e nas articulações entre economia, diplomacia e segurança na formulação de estratégias nacionais. Os textos do Especial podem ser conferidos aqui.

***

Introdução

O término da Guerra Fria reconfigurou as dinâmicas de poder no sistema internacional e produziu novas formas de hierarquia global. A queda do Muro de Berlim, em 1989, e o colapso da União Soviética, em 1991, encerraram a lógica bipolar que estruturava as relações internacionais e deram lugar a um cenário unipolar, sob hegemonia dos Estados Unidos. Contudo, as décadas seguintes evidenciaram a emergência de novos pólos de poder. Diante desse cenário, alguns Estados começaram a ganhar protagonismo, especialmente com a chegada do novo século. Esses novos poderes, que vêm conquistando maior relevância, são classificados como potências emergentes (emerging powers) e potências em ascensão (rising powers). No entanto, tais classificações carecem de um paradigma teórico consolidado, sendo seu estudo predominantemente conduzido por meio de estudos de caso (Schirm, 2009). Essa ausência de clareza conceitual limita a análise sobre o papel desses Estados no sistema internacional. Ambos os conceitos remetem à ideia de países com influência crescente no sistema internacional; contudo, diferenciam-se de categorias mais consolidadas nas relações internacionais, como as potências médias (middle powers), as potências regionais (regional powers) e a semiperiferia, pois todas refletem uma ideia de estabilidade (Fonseca, Paes e Cunha, 2016).

Para o mapeamento das categorias partiu-se da revisão sistemática de literatura (Cia Alves et al, 2021) como instrumento metodológico2. Para a coleta de dados foram utilizadas fontes secundárias: artigos científicos e capítulos de livros. E, para a execução da revisão sistemática de literatura foi utilizado o software Publish or Perish, e os bancos de dados do Google Scholar, SciELO e Scopus. Com o auxílio do software, foi possível realizar a coleta nas bibliotecas digitais do Google Scholar e do Scopus. As buscas na SciELO, por sua vez, foram realizadas diretamente na plataforma digital da biblioteca, uma vez que ela não está integrada ao Publish or Perish.

Foram definidos os seguintes critérios de inclusão dos materiais para os materiais selecionados através do software: a) publicações que contenham as palavras-chaves: Potências Emergentes; Emerging Powers; Potências em Ascensão; Rising Powers; b) trabalhos publicados entre os anos 1989-2024; c) nos idiomas inglês e português; d) trabalhos com, no mínimo, 10 citações por ano e e) com acesso gratuito. Já na biblioteca SciELO, voltada para o material publicado na América Latina, os critérios de inclusão e exclusão englobaram a) publicações que contenham as seguintes palavras-chaves: Potências Emergentes; Emerging Powers; Potências em Ascensão; Rising Powers; b) trabalhos publicados entre os anos 1989-2024; c) nos idiomas: inglês, português e espanhol e d) sem critério mínimo de citação.

Potências Emergentes vs Potências em Ascensão: Origens, características e o BRICS

Embora os termos sejam frequentemente usados como sinônimos, a literatura sugere nuances. O vocábulo emerging tem origem econômica, vinculado à expressão emerging markets, criada por Antoine van Agtmael3, na década de 1980, para designar economias em desenvolvimento que reformulavam suas instituições. Já o termo rising aparece associado à linguagem estratégica, evocando projeções de poder e ambições políticas (Fonseca, Paes e Cunha, 2016).

Entretanto, como apontam Hurrell (2006) e Giaccaglia (2017), essa diferenciação tende a se diluir. A maioria dos estudos trata as duas expressões de forma intercambiável, aplicando-as ao mesmo conjunto de Estados: Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, conhecidos como BRICS. Tais nações compartilham trajetórias marcadas por rápido crescimento econômico, inserção internacional ampliada e busca por maior representatividade nas instâncias de governança global.

A ascensão desses países ocorre em um período de erosão da unipolaridade estadunidense. O ciclo de hegemonia dos Estados Unidos, consolidado nos anos 1990 sob o otimismo neoliberal e o Consenso de Washington, começou a se desgastar após os atentados de 11 de Setembro e a crise financeira de 2008. A guerra global ao terror e o realinhamento unilateral da política externa norte-americana geraram vácuos de poder regionais, abrindo espaço para novas potências expandirem sua influência (Stephen, 2017; Schirm, 2009). A crise de 2008, por sua vez, revelou as fragilidades do sistema financeiro ocidental e impulsionou as economias emergentes, que mantiveram taxas de crescimento positivas e passaram a reivindicar reformas em instituições como o FMI e o Banco Mundial (Fonseca, Paz e Cunha, 2016).

