Protesto “No Kings” Mostra que o Rei Está Nu

Em 18 de outubro, mais de sete milhões de pessoas foram às ruas em cerca de 2.700 localidades em todos os 50 estados americanos, assim como na capital, Washington, D.C., em adesão ao protesto “No Kings”, para denunciar o autoritarismo do governo Trump 2.0. Isso equivale a 2% da população total do país, hoje em torno de 340 milhões de pessoas. As informações acima são dos organizadores, que também fazem uma irônica comparação: o total de manifestantes do último sábado foi, segundo eles, 14 vezes maior do que o público presente nas duas posses de Donald Trump, em 2017 e em 2025. 

O Aparelhamento Ideológico das Forças Armadas dos EUA e os Ecos de um Corolário Roosevelt

Por Yasmin Abril M. Reis. A realidade distópica ilustrada no filme “Guerra Civil” (Civil War, em inglês) de 2024, dirigido por Alex Garland, é um espelho inquietante do momento atual dos Estados Unidos. Embora a analogia entre realidade e ficção não implica necessariamente no “vai se realizar”, no entanto, paralelos entre o filme e o governo Donald Trump (2025) são evidentes de se encontrarem. A interseção pode ser identificada a partir de alguns vetores, tais como: a convocação extraordinária de militares de alta patente globalmente, o discurso de uma “guerra interna” e os desafios simbólicos às normas militares tradicionais sinalizam que os limites do poder militar e os freios constitucionais enfrentam testes sem precedentes.  

Trump e os desafios das democracias ocidentais 

Por Felipe Calabrez. Desde que o presidente Donald Trump assumiu a Presidência dos EUA pela segunda vez, o mundo tem assistido com perplexidade às ações de um chefe do Executivo que parece ser capaz de desmantelar diariamente o Estado americano e reconfigurar a ordem econômica internacional sentado diante de uma mesa e com uma caneta na mão. Mas como é possível esse exercício imperial de poder em um país cuja arquitetura institucional foi pensada de maneira quase obcecada em garantir a divisão e controle dos poderes e em evitar os riscos da tirania da maioria? E como o presidente que chama todo o poder para si pode afirmar fazê-lo em nome da democracia? É sobre esses pontos que esse texto pretende discorrer. 

Nacionalismo, Imigração Indesejada e Degeneração Democrática

Por Raissa Wihby Ventura e Guilherme C. de Moraes. Quatro dias após reassumir a presidência dos Estados Unidos em 2025 para o seu segundo mandato, Donald Trump autorizou a prisão e deportação de mais de 1,4 milhão de imigrantes que haviam recebido autorização de permanência temporária durante o governo de seu antecessor, Joe Biden (20 de janeiro de 2020 – 20 de janeiro de 2025).