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O reino da mesquinhez

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André Geraldo Berezuk[1]

Enquanto o senhor ou a senhora lê este texto, árvores estão sendo, na maioria delas, derrubadas para nada útil, e florestas milenares estão sendo queimadas para fins muito menos nobres. Ao mesmo tempo em que estas áreas encontram sendo dizimadas, as chuvas vão sendo impactadas em seu regime e as plantações atingidas paulatinamente, ano a ano (não são as plantações high-tech das commodities, são dos campos de onde provêm o seu alimento). Os anos passam rápido, o preço destes alimentos subirá por várias vezes e se tornarão tão inviáveis e instáveis que comer se tornará um real privilégio. Os alimentos, por sua vez, necessitarão de água, cada vez mais escassa, cada vez mais valiosa e cada vez mais cobiçada. O acesso a alimentos e a água de qualidade se tornará mais elitista, próprios para a parcela que poderá ainda pagar. A parcela que não pode, por sua vez, nem emprego terá, e quando o tiver, quase sempre informal, não terá o soldo suficiente para ter acesso à água e ao alimento, nem às benesses da tecnologia desta “grande época moderna”. Grupos sociais que não compartilham da “tradicional cartilha” não existem na prática.

Enquanto a seriedade desta progressiva situação avança, ao longo do século XXI, com o processo de aquecimento global, muitos preferem fechar seus olhos, talvez acusar o autor das linhas deste texto como subversivo (quando não pior), negar os problemas, ignorar os clamores sociais, ironizar os que alertam, calar os importunadores, destruir os inimigos.

No decorrer deste processo de negação, os aliados da “tradicional cartilha” continuam a fazer os negócios lucrativos com parceiros globais que em nada se compadecem, ou se compadecerão, de um país como o Brasil. Apenas se materializa o rentável lucro do momento para uma parcela afortunada que joga a “migalha aos ratos”, para que estes possam continuar vivos, sobrevivendo e trabalhando. Neste enredo de muitos séculos (regado a muitas trilhas sonoras e muitas novelas tropicais), educação e formação intelectual são elementos extremamente poderosos que só poderiam ser utilizados pelos “adeptos da tradicional cartilha”, e apenas uma dose muito tênue de educação e conhecimento injetado para os ratos (para que estes possam, de alguma forma, trabalhar, alguns de uma forma mais sofisticada, chegando a um padrão de vida raro, para um rato). Tudo meticulosamente planejado, até mesmo por pessoas que nem nestas fronteiras devem estar.

Se o senhor ou a senhora chegou até aqui, e por algum motivo não mudou a página, saiba que estas linhas não são ficcionais. Como não é ficção o fato do mundo estar chegando em um momento de decisão. Como não é mentira que muitos estão sucessivamente desprezando a vida e ignorando a possibilidade de que todos, sem exceção, tenham vida e dignidade. Como é também verdade que algumas classes parecem ser mais humanas que outras, e outras classes tão parecidas com as dos roedores.

E numa atmosfera tão sombria, onde a dignidade de uma sociedade parece estar definhando, há aqueles e aquelas que sonham e incentivam um século XXI dotado das maiores delícias e felicidades que os livros de ficção científica nos prometeram. Delícias e felicidades que são possíveis … para aqueles e aquelas que poderão pagar. Quem não pode trabalhará para os “iluminados”, que terão acesso à qualidade é à dignidade até quando o planeta (ou a tecnologia salvacionista) permitir. Com muita sorte, os ratos ainda conseguirão as suas migalhas salvadoras.

Por fim, em um território tão desigual, tão desumano, com cada vez menor apreço à vida, uma continuação do desenvolvimento desta “tradicional cartilha” é encenada com sorrisos generosos e com uma dose daquele peculiar humor nacional em se achar graça na desgraça. Assim é a receita de mais de quinhentos anos de uma sociedade que não conseguiu ainda sair da alcunha de “promessa”. Enquanto muitos ratos continuam a trabalhar arduamente, plenamente seguros de que a velha “cartilha” é o único testamento de sua existência dotada de recheados prazeres baratos, alguns extra-ordinários flertam sem medo e sem pudor com o leviano e torto caminho da plena vitória fácil, completa e estrondosa, de seus raros semelhantes. Isto até as chuvas de março inundarem os espaços e as secas de agosto queimarem até as areias. Depois disto, negociações e estratégias serão muito mais difíceis.


[1] Docente do curso de Geografia da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD).

Revista Lua Nova nº 120 - 2023

Direitos em Disputa

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