Violência Racial e Reparação

Por Camila Bernardo de Moura e Murilo Cesar Ançolim Nazareth. O evento ocorreu em 27 de novembro de 2024, no auditório Nicolau Sevcenko (Prédio de História e Geografia, FFLCH/USP), e contou com a presença da professora Carla Osmo (UNIFESP), do doutorando Matheus Almeida, do Departamento de Antropologia da USP, e de Dona Zilda Maria, ativista. O trio, que integra o Movimento Mães de Osasco e Barueri, discutiu a violência racial cometida por agentes do Estado e o que pode — ou deveria — ser reconhecido como reparação.
Entre Pragmatismo e Esperança: Ecos do I Diálogos Ecopolíticos

Por Felipe Sá e Amauri Fernandes Jr. Organizar um evento socioambiental, de abordagem crítica e com a nossa “cara”, era um sonho que começou a ser melhor desenhado há cerca de um ano. Foram meses de muito trabalho para que os Diálogos Ecopolíticos ganhassem forma nos andares do prédio da antiga reitoria da UNESP na Praça da Sé, número 108, São Paulo. Como parte das comemorações dos 10 anos do Grupo de Estudos em Política e Direito Ambiental Internacional (GEPDAI), Felipe Sá, um dos integrantes do coletivo, propôs, ainda no segundo semestre de 2024, que organizássemos um evento no mês em que se comemora o dia mundial do meio ambiente (junho).
Memória, justiça e reparação: povos africanos e afro-brasileiros

Por Júlia Batista Bernardes Farias. A mesa-redonda intitulada “Memória, justiça e reparação: povos africanos e afro-brasileiros” integrou a programação do Colóquio Colonialidade, Racialidade, Punição e Reparação nas Américas (séculos XIX-XX), realizado em 29 de novembro de 2024, das 17h30 às 19h, na Sala Alfredo Bosi, em formato on-line. Com mediação de Júlia Batista Bernardes Farias (mestranda no Programa de Pós-Graduação em Literatura Brasileira do DLCV-USP) e apoio da monitora Stefani Souza Silva, a mesa contou com a participação de três pesquisadores de destaque: Fernanda Thomaz, integrante da Comissão da Memória e da Verdade sobre a Escravidão e o Tráfico Transatlântico de Pessoas; Handel Wright, professor da University of British Columbia (UBC); e Fábia Ribeiro, pesquisadora do Núcleo de Estudos Africanos e Afro-Brasileiros da UNIFESP. O encontro promoveu diálogos relevantes sobre memória, justiça e políticas de reparação em contextos transnacionais, a partir de diferentes perspectivas acadêmicas e militantes.
BRICS no Rio: Ampliação, Divergências e a Busca por uma Governança Global Inclusiva

Por Jefferson Estevo e Vinicius Albino de Freitas. No dia 6 de Julho terminou a 17ª Cúpula dos BRICS, realizada no Rio de Janeiro, com a presidência do Brasil. O grupo que inicialmente contava com apenas os cinco países da sigla (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), atualmente soma 11 membros permanentes: Arábia Saudita, Irã, Indonésia, Egito, Etiópia e Emirados Árabes Unidos. Além desses, há ainda dez nações parceiras: Belarus, Bolívia, Cazaquistão, Cuba, Malásia, Nigéria, Tailândia, Uganda, Uzbequistão e Vietnã (Brics Brasil, 2025).
Acordo sobre pandemias: problematizando as negociações no âmbito da OMS

Por Isabela Serra. Cinco anos após a declaração da pandemia de COVID-19, os Estados-membros da Organização Mundial da Saúde (OMS) aprovaram na 78ª Assembleia Mundial da Saúde (AMS), realizada no último 19 de maio, um acordo internacional que tem por objetivo prevenir, preparar-se e responder às futuras pandemias. A construção do texto deste instrumento demandou três anos de negociação, em processo inaugurado justamente em decorrência dos impactos da covid-19 e, mais precisamente, da falta de cooperação internacional para enfrentá-la. À época, assistimos a consolidação de um monopólio de produção de vacinas, bem como a concentração das doses pelos países desenvolvidos (Sousa e Buss, 2021).
Colonialidade, racialidade e punição na formação de fronteiras

