Neoliberalismo e crise do capitalismo democrático: da abordagem econômica aos fundamentos de um modelo de sociedade
Por Sérgio Mendonça Benedito. Este texto reproduz a apresentação oral de um trabalho, com o mesmo título, realizada no GT 3 (Teoria e pensamento político) do VII Fórum Brasileiro de Pós-Graduação em Ciência Política, no dia 18 de fevereiro de 2022. A versão revisada e final do ensaio foi recentemente publicada na revista Agenda Política (UFSCar).
A Procuradoria-Geral da República e a virada autoritária neoliberal (Parte II)
Por Sofia P. Gutierrez. Este ensaio explora a complexa interação entre a racionalidade neoliberal, o sistema judicial e a política no Brasil contemporâneo, analisando como a PGR desempenhou um papel crucial na virada autoritária desse paradigma. Além disso, destaca como a internacionalização das influências e discursos do neoliberalismo contribui para a compreensão das transformações políticas e judiciais no país. Na primeira parte do ensaio, procurei situar o crescente protagonismo do aparelho judiciário no contexto da ascensão do neoliberalismo a partir da década de 1980. A seguir, avaliarei algumas ações de Rodrigo Janot na crise política por meio da Operação Lava Jato e de Augusto Aras durante o governo de Jair Bolsonaro.
Neoliberalismo e Gênero, Entrelace que Acentua Desigualdades
Por Stephany D. Pereira Mencato. Em um ensaio bibliográfico publicado recentemente busquei compreender como neoliberalismo e gênero se entrelaçam, acentuando as desigualdades de gênero, afetando mulheres e corpos feminilizados. Nele destaco os riscos que emergem dos discursos nos quais se prega, sem crítica, a autonomização total das mulheres, construindo-as como empresárias de si, possuidoras de liberdade total de escolha entre o mercado e a vida doméstica na sociedade de livre mercado.
O Canto de Sereia do Neo-Fascismo: A Crise da Democracia e a Rearticulação da Lógica Neo-Liberal
Por Rafael R. Ioris. A surpreendente ascensão ao poder de Donald Trump, nos EUA, em 2016, e de Jair Bolsonaro, no Brasil, em 2018, representou não só problemas graves nas estruturas políticas de tais países, como também uma crise mais ampla na lógica de funcionamento da Democracia Liberal, que parece mesmo estar enfrentando hoje um dos seus maiores desafios. Tragicamente, ao invés de oferecer formas reais de atender às demandas por novas e mais eficientes práticas de representação política, tais líderes, e seus similares ao redor do mundo, aceleram a própria crise estrutural em curso.
A despolitização dos direitos humanos na malha global: três momentos-chave e uma aposta necessária
Por Letícia Rizzotti. Na última década, a opinião pública tem experimentado um singular retrocesso no debate sobre direitos humanos, que acomete pautas nacionais e globais. Contudo, a ideia de uma pauta una e coesa de direitos humanos sofre reveses importantes e recorrentes pelo menos desde o início do século XX. Exemplos flagrantes são as disputas sobre assentamento de minorias na Liga das Nações (1919-1939), a fragmentação de conteúdo nos Pactos de 1966, e mesmo a dissidência entre pautas desenvolvimentistas e proteções ambientais nos anos 1980 e 1990.
Política comparada: lições da democratização e da ditadura
Paulo J. Krischke[1] O texto a seguir é o prefácio ao livro de Francisco Canella, Entre o local e a cidade: memórias e experiências de duas gerações de moradores da periferia urbana em Florianópolis (1990-2010) (Editora Todapalavra). Estou muito agradecido ao professor Francisco Canella por me haver permitido acompanhar a sua trajetória como pesquisador de […]
A longa crise peruana: corrupção, neoliberalismo e Covid-19
Por Renata Peixoto de Oliveira
Neste artigo analisamos os efeitos do avanço neoliberal no Peru e a corrupção que se tornou endêmica e associada a este modelo econômico – muito embora as críticas destinadas ao nacional-desenvolvimentismo e a uma matriz estadocentrica considerassem o Estado Mínimo como a solução para a ineficiência e corrupção estatais
Modernidade, informalidade, empreendedorismo e barbárie
Por Jacob Carlos Lima
A informalidade, vista por muito tempo como sinônimo de atraso econômico e pobreza urbana, volta à tona, agora com chancela presidencial, menos como sinônimo da modernidade do capitalismo flexível, mais como opção (ou falta de) entre empregos e direitos.