Francisco de Oliveira: um intelectual público e as contradições de um país

Por Fernando Perlatto
É difícil mensurar a durabilidade de uma obra intelectual. Muitas vezes, aqueles autores muito lidos e citados em seu tempo, desaparecem na poeira da história. Outros, cuja recepção foi discreta, quando não refratária, no momento mesmo em que produziram seus textos, são retomados em tempos futuros, recebendo consagração tardia.

Francisco de Oliveira: contundência sem sectarismo

Por Leonardo Octavio Belinelli de Brito
Ontem, dia 10 de julho, faleceu Chico de Oliveira, autor de alguns dos ensaios mais provocantes da história da economia política brasileira. Talvez porque, na sempre lembrada observação de Roberto Schwarz, Chico era um “mestre da dialética” .  É o mesmo Schwarz quem nota que seus ensaios carregavam um misto, tão raro, de contundência sem sectarismo. Como isso é possível?

Trabalho, siderurgia e ação coletiva na Amazônia Oriental brasileira

Por Marcelo Sampaio Carneiro e José Ricardo Ramalho
A Amazônia Oriental brasileira, desde meados do século XX, tem passado por diferentes processos de intervenção econômica associados a projetos de desenvolvimento. Com o objetivo de industrializar a região, a implantação de polos siderúrgicos nos municípios de Açailândia (MA) e Marabá (PA) representou uma das iniciativas mais importantes da ação estatal, com desdobramentos complexos em termos de relações econômicas e sociais.

A Política Imigratória da Administração Trump. Quais bárbaros nos portões?

Por Neusa Maria Pereira Bojikian
A campanha presidencial de Donald Trump amparou-se fortemente na questão imigratória. Em 2015, sem meias palavras, o então candidato republicano associou os imigrantes a criminosos violentos como estupradores e terroristas. Trump imprimiu como sua marca de campanha a promessa de construir um grande muro na fronteira entre Estados Unidos e México, obra a ser supostamente custeada pelo país hispano-americano. 

O [b]rasil não é “nossa casa”

Por Raissa Wihby Ventura
“Não é qualquer um que entra em nossa casa, nem será qualquer um que entrará no Brasil via pacto adotado por terceiros. NÃO AO PACTO MIGRATÓRIO”[2] e, assim, Jair Bolsonaro (PSL), já nas primeiras semanas do seu mandato, justifica a saída do Brasil do Pacto Global para uma Migração Segura, Ordenada e Regular.

Raça e gênero no mercado de trabalho: a persistência das desigualdades

Por Bárbara Castro
Há um esforço contínuo nas ciências sociais e econômicas para compreender como as desigualdades sociais se produziram em nossa história e persistiram ao longo dela. As análises buscam apreender de que maneira se organizou uma profunda estrutura de desigualdades no país, avaliar a atuação de diferentes atores sociais na sua reprodução, as formas de seu enfrentamento pelo Estado e mobilizar propostas ou caminhos para buscar sua superação.