O caso dos BRICS é ilustrativo desse deslocamento. Inicialmente um agrupamento econômico, o bloco adquiriu relevância política ao propor uma agenda de reforma da governança global e criação de alternativas institucionais, como o Novo Banco de Desenvolvimento, voltadas à redução da dependência das estruturas dominadas pelo Ocidente (Giaccaglia, 2017). Nesse contexto, o Brasil destacou-se como ator diplomático ativo, especialmente durante os dois primeiros governos Lula (2003–2010), quando a política externa buscou combinar a projeção internacional com o fortalecimento da integração regional.

Apesar de sua retórica inclusiva e de sua diplomacia proativa, o Brasil também enfrenta as ambivalências típicas das potências emergentes. Como observa Kahler (2013), o crescimento econômico e a ampliação da influência política não eliminam as fragilidades estruturais: desigualdade social, dependência de exportações primárias e limitações institucionais internas. A projeção internacional de uma potência emergente depende, em grande medida, da sua capacidade de articular coesão doméstica e sustentar políticas de longo prazo, fatores que nem sempre se mostram estáveis (Schenoni, 2012).

O caso russo, por outro lado, exemplifica a diversidade interna da categoria. Ao contrário das demais potências emergentes, a Rússia é considerada por alguns autores uma potência “reemergente” (Giaccaglia, 2017), pois busca recuperar o status perdido após o colapso soviético. Sua trajetória combina declínio demográfico, dependência de commodities e assertividade militar, configurando um padrão distinto de ascensão. Já a China, cuja economia se tornou a segunda maior do mundo, representa o exemplo mais consolidado de potência em ascensão, articulando crescimento econômico, planejamento estatal e projeção estratégica de longo alcance (Hart e Jones, 2010).

De modo geral, a literatura identifica cinco dimensões recorrentes para classificar uma potência emergente: (i) capacidades materiais e econômicas; (ii) fatores domésticos; (iii) identidade e percepção; (iv) comportamento e projeção internacional; e (v) padrão de política externa (Hurrell, 2013; Kenkel e Destradi, 2019). Entre elas, o critério econômico é o mais consensual. Segundo Armijo e Katada (2014), uma forma de medir as capacidades materiais das potências em ascensão é através do Índice Composto de Capacidade Nacional (Composite Index of National Capabilities – CINC), que leva em consideração aspectos como PIB, população, capacidade industrial, gastos militares e reservas financeiras.

Como argumenta Schenoni (2012), o Estado só se consolida como ator emergente quando consegue projetar-se externamente de modo coerente com sua estrutura interna. Isso exige coesão política, modelos de desenvolvimento consistentes e capacidade de transformar recursos em poder de influência. Contudo, a transição de um status emergente para uma posição consolidada no sistema internacional não é linear.

Mais do que um grupo coeso, as potências emergentes configuram um sintoma das transformações em curso na estrutura do poder mundial. Elas expressam o fim da centralidade exclusiva do Ocidente, mas também as dificuldades de construir uma nova ordem efetivamente plural. Como indicam as experiências recentes, sua emergência é tanto um fato material quanto uma narrativa política, um esforço contínuo de afirmação num sistema em mudança.

Referências:

CIA ALVES, E. E.; FIGUEIREDO Fo, D. B.; SANTOS, H. F.; AMARAL, A. M. F.; FREITAS, J. A. Como Fazer uma Revisão Sistemática da Literatura? Um Guia Prático em Governança Marinha. In: Ivan Filipe Fernandes. (Org.). Desafios metodológicos das políticas públicas baseadas em evidências. Boa Vista: IOLE, v. 1, p. 119-168, 2022.

ARMIJO, Leslie Elliott; KATADA, Saori N. Theorizing the Financial Statecraft of Emerging Powers. New Political Economy, v. 20, n. 1, p. 42-62, 2015.

CHIN, Gregory T. Remaking the architecture: the emerging powers, self-insuring and regional insulation. International Affairs, v. 86, n. 3, p. 693–715, 2010.

COOPER, Andrew F.; FLEMES, Daniel. Foreign Policy Strategies of Emerging Powers in a Multipolar World: an introductory review. Third World Quarterly, v. 34, n. 6, p. 943-962, 2013.

FONSECA, Carmen; SOLLER, Diana. Potências emergentes e democracia (Nota introdutória). Relações Internacionais, n. 44, p. 005-008, dez. 2014.

