Bolsonaro como um parêntese na história brasileira?
Por Bernardo Ricupero
Benedetto Croce perguntou, pouco antes de chegar ao fim o domínio do fascismo na Itália: “o que é na nossa história um parêntese de vinte anos?”. Mais recentemente, Joe Biden defendeu, na sua vitoriosa campanha presidencial, trazer os EUA “de volta à decência”, depois do desvio que representariam os anos Trump.
A OPÇÃO DOGMÁTICA E A “INVIABILIDADE” DE MEDIDAS ABRANGENTES DE POLÍTICA ECONÔMICA KEYNESIANA NO GOVERNO BOLSONARO (PARTE I): OS DESAFIOS DA ECONOMIA BRASILEIRA NO PERÍODO DA PANDEMIA
Por Wilson Vieira
Vivemos um quadro de recessão econômica desde 2015, agravado no período 2016-2018 e piorado mais ainda a partir do governo Bolsonaro, principalmente, pela chegada e avanço da pandemia da COVID-19.
O governo começou, acabou e recomeçou, mas não sabemos como irá terminar
Por Ivo Coser
Refletir sobre as notícias do jornal é uma tarefa que interessa a todos que refletem sobre a política. A conjuntura com seus vários fenômenos, diversos atores e suas interações múltiplas, seus resultados ora surpreendentes ora esperados exigem do espectador um instrumental que lhe permita separar o passageiro do permanente; que lhe forneça meios que direcione o olhar para as ações que vão influenciar o curso dos acontecimentos daquelas que são apenas uma nuvem passageira, a qual por vezes anuncia uma chuva que não virá.
Individualismo personalista, imunidade coletiva
Por Lucas van Hombeeck
A quais forças da cultura é possível atribuir a resiliência da situação político-institucional pela qual passamos no Brasil hoje?[2] Se, por um lado, nos últimos anos as notícias não deixaram de surpreender, em especial àqueles de nós que consideravam certos valores democráticos como dados genericamente compartilhados, por outro, uma análise de processos históricos de mais longa duração pode sugerir que, na verdade, não há tanto com que se surpreender assim.
A extrema direita, as políticas ultraliberais e o ressurgimento do autoritarismo na América Latina
Por Ana Targina Rodrigues Ferraz
O acirramento da luta de classes em todo o mundo na sequência da grande crise capitalista de 2008 inaugura uma nova fase na configuração do Estado, das políticas sociais e das condições políticas para o processamento da luta entre capital e trabalho, apresentando contornos dramáticos na América Latina.
NEGAR O RACISMO PARA RESTABELECER O MITO?
Por José A. Lindgren-Alves
Em 20 de novembro de 2020, quando o Vice-Presidente da República declarou que no Brasil não havia racismo, a afirmação causou perplexidade. Não porque se imaginasse que o General Mourão fosse racista.
As eleições municipais brasileiras como um teste à crescente popularidade de Bolsonaro
Por Jayane Maia
O primeiro turno das eleições municipais no Brasil aconteceu em 15 de novembro, com mais de um mês de atraso devido à pandemia do coronavírus. Todos precisaram esperar um pouco para desvendar as expectativas que acompanharam estas eleições.
O que será da América Latina no Governo Biden? Análise de cenários e tendências
Por Rafael R. Ioris
Após longos dias de antecipação e suspense, o inepto sistema de eleições dos EUA nos fez saber que Joe Biden, ex-vice-presidente e um dos caciques do partido Democrata, será o novo presidente da maior potência militar do mundo, assim como, historicamente, a maior influência econômica, política e cultural no hemisfério Ocidental.
O reino da mesquinhez
Por André Geraldo Berezuk
Enquanto o senhor ou a senhora lê este texto, árvores estão sendo, na maioria delas, derrubadas para nada útil, e florestas milenares estão sendo queimadas para fins muito menos nobres. Ao mesmo tempo em que estas áreas encontram sendo dizimadas, as chuvas vão sendo impactadas em seu regime e as plantações atingidas paulatinamente, ano a ano (não são as plantações high-tech das commodities, são dos campos de onde provêm o seu alimento)
RELIGIÃO E LIBERDADES TRUNCADAS: política externa e direitos humanos refletidos no curioso discurso do chanceler aos formandos do Instituto Rio-Branco
Por J. A. Lindgren-Alves
Foi muito comentado o discurso do ministro das relações exteriores na cerimônia de formatura do Instituto Rio-Branco, em 22 de outubro, pela revolta que causou. As críticas, todas pertinentes diante dos absurdos enunciados, foram provocadas sobretudo pelo abuso do nome escolhido pelos formandos como patrono da turma, João Cabral de Melo Neto, assim como pela interpretação positiva do fato de o Brasil se ter tornado um pária na comunidade internacional.