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Início > Republicação

Conexão RJ-EUA: Engrenagem do Controle Global de Drogas

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Paulo J. R. Pereira1

Priscila Villela2

7 de novembro de 2025

Em parceria com o Observatório Político dos Estados Unidos (OPEU), o Boletim Lua Nova republica a análise das similaridades entre Rio de Janeiro e Estados Unidos sobre o controle de drogas. O texto foi originalmente publicado em 30 de outubro de 2025, no site do OPEU.

***

A megaoperação no Rio de Janeiro realizada em 28 de outubro, que deixou dezenas de mortos e expôs mais uma vez a lógica de guerra aplicada à pobreza, não deve ser entendida somente como um problema de segurança pública local. Ela é parte de um sistema de controle global que tem nos Estados Unidos seu centro articulador, e em certas elites políticas brasileiras, nacionais e estaduais, seus principais executores e beneficiários. 

Ao longo do século XX, os Estados Unidos projetaram o controle das drogas como um instrumento fundamental do seu poder internacional. O discurso de “combate ao narcotráfico”, que se intensificou desde a declaração de “guerra às drogas” nos anos 1970 por Richard Nixon, serviu para consolidar zonas de influência, justificar intervenções militares, especialmente na América Latina, e sustentar uma diplomacia baseada na ideia de que a segurança hemisférica depende do controle sobre certas substâncias psicoativas, notadamente a cocaína e a maconha, e sobre os corpos que as produzem e as transportam. Na prática, o país exportou um modelo de política de drogas que combina militarização, punição seletiva e interesses econômicos.  

No Brasil, esse modelo foi bem-recebido porque encontrou terreno fértil em uma sociedade marcada pela violência de Estado, pela repressão às populações pobres e pelo racismo estrutural, heranças do seu passado colonial e escravocrata. Nesse contexto, a repressão às drogas se transformou em uma tecnologia de gestão da pobreza e de controle racial. Ao mesmo tempo, tem servido como ferramenta de sustentação política, alavancando campanhas eleitorais baseadas na promessa de “ordem”, bem como de negócios, garantindo orçamentos policiais e contratos com empresas de segurança. Essas dinâmicas se viabilizam pelas conexões explícitas e implícitas com o centro de poder hemisférico em Washington. 

Exemplo emblemático dessa dinâmica são as recentes ações de Trump no Caribe, que reeditaram o discurso do “narcoterrorismo” e conferiram particular força para o que ocorreu no Rio de Janeiro. Sob o pretexto de combater o tráfico, os Estados Unidos intensificaram operações militares naquela região, enviando tropas, navios e aeronaves para interceptar embarcações suspeitas, muitas delas afundadas em ações que devem ser definidas como execuções extrajudiciais. Ao mesmo tempo, o governo Trump acusou abertamente os governos da Colômbia e da Venezuela de serem “narcoestados”, regimes coniventes ou diretamente beneficiários das redes do tráfico de drogas.  

No Brasil, essa retórica encontrou terreno fértil entre as elites políticas nacionais e estaduais, sendo adaptada aos seus próprios interesses. O governo do Rio de Janeiro, por exemplo, firmou um acordo direto com o Departamento de Segurança Diplomática dos EUA para “enfrentar o Comando Vermelho” e chegou a enviar relatórios à DEA (Agência de Repressão às Drogas), sustentando que a facção teria ramificações nos Estados Unidos. No Congresso, o Projeto de Lei 1283/2025, de autoria de Danilo Forte (União) e relatoria de Nikolas Ferreira (PL), propõe enquadrar o CV e o PCC como organizações terroristas, alinhando o país à doutrina estadunidense e abrindo caminho para cooperação militar e mesmo para a intervenção estrangeira direta. 

Essa convergência discursiva e institucional é acompanhada por uma realidade material incômoda: o fluxo constante de armas estadunidenses que alimentam as guerras internas no Brasil. Um estudo da Polícia Militar do Rio de Janeiro, divulgado em maio de 2025, revelou que mais de 45% de todos os fuzis apreendidos no estado vieram de fabricantes estadunidenses com licença para exportação e entraram clandestinamente no país por rotas que passam por Paraguai, Bolívia e Colômbia. No fim das contas, o mesmo país que fornece as armas e o modelo de guerra se apresenta como parceiro no combate à violência que ele próprio ajuda a sustentar. 

O governo Lula, por sua vez, tenta equilibrar discursos. Por um lado, reafirma publicamente a soberania nacional e critica a ingerência dos Estados Unidos na região sul-americana. Por outro, vê-se obrigado a demonstrar alinhamento prático com a agenda de combate ao narcotráfico. Isso tem tanto o objetivo de não perder capital político para a extrema direita e seu discurso de “bandido bom é bandido morto”, quanto de demonstrar que o país é capaz de conduzir sua própria “guerra ao crime”. Essa ambiguidade é típica das relações desiguais de poder no âmbito internacional, onde o Estado periférico reproduz o discurso hegemônico de segurança enquanto reafirma sua independência retórica. 

Na prática, a conexão RJ-EUA expressa um projeto histórico de uso político do controle das drogas pelas elites do centro e da periferia do sistema hemisférico, no qual a cidade do Rio se torna vitrine e laboratório da coerência armada e mercantil da “guerra às drogas” em reedição.

* Este texto não reflete necessariamente as opiniões do Boletim Lua Nova ou do CEDEC. Gosta do nosso trabalho? Apoie o Boletim Lua Nova!

  1. Paulo J. R. Pereira é professor associado da área de Relações Internacionais da PUC-SP, pesquisador do INCT-INEU e coordenador do Núcleo de Estudos sobre Drogas e Relações internacionais (NEDRI). ↩︎
  2. Priscila Villela é professora da área de Relações Internacionais da PUC-SP e vice-coordenadora do Núcleo de Estudos sobre Drogas e Relações internacionais (NEDRI) e do Núcleo de Estudos Transnacionais de Segurança (NETS). ↩︎

Revista Lua Nova nº 120 - 2023

Direitos em Disputa

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