Dívida e endividamento: o novo normal das famílias brasileiras

Por Lena Lavinas e Maria Paula Beltran. Este é o primeiro texto de uma série de três. O artigo abaixo descreve como o comprometimento da renda com dívidas se transformou na rotina das famílias brasileiras. O segundo artigo vai abordar o papel do Governo Federal para aprofundamento deste ambíguo processo, em que políticas públicas paradoxais reforçam o rentismo e a desigualdade. Por fim, o último artigo da série vai apresentar possibilidades e alternativas.

Lei Magnitsky é usada de forma equivocada

Por Paulo Borba Casella e Paulo Sérgio Pinheiro. O Boletim Lua Nova republica o artigo de Paulo Borba Casella e Paulo Sérgio Pinheiro, originalmente publicado em O Globo no dia 20 de agosto de 2025. Agradecemos aos autores pela generosidade em autorizar a reprodução do texto e por compartilharem uma reflexão indispensável para compreender os desafios atuais da democracia brasileira.

O Silêncio Cúmplice

Por Paulo Sérgio Pinheiro. Não há ‘crise humanitária’ em Gaza, há genocídio industrializado. E cada país que mantém laços com Israel é cúmplice dessa máquina de morte

O Projeto do CAAF-Unifesp, as Vítimas do Estado e a Vala de Perus. Entrevista com Edson Teles, Joana Barros e Alana Moraes (CAAF/Unifesp)  

Por Ronaldo Tadeu de Souza. Em setembro de 2014, impulsionado pela insistência de familiares de desaparecidos políticos e por um compromisso firmado durante a Comissão Nacional da Verdade, nascia o Centro de Antropologia e Arqueologia Forense da Universidade Federal de São Paulo (CAAF/Unifesp). Nos últimos anos, o CAAF consolidou-se como uma experiência singular de produção de provas em graves violações de direitos humanos, articulando ciência forense, pesquisa acadêmica e ativismo social.

JUSTLA: Repensar a justiça no século XXI a partir da América Latina

Por Nunzio Alì e Luigi Caranti. À luz das mudanças socioeconômicas, políticas e tecnológicas que ocorreram desde o final do século passado, torna-se evidente, não apenas para os estudiosos, mas também para a opinião pública, que a esperança de que a democracia liberal continue a se expandir através de novas “ondas de democratização” é mal colocada, enquanto os fatores que enfraquecem as democracias liberais permanecerem intocados. É nossa crença que a análise desses fatores falhará sistematicamente a menos que uma suposição, até agora tomada como garantida pelo paradigma dominante, seja abandonada. Ou seja, que a teoria liberal é uma imagem perfeita de justiça e que o problema reside apenas na implementação e/ou na falta de atenção de uma opinião política teimosa e surda.

Embargos, Punições Coletivas e Terror: A população civil como refém

Por Osnan Silva de Souza. Em mais um episódio da campanha para articular ataques às instituições brasileiras e à própria soberania nacional, Eduardo Bolsonaro expressou-se da seguinte maneira: “Não. Presidente Donald Trump não jogou uma bomba nuclear no Brasil — ainda”. Em termos semelhantes, posicionou-se o seu irmão, Flávio Bolsonaro, alertando para que o país se curvasse perante as chantagens norte-americanas e da família Bolsonaro:

Da Caridade à Política: A Igreja e a Formação das ONGs no Brasil

Por Fernando Lima Neto. A história da assistência social no Brasil não pode ser contada sem considerar a presença histórica da Igreja Católica. Desde a colonização, instituições ligadas à fé cristã — como asilos, hospitais, irmandades e confrarias — ocuparam o papel de protagonistas na ajuda aos pobres e doentes. Esse protagonismo, no entanto, foi sendo tensionado ao longo dos séculos com a progressiva entrada do Estado e, mais recentemente, da sociedade civil organizada. Esse processo, que chamo de “laicização religiosa da assistência social”, revela como valores cristãos continuaram orientando ações seculares — muitas vezes desvinculadas institucionalmente da Igreja — em nome da justiça social.

Violência Racial e Reparação

Por Camila Bernardo de Moura e Murilo Cesar Ançolim Nazareth. O evento ocorreu em 27 de novembro de 2024, no auditório Nicolau Sevcenko (Prédio de História e Geografia, FFLCH/USP), e contou com a presença da professora Carla Osmo (UNIFESP), do doutorando Matheus Almeida, do Departamento de Antropologia da USP, e de Dona Zilda Maria, ativista. O trio, que integra o Movimento Mães de Osasco e Barueri, discutiu a violência racial cometida por agentes do Estado e o que pode — ou deveria — ser reconhecido como reparação.

Entre Pragmatismo e Esperança: Ecos do I Diálogos Ecopolíticos

Por Felipe Sá e Amauri Fernandes Jr. Organizar um evento socioambiental, de abordagem crítica e com a nossa “cara”, era um sonho que começou a ser melhor desenhado há cerca de um ano. Foram meses de muito trabalho para que os Diálogos Ecopolíticos ganhassem forma nos andares do prédio da antiga reitoria da UNESP na Praça da Sé, número 108, São Paulo. Como parte das comemorações dos 10 anos do Grupo de Estudos em Política e Direito Ambiental Internacional (GEPDAI), Felipe Sá, um dos integrantes do coletivo, propôs, ainda no segundo semestre de 2024, que organizássemos um evento no mês em que se comemora o dia mundial do meio ambiente (junho).

Memória, justiça e reparação: povos africanos e afro-brasileiros

Por Júlia Batista Bernardes Farias. A mesa-redonda intitulada “Memória, justiça e reparação: povos africanos e afro-brasileiros” integrou a programação do Colóquio Colonialidade, Racialidade, Punição e Reparação nas Américas (séculos XIX-XX), realizado em 29 de novembro de 2024, das 17h30 às 19h, na Sala Alfredo Bosi, em formato on-line. Com mediação de Júlia Batista Bernardes Farias (mestranda no Programa de Pós-Graduação em Literatura Brasileira do DLCV-USP) e apoio da monitora Stefani Souza Silva, a mesa contou com a participação de três pesquisadores de destaque: Fernanda Thomaz, integrante da Comissão da Memória e da Verdade sobre a Escravidão e o Tráfico Transatlântico de Pessoas; Handel Wright, professor da University of British Columbia (UBC); e Fábia Ribeiro, pesquisadora do Núcleo de Estudos Africanos e Afro-Brasileiros da UNIFESP. O encontro promoveu diálogos relevantes sobre memória, justiça e políticas de reparação em contextos transnacionais, a partir de diferentes perspectivas acadêmicas e militantes.