Editoração acadêmica, eleições e políticas públicas no Brasil: Entrevista com Luiz Augusto Campos (parte 2)

Por Ronaldo Tadeu de Souza. O Boletim Lua Nova entrevistou Luiz Augusto Campos, professor de Sociologia e Ciência Política e Pesquisador do IESP-UERJ, Coordenador do Grupo de Estudos Multidisciplinares de Ação Afirmativa (GEMAA), do Observatório das Ciências Sociais (OS) e Editor-Chefe da Revista Dados. Nesta segunda parte, conversamos sobre o trabalho de editoração de revistas científicas e sobre as eleições de 2022, um dos temas de pesquisa do entrevistado.

Rezingas de baldado

Por Andrei Koerner. O presidente Jair Bolsonaro levou 45 horas para se manifestar sobre o resultado da eleição presidencial e, quando o fez, não reconheceu a derrota, enaltecendo, pelo contrário, os manifestantes que já bloqueavam as rodovias e se manifestavam em frente a quartéis e outros locais públicos contestando o resultado da eleição e reivindicando uma intervenção militar. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) proclamara os resultados poucas horas depois do fechamento das urnas e a correção do pleito fora reconhecida por autoridades políticas nacionais e estrangeiras, dirigentes partidários e outros atores políticos e sociais.

Os feminismos e as mulheres nas eleições de 2022

Por Beatriz Rodrigues Sanchez. A centralidade da questão de gênero nas eleições deste ano mostra o que nós, pesquisadoras feministas, temos apontado há tempos: o feminismo não é somente uma luta cultural, cortina de fumaça ou pauta identitária. O feminismo está no centro da disputa sobre os sentidos da democracia.

O Rio de Janeiro entre a Máquina Política e o Voto Religioso

Por Felipe Borba e Vitor Peixoto. últimos seis anos, seis governadores ou ex-governadores foram presos ou afastados do cargo por denúncias de corrupção. O histórico de prisões começou em novembro de 2016, quando Anthony Garotinho foi preso por compra de votos nas eleições para prefeito de Campos daquele ano. Na sequência, vieram as prisões de Sérgio Cabral (junho de 2017), Rosinha Garotinho (novembro de 2017), Luiz Fernando Pezão (novembro de 2018) e Moreira Franco (março de 2019).

Arremate! Vencer de novo e consolidar a vitória!

Por Sebastião Velasco e Cruz. Foi por muito pouco. Não liquidamos a fatura no domingo, mas alcançamos uma vitória memorável. Apesar da sórdida campanha de difamação nas redes e da tática desesperada do insulto lançado face a face em mal denominado debate, Lula venceu Bolsonaro no primeiro turno por 5 pontos percentuais e mais de 6 milhões de votos.Não aquilatamos bem o tamanho do feito se não o colocamos em perspectiva e não indicamos a natureza do embate. Em 2 de outubro Lula recebeu 48,43% dos votos válidos (o segundo melhor resultado obtido pelo PT nesta etapa da eleição presidencial, praticamente igualando o obtido por ele em 2006 (48,6%), quando conduziu a disputa em pleno exercício do mandato de Presidente.

Dois Brasis se enfrentam em 2022?

Por Bernardo Ricupero. Ninguém esperava os resultados do 1º turno das eleições de 2022. Provavelmente elas só foram menos surpreendentes do que os resultados do 1º turno de 2018, quando Jair Bolsonaro teve 46% dos votos e quase não precisou enfrentar o 2º turno. Na esteira do capitão reformado foram então eleitas figuras desconhecidas, como Romeu Zema em Minas Gerais e Wilson Witzel no Rio de Janeiro.

Mulheres, participação e interesses em Mato Grosso do Sul: análise dos pleitos de 1982-2022

Por Jaqueline T. Comin. Esse texto tem origem na pesquisa que desenvolvi durante no mestrado em sociologia, intitulada: “Mulheres e política institucional em Mato Grosso do Sul: a relação entre o social e o constitucional” , e seus desdobramentos em artigos , realizado na Universidade Federal da Grande Dourados, em Dourados. Contextualizando o local, esta cidade está situada no centro-oeste e, foi criada em 1935, durante o governo Vargas na “Marcha para o Oeste” e a “integração” do interior do Brasil.

Rede Social não é tudo a mesma coisa: Facebook e Instagram no Primeiro Turno das Eleições Presidenciais

Por Eduardo Barbabela. Não é novidade a importância da comunicação para as democracias contemporâneas. Em um sistema cada vez mais descentralizado de divulgação de informações, no qual novas mídias surgem para dar voz a uma pluralidade de sujeitos, a mídia tradicional ainda possui um papel de agregador de demandas e vozes, definindo a relevância ou não dessas vozes no processo político. Seja por sua extensa capilaridade, seja por sua capacidade de produção de matérias com checagem de fatos, os grandes meios de comunicação possuem a confiança da sociedade para informá-la sobre o que acontece. Ao longo do século XX, a evolução da tecnologia e o desenvolvimento de novas formas de comunicação transformaram a sociedade e a sua relação com a política.

Desigualdades Raciais e de Gênero nas Eleições Brasileiras: um breve panorama

Por Beatriz M. Chaves. Nas últimas eleições brasileiras, a paridade racial e de gênero foi especialmente pautada no debate público. Apesar do tema integrar a agenda política mais recente, a demanda por ações institucionais de combate às desigualdades raciais e de gênero no processo eleitoral é longínqua e se ancora no cenário de baixa representatividade de grupos não-brancos e não-masculinos em espaços políticos cujo acesso é organizado por meio das eleições.