América Latina e os Múltiplos Desafios Impostos pelo Governo Trump

Victor Farinelli1 19 de dezembro de 2025 *** Em parceria com o Observatório Político dos Estados Unidos (OPEU), o Boletim Lua Nova republica o relato de uma das mesas do Encontro Anual do  Instituto Nacional de Estudos sobre os Estados Unidos (INCT-INEU), ocorrido entre 3 e 5 de dezembro de 2025.  O texto foi originalmente […]

Psicanálise em Novo Tempo: da formação à ação política

Ronaldo Tadeu de Souza *** Entrevista com Thaís Klein: Psicanalista, Professora no Departamento de Psicologia da UFF (CURO) e no Programa de Pós-Graduação em Teoria Psicanalítica na UFRJ, é autora de Cartas a Um Velho Terapeuta, Ed. N-1.  *** Thais Klein: Essa é uma pergunta interessante, uma vez que acaba por localizar territorialmente a escrita […]

Terça-feira azul: uma análise das vitórias democratas nas eleições de 2025

Por Lucas Amorim e Carolina Weber. Em contraste com o Brasil, onde as eleições se realizam tipicamente a cada dois anos – alternando-se entre pleitos gerais (federais e estaduais) e municipais –, o federalismo norte-americano e a tradição de submeter à soberania popular cargos como juízes, promotores, membros de conselhos escolares e secretários estaduais, entre outros, garantem um calendário eleitoral particularmente intenso. Além das eleições gerais para presidente, membros do Congresso e cargos estaduais realizadas nos anos múltiplos de quatro, nos demais anos pares ocorrem as chamadas midterms – ou eleições de meio de mandato –, destinadas à escolha de novos membros do Congresso e de diversos cargos estaduais e municipais.

Cambio climatico y Emergencia Alimentaria. Una Lectura Filosofico-Politica

Por Vincenzo Maimone. Este escrito compõe a Série Especial do Boletim Lua Nova, em conjunto com pesquisadores e pesquisadoras vinculados à rede internacional Justice in the XXI Century: A Perspective from Latin America (JUSTLA). O projeto, coordenado pela Universidade de Catania (Itália) e financiado pela União Europeia no âmbito da ação HORIZON–Marie Skłodowska-Curie Staff Exchanges, reúne 148 integrantes de 18 instituições da América Latina e da União Europeia.

O que é o altruísmo eficaz? Uma breve análise dos deveres morais de beneficência

Por Gabriel de Matos Garcia. Este texto tem por objetivo discutir as principais teses que compõem o movimento conhecido como “Altruísmo Eficaz”, assim como os fundamentos filosóficos que as sustentam. Esse é um movimento que surgiu por volta de 2009, consolidando-se em 2012 com a criação do “Centro para o Altruísmo Eficaz”, sediado em Oxford. Inicialmente desenvolvido sobretudo por filósofos da Universidade de Oxford, como William MacAskill e Toby Ord, além de Peter Singer (professor da Universidade de Princeton), o movimento ganhou relevância ao receber o apoio de figuras públicas e financiadores de grande porte, como Bill Gates e Dustin Moskovitz (cofundador do Facebook). Desde então, tem se expandido globalmente e atraído um número crescente de adeptos, inclusive no Brasil.

GRANDE ESTRATÉGIA E POTÊNCIAS MÉDIAS: Um estudo sobre o conceito “potências regionais”

Por Ana Maria de Assunção Barros e Cristina Carvalho Pacheco. Como a literatura define o conceito de potências regionais (PR)? Após a Guerra Fria, o ressurgimento de uma nova onda de regionalismo estimulou fortemente o debate sobre a nova ordem mundial (Hurrell, A., 1995). Nesse contexto, surgiram definições mais complexas sobre potências regionais, baseadas em termos como poder e região (Nolte, D., 2010). No campo das relações internacionais, poder e região são conceitos complexos e que não possuem uma definição bem delimitada. Da mesma forma, a noção de potência regional, derivada desses termos, também não é de fácil categorização. Tampouco é possível delimitar suas características. Assim, o objetivo deste artigo consiste em tomar como ponto de partida as definições tradicionais de poder e região nas RI, com base em teóricos liberais e realistas, para mapear o debate acerca do conceito de PR.

Retomada da Inflexão Antiambiental nos EUA

Por André Scantimburgo. Em seu discurso na Assembleia Geral das Nações Unidas, em setembro de 2025, o presidente Donald Trump voltou a atacar a agenda climática global, reafirmando seu negacionismo em relação à mudança climática. Diante de chefes de Estado e de representantes de organizações internacionais, Trump classificou o Acordo de Paris como “a maior fraude já perpetrada no mundo”, além de declarar que os Estados Unidos não se submeteriam a políticas climáticas que, na sua opinião, destroem empregos e colocam em risco a soberania nacional.

Migrantes Indocumentadas e o Direito de Pertencer

Por Andréia Fressatti Cardoso. Diferente de algumas categorias da migração internacional, migrantes indocumentadas2 são definidas a partir de uma falta, aquilo que não possuem. A falta que define a sua identidade é, primeiro, a de documentos para adentrar ou estabelecer residência no país (Yuval-Davis, 2011): são sans-papiers, papperslös, undocumented migrants. Elas são também as que “restam” nas fronteiras. Como indica Hiroshi Motomura (2025), o Estado que as recebe não considera que elas tenham “boas razões para migrar”. São migrantes ou solicitantes de refúgio que tiveram seus pedidos para migrar negados. Adentram o território de modo clandestino e permanecem à margem para evitar a atenção do Estado.