Da Expansão à Dispersão: o BRICS e os limites da ação conjunta

Por Natalia Fingermann e Roberto Georg Uebel. O bloco dos BRICs foi oficialmente formado em 2009, com uma liderança relevante do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que promovia, à época, uma política externa ativa e autônoma com o objetivo de fortalecer o protagonismo brasileiro entre os países emergentes. Nesse primeiro ano, o bloco divulgou sua primeira Declaração Conjunta em uma reunião em Ekaterinburgo, na Rússia, que tratava principalmente de duas questões centrais ao Sul Global: a reformulação do sistema financeiro mundial pós-2008 e a reestruturação das instituições internacionais. Naquele momento, o bloco ainda não contava com a participação da África do Sul, país que seria admitido somente em 14 de abril de 2011.
MEMÓRIA, JUSTIÇA E REPARAÇÃO DOS POVOS ORIGINÁRIOS

Por Sofia Zuca Portugal Pudles. A Mesa-Redonda 4 do Colóquio Internacional: Colonialidade, Racialidade, Punição e Reparação nas Américas (Séculos XIX–XXI) ocorreu em 29 de novembro de 2024, das 16h30 às 17h45 (horário de Brasília), na sala Alfredo Bosi do Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo (IEA/USP).
Trump e os desafios das democracias ocidentais

Por Felipe Calabrez. Desde que o presidente Donald Trump assumiu a Presidência dos EUA pela segunda vez, o mundo tem assistido com perplexidade às ações de um chefe do Executivo que parece ser capaz de desmantelar diariamente o Estado americano e reconfigurar a ordem econômica internacional sentado diante de uma mesa e com uma caneta na mão. Mas como é possível esse exercício imperial de poder em um país cuja arquitetura institucional foi pensada de maneira quase obcecada em garantir a divisão e controle dos poderes e em evitar os riscos da tirania da maioria? E como o presidente que chama todo o poder para si pode afirmar fazê-lo em nome da democracia? É sobre esses pontos que esse texto pretende discorrer.
A Sátira no Campo de Batalha: The Wipers Times como instrumento de sobrevivência na Sociedade das Trincheiras

Por Gabriel P. Brochado. A Great War (1914-1918) foi um conflito que, de modo sem precedentes até então, envolveu uma grande gama de países e impactou milhões de homens, mulheres, idosos e crianças. Como menciona Adams, trata-se de uma guerra que, em alguma medida, mudou “a vida e o futuro de todos os homens e mulheres do planeta”.
Gênero, raça e punição

Por Júlia Batista Bernardes Farias e Stefani Silva Souza. A mesa-redonda “Gênero, raça e punição”, integrante do Colóquio Colonialidade, Racialidade, Punição e Reparação nas Américas (séculos XIX e XX), reuniu três vozes centrais para a análise crítica dos impactos do sistema penal sobre mulheres negras: Mary Jello, representante da Rede Nacional de Feministas Antiproibicionistas (RENFA) e do coletivo Por Nós; a professora Jules Falquet, cuja pesquisa enfoca as interseções entre gênero, classe e colonialidade; e Regina Lúcia dos Santos, geógrafa, especialista em educação étnico-racial e coordenadora do Movimento Negro Unificado de São Paulo (MNU-SP). Ao articular experiência vivida, engajamento político e produção acadêmica, a composição da mesa possibilitou uma abordagem interseccional robusta das dinâmicas de punição, exclusão e resistência que marcam a realidade das mulheres negras no Brasil e na América Latina.
Antinomias da esquerda: Entre o universalismo iluminista e a esquerda woke

Por Rafael Tauil. Desde a dissolução da União Soviética e do fim aparente de uma ordem econômica e ideológica mundial bipolar, setores da esquerda política e intelectual têm encontrado dificuldades na constituição e sedimentação de suas agendas políticas. O pensamento marxista, anti-capitalista, que outrora animou e direcionou as lutas travadas por esta fração ideológica, já não encontra mais terreno tão fértil para se propagar no atual cenário.
Fortalecendo a Cooperação do Sul Global para uma Governança Inclusiva e Sustentável: A Agenda Climática da 17ª Cúpula dos BRICS

Por Laura Martins Oliveira Santos. Sob o lema “Fortalecendo a Cooperação do Sul Global para uma Governança mais Inclusiva e Sustentável”, o Brasil assumiu em 2025 a presidência da 17ª Cúpula dos BRICS. O acrônimo BRICS refere-se à coalizão formada por Brasil, Rússia, Índia, China e, desde 2010, África do Sul. Em 2024, o grupo foi ampliado com a entrada de novos países — Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Egito, Etiópia e Irã — passando a ser informalmente chamado de BRICS+.
Estratégias de insurgência: descolonizar e desracializar os sistemas punitivos nas Américas

Por Kátia Silene Souza de Brito. O livro Califórnia Gulag: Prisões, Crise do Capitalismo e Abolicionismo Penal foi tema da mesa-redonda “Estratégias de insurgência: descolonizar e desracializar os sistemas punitivos nas Américas”. O evento ocorreu no dia 26 de novembro de 2024, das 16h às 17h30, na Sala Alfredo Bosi, auditório do Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo (IEA-USP), com a participação de Dina Alves (PUC-SP), Weber Lopes Góes (UFABC) e Bruno Xavier Martins, tradutor da obra de Ruth W. Gilmore.
A relação do Sertanejo Universitário com seu potencial utópico: Um estudo sobre a indústria cultural brasileira

Por Guilherme Fiori. Atualmente, é possível notar que o sertanejo universitário tem se tornado um dos gêneros musicais mais ouvidos do país. De acordo com as informações oferecidas pela plataforma de streaming musical “Spotify” (a mais utilizada por brasileiros, segundo levantamento realizado em Abril de 2024 pelas empresas Mobile Time e Opinion Box), desde a chegada do aplicativo ao Brasil em 2014, o sertanejo domina os rankings de músicas e artistas mais escutados do país nos últimos dez anos.
Raça e racismo na formação do sistema punitivo brasileiro

Texto por Gessica da Silva e Ana Cristina Grein Marra. A mesa-redonda de abertura do Colóquio Internacional “Colonialidade, Racialidade, Punição e Reparação nas Américas (séculos XIX-XXI)” realizou-se em 26 de novembro de 2024, às 14h30 (horário de Brasília), na Sala Alfredo Bosi do Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo (IEA-USP). Contou com a participação do Prof. Fernando Salla (NEV-USP) e da Prof.ª Juliana Vinuto (UFF), esta em modalidade on-line, sob a mediação da Prof.ª Alessandra Teixeira (UFABC).