Por Murilo Cesar Ançolim Nazareth. No dia 29 de novembro de 2024, realizou-se, na sala Alfredo Bosi do Instituto de Estudos Avançados, a mesa “Colonialidade, racialidade e punição na formação de fronteiras”. O debate contou com a participação do professor Sydney Lobato, da Universidade Federal do Amapá (UNIFAP); da doutora Marquisar Jean-Jacques, da Université de Guyane; e da doutoranda Charlotte Floersheim, da Aix-Marseille Université.
Lutas e resistências à violência do Estado: perspectivas abolicionistas e desencarceradoras

Esta série especial do Boletim Lua Nova reúne reflexões críticas elaboradas por graduandas, mestrandas e doutorandas selecionadas por meio de edital de monitoria que acompanharam o Colóquio Internacional “Colonialidade, Racialidade, Punição e Reparação nas Américas (Séculos XIX-XXI)”, realizado de 26 a 29 de novembro de 2024, com financiamento do Instituto Beja, no Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo (IEA-USP). Longe de exercerem funções estritamente logísticas, essas pesquisadoras transformaram o Colóquio em um laboratório de formação acadêmica e política: acompanharam os debates, dialogaram com as/os palestrantes e produziram textos de relato‑reação que combinam descrição empírica e análise conceitual das mesas‑redondas. O texto que a leitora ou o leitor tem em mãos é fruto desse trabalho coletivo.
Bioeconomia em uma Amazônia sem Bio

Por Antônio Augusto Rossotto Ioris. Como diz o ditado, ninguém morre de tédio no Brasil. Pelo contrário, novos problemas surgem, sem que os velhos desafios tenham sido enfrentados. Entre as últimas urgências, vemos que a degradação ambiental se tornou crônica e incontrolável, a população tem um entendimento precário do que fazem e de quanto ganham os políticos, e a economia é cada vez mais dependente de atividades primárias (agricultura e mineração) e primitivas (garimpo, apostas virtuais e investimento especulativo). Relacionado a tudo isso, juros altos, privilégios crescentes e tecnologias antigas deixam o futuro cada vez mais distante e o presente menos convincente.
Abolicionismo e desencarceramento: memória, justiça e reparação

Por Camila Bernardo de Moura, Ana Cristina Grein Marra e Gessica da Silva. Com a mediação do Prof. Dr. Mário René Rodriguez Torres (UNILA), a Mesa 7 — “Abolicionismo e desencarceramento: memória, justiça e reparação” — contou com a participação de quatro mulheres egressas do sistema prisional latino-americano: Helen Baum (Núcleo Memórias Carandiru – IREC), Valentina Castro (Hermanas en la Sombra – México), Liliana Cabrera (Yo No Fui – Argentina) e Elizabeth Pino (Mujeres de Frente – Equador).
Desafiando o vazio e a (des)construção do espaço da mulher na política

Por Anelize Ribeiro e Mariele Troiano. “Às vezes eu penso, pô (sic), ser delegado de polícia é muito mais fácil. Porque o ladrão você pega e prende, entendeu? Ele quer trocar tiro, você mata ele, tá (sic) tudo certo. Aqui não. Aqui a gente tem que conviver com essa espécie imoral e tratar com respeito, né? É bem difícil, bem desagradável. Parece que tem uma vaga do PL, né? Então… Agora nós somos membros da Comissão de Cultura. Vai ser muito bom. Vocês vão viver mais por aqui. A vida da Jandira vai ficar menos agradável tendo que conviver com o Paulo Bilynskyj”. Essa fala do deputado Paulo Bilynsky (PL/SP) aconteceu no âmbito da Comissão de Cultura da Câmara dos Deputados, na quarta-feira, 21 de maio, referindo a também deputada Jandira Feghali (PCdoB/RJ), que não estava presente no momento do pronunciamento (Longo, 2025). Essa cena tem se tornado rotineira no cenário político, promovendo um impacto deletério na participação feminina em ambientes deliberativos, independente do posto ocupado.