Editoração acadêmica, eleições e políticas públicas no Brasil: Entrevista com Luiz Augusto Campos (parte 2)
Por Ronaldo Tadeu de Souza. O Boletim Lua Nova entrevistou Luiz Augusto Campos, professor de Sociologia e Ciência Política e Pesquisador do IESP-UERJ, Coordenador do Grupo de Estudos Multidisciplinares de Ação Afirmativa (GEMAA), do Observatório das Ciências Sociais (OS) e Editor-Chefe da Revista Dados. Nesta segunda parte, conversamos sobre o trabalho de editoração de revistas científicas e sobre as eleições de 2022, um dos temas de pesquisa do entrevistado.
O lulismo e a reabilitação do populismo
Por Marco Antonio Perruso. Nos últimos anos, no Brasil e no mundo, parece haver uma intensificação do debate em torno do populismo – o fenômeno e o conceito. Não se trata apenas da crítica ao populismo “iliberal” de direita que ascendeu, em maior ou menor grau, nos Estados Unidos, Brasil, Polônia, Hungria. Até porque verifica-se um recrudescimento autoritário genérico dentro das fronteiras, por vezes estreitas, da democracia burguesa em termos institucionais – vide os casos da Inglaterra e de Israel.
O que está em jogo…. sempre e ainda os direitos humanos
Por GPDH – IEA/USP. A trama para acabar com o que ainda resta delas, deles, delos, sabemos, começou faz algum tempo[1]. A trama para acabar com o que ainda resta do nosso Estado Democrático de Direito, no entanto, parece ganhar novos sentidos nas falas, em cada slogan de campanha e em cada aparição do ainda presidente Jair Bolsonaro.
Ineditismo tucano em 2022
Por Henrique Curi. A eleição para o governo do estado de São Paulo em 2022 tem disputa partidária inédita desde o processo de redemocratização que o Brasil passou em 1988, com a promulgação da Constituição Federal. O sistema partidário paulista, historicamente, possui dois partidos protagonistas: o Movimento Democrático Brasileiro (MDB – antes PMDB) e o Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB).
Um Voto de Sobrevivência: relato do evento “Debate as Eleições de 2022 e a Democracia”
Por Andréia F. Cardoso e Paulo Bittencourt. As eleições de 2022, desde seu início, são marcadas pela existência de dois campos com interesses e projetos de país distintos; o que se acentuou com o segundo turno dos cargos executivos, em especial o de presidência da República. Se, de um lado, há um voto que se diz em defesa da tríade “Deus, pátria e família”, de outro, temos a preocupação com a continuidade do regime democrático e a defesa dos direitos dos cidadãos. Com esta última em mente, o Centro de Estudos dos Direitos da Cidadania (CENEDIC), da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (FFLCH/USP), o Centro de Estudos de Cultura Contemporânea (CEDEC) e o Coletivo USP pela Democracia promoveram um debate com o tema “As Eleições de 2022 e a Democracia”.
O Rio de Janeiro entre a Máquina Política e o Voto Religioso
Por Felipe Borba e Vitor Peixoto. últimos seis anos, seis governadores ou ex-governadores foram presos ou afastados do cargo por denúncias de corrupção. O histórico de prisões começou em novembro de 2016, quando Anthony Garotinho foi preso por compra de votos nas eleições para prefeito de Campos daquele ano. Na sequência, vieram as prisões de Sérgio Cabral (junho de 2017), Rosinha Garotinho (novembro de 2017), Luiz Fernando Pezão (novembro de 2018) e Moreira Franco (março de 2019).
Arremate! Vencer de novo e consolidar a vitória!
Por Sebastião Velasco e Cruz. Foi por muito pouco. Não liquidamos a fatura no domingo, mas alcançamos uma vitória memorável. Apesar da sórdida campanha de difamação nas redes e da tática desesperada do insulto lançado face a face em mal denominado debate, Lula venceu Bolsonaro no primeiro turno por 5 pontos percentuais e mais de 6 milhões de votos.Não aquilatamos bem o tamanho do feito se não o colocamos em perspectiva e não indicamos a natureza do embate. Em 2 de outubro Lula recebeu 48,43% dos votos válidos (o segundo melhor resultado obtido pelo PT nesta etapa da eleição presidencial, praticamente igualando o obtido por ele em 2006 (48,6%), quando conduziu a disputa em pleno exercício do mandato de Presidente.
Dois Brasis se enfrentam em 2022?
Por Bernardo Ricupero. Ninguém esperava os resultados do 1º turno das eleições de 2022. Provavelmente elas só foram menos surpreendentes do que os resultados do 1º turno de 2018, quando Jair Bolsonaro teve 46% dos votos e quase não precisou enfrentar o 2º turno. Na esteira do capitão reformado foram então eleitas figuras desconhecidas, como Romeu Zema em Minas Gerais e Wilson Witzel no Rio de Janeiro.
Mulheres, participação e interesses em Mato Grosso do Sul: análise dos pleitos de 1982-2022
Por Jaqueline T. Comin. Esse texto tem origem na pesquisa que desenvolvi durante no mestrado em sociologia, intitulada: “Mulheres e política institucional em Mato Grosso do Sul: a relação entre o social e o constitucional” , e seus desdobramentos em artigos , realizado na Universidade Federal da Grande Dourados, em Dourados. Contextualizando o local, esta cidade está situada no centro-oeste e, foi criada em 1935, durante o governo Vargas na “Marcha para o Oeste” e a “integração” do interior do Brasil.
Desigualdades Raciais e de Gênero nas Eleições Brasileiras: um breve panorama
Por Beatriz M. Chaves. Nas últimas eleições brasileiras, a paridade racial e de gênero foi especialmente pautada no debate público. Apesar do tema integrar a agenda política mais recente, a demanda por ações institucionais de combate às desigualdades raciais e de gênero no processo eleitoral é longínqua e se ancora no cenário de baixa representatividade de grupos não-brancos e não-masculinos em espaços políticos cujo acesso é organizado por meio das eleições.