FONSECA, Pedro Cezar Dutra; PAES, Lucas de Oliveira; CUNHA, André Moreira. The concept of emerging power in international politics and economy. Brazilian Journal of Political Economy, v. 36, n. 1 (142), p. 46-69, jan./mar. 2016.

GIACCAGLIA, Clarisa. Poderes tradicionales, emergentes y re-emergentes: relaciones ambiguas, pero pragmáticas. Foro Internacional, v. LVII, n. 228 (2), p. 422-459, abr./jun. 2017.

HAMEIRI, Shahar; JONES, Lee. Governing the Ungovernable: The Geopolitical Economy of China’s State Transformation. European Journal of International Relations, v. 21, n. 1, p. 1-27, 2015.

HART, Andrew F.; JONES, Bruce D. How Do Rising Powers Rise? Survival: Global Politics and Strategy, v. 52, n. 6, p. 63-88, 2010.

HURRELL, Andrew. Hegemony, liberalism and global order: what space for would-be great powers? International Affairs, v. 82, n. 1, p. 1–19, jan. 2006.

HURRELL, Andrew. Narratives of emergence: Rising powers and the end of the Third World? Brazilian Journal of Political Economy, v. 33, n. 2, p. 203-221, 2013.

KAHLER, Miles. Rising powers and global governance: negotiating change in a resilient status quo. International Affairs, v. 89, n. 3, p. 711–729, 2013.

KENKEL, Kai; DESTRADI, Sandra. Explaining emerging powers’ reluctance to adopt intervention norms: normative contestation and hierarchies of responsibility. Revista Brasileira de Política Internacional, v. 62, n. 1: e002, 2019.

LARSON, Deborah Welch; PAUL, T. V.; WOHLFORTH, William C. Status and World Order. New York: Cambridge University Press, 2014.

LARSON, Deborah Welch; SHEVCHENKO, Alexei. Managing rising powers: the role of status concerns. In: LARSON, Deborah Welch; PAUL, T. V.; WOHLFORTH, William C. (eds.). Status and World Order. New York: Cambridge University Press, 2014. (Páginas não disponíveis nos excertos fornecidos).

NARLIKAR, Amrita. Negotiating the rise of new powers. International Affairs, v. 89, n. 3, p. 561–576, 2013.

PAES, Lucas de Oliveira; CUNHA, André Moreira; FONSECA, Pedro Cezar Dutra. Narratives of Change and Theorisations on Continuity: the Duality of the Concept of Emerging Power in International Relations. Contexto Internacional, v. 39, n. 1, p. 75-99, jan./abr. 2017.

PATRICK, Stewart. Irresponsible Stakeholders? The Difficulty of Integrating Rising Powers. Foreign Affairs, v. 89, n. 6, p. 44-53, nov./dez. 2010.

PU, Xiaoyu. Normative Power Emerging? The BRICS and the Diffusion of Norms. International Studies Review, v. 14, n. 4, p. 605-622, 2012.

SCHENONI, Luis L. Ascenso y hegemonía: pensando a las potencias emergentes desde América del Sur. Revista Brasileira de Política Internacional, v. 55, n. 1, p. 31-48, 2012.

SCHWELLER, Randall. Emerging Powers in an Age of Disorder. Global Governance, v. 17, n. 3, p. 285-297, 2011.

STEPHEN, Matthew D. Emerging Powers and Emerging Trends in Global Governance. Global Governance: a review of multilateralism and international organizations, v. 23, n. 3, p. 483-502, 2017.

STEPHEN, Matthew D. Rising powers, global capitalism and liberal global governance: A historical materialist account of the BRICs challenge. European Journal of International Relations, v. 20, n. 4, p. 912–938, 2014.* Este texto não reflete necessariamente as opiniões do Boletim Lua Nova ou do CEDEC. Gosta do nosso trabalho? Apoie o Boletim Lua Nova!

  1. Estudante de Graduação em Relações Internacionais; Bolsista PIBIC–CNPQ (2024-2025); Universidade Estadual da Paraíba; João Pessoa, PB; sara.aveiro@aluno.uepb.edu.br ↩︎
  2. Link de acesso para a planilha de Revisão Sistemática: RSL ↩︎
  3. Conselheiro sênior da revista “Foreign Policy”. Fundou a empresa “ Emerging Markets Management LLC” e é co-autor do livro “O século dos mercados emergentes”, publicado pela Cultrix. ↩︎

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