As Artes que falam do Direito, o Direito que fala das Artes

Por Eduardo C.B. Bittar
A ciência progride pelos caminhos mais imprevistos possíveis. Na obra recém-publicada, intitulada “Semiótica, Direito & Arte: entre Teoria da Justiça e Teoria do Direito”- que conta com os prefácios de François Ost, Antoine Garapon e José M. A. Linhares – me reencontro com o meu próprio percurso acadêmico, iniciado no campo da Semiótica do Direito, considerando-se a relevância que a fronteira de estudos Law and Language assumiu na compreensão interdisciplinar que desenvolvo no campo da Filosofia e Teoria do Direito.

A longa crise peruana: corrupção, neoliberalismo e Covid-19

Por Renata Peixoto de Oliveira
Neste artigo analisamos os efeitos do avanço neoliberal no Peru e a corrupção que se tornou endêmica e associada a este modelo econômico – muito embora as críticas destinadas ao nacional-desenvolvimentismo e a uma matriz estadocentrica considerassem o Estado Mínimo como a solução para a ineficiência e corrupção estatais

Mídias sociais, teorias da conspiração e estratégias eleitorais

Por Thatiane Moreira i
Mesmo antes das redes sociais se tornarem parte da rotina de muitos indivíduos, as falsificações de notícia seguiam ritmo intenso.[2], O que ocorreu nos últimos anos foi a ampliação do alcance e aprofundamento do processo de desinformação, atacando as verdades que poderiam ser objetivamente descritas.

Descolonizar a pesquisa em direito: notas e fronteiras globais

Por Gabriel Antonio Silveira Mantelli

Este texto apresenta algumas reflexões teóricas sobre as possibilidades de descolonização do direito, muitas delas fruto direto da experiência de pesquisa em nível de pós-graduação no campo crítico do direito internacional (MANTELLI, 2019), especificamente na intersecção entre direito e desenvolvimento, estudos pós-coloniais e direito internacional (ver, e.g., RAJAGOPAL, 2003; PAHUJA, 2011; ESLAVA, 2015).

A Ciência Política brasileira também odeia os povos indígenas?

Por Leonardo Barros
No fim de 2016, o cientista político professor da universidade de Wisconsin-Milwalkee, Kennan Ferguson, publicou um artigo na revista da American Political Science Association com o título provocativo “ Why does Political Science hate American Indians?” (“Por que a Ciência Política odeia os índios norte-americanos?”, em tradução livre).

A democracia sob o capitalismo de vigilância: análises preliminares da influência tecnológica nos processos eleitorais

Por Géssica de Freitas e Jade M. Becari
A era do capitalismo vigilante caracteriza-se como uma nova ordem econômica que reivindica a experiência humana como matