Evangélicos, teologia do domínio e voto nas eleições de 2022

Por Helcimara Telles e Horrana Grieg S. Oliveira. O Brasil, ao longo dos últimos anos, tem sofrido uma transformação demográfica que levou à expansão dos grupos e da fé da evangélica entre a população. Os católicos, entre os anos de 1970 até 2010, sofreram uma redução de 27,2 pontos percentuais (p.p). Estima-se que, em 2030, os católicos e evangélicos latu senso (evangélicos de missão, evangélicos de origem pentecostal e evangélicos não determinados) terão participações próximas na sociedade, representando 39,8% e 38% respectivamente na população brasileira .

Evangélicos e a constituição de uma identidade antipetista religiosa

Por Vinicius do Valle. No presente artigo pretendo discorrer sobre a relação do PT com o segmento evangélico. Partimos de um breve levantamento sobre o comportamento eleitoral dos evangélicos e as alianças políticas desse grupo ao longo da nova república. Em seguida, partimos para os dados de intenção de voto do segmento nas eleições de 2022. O objetivo é demonstrar como o segmento evangélico se constituiu como a principal força anti-petista do cenário político brasileiro.

O evangelismo empreendedor: o entrepreneurship na ação política das organizações não-governamentais transnacionais da nova direita (Parte I)

Por Renato Ortega. Na gramática política contemporânea, poucas palavras mobilizam o imaginário coletivo com o mesmo alcance do termo “empreendedorismo”. De Donald Trump a Emmanuel Macron, figuras de diversas colorações políticas e regiões do globo buscaram revestir-se com a imagem do empreendedor de sucesso perante o eleitorado, ao apostar na acolhida calorosa que a retórica celebratória do empreendedorismo encontra junto a parcelas da população. A lógica do discurso pinta o empresário bem-sucedido como o sujeito mais apto a conduzir os processos de modernização e moralização do aparelho estatal, em contraposição à incontornabilidade dos males da burocracia, ineficiência e corrupção que assolam a administração pública (Washington Post, 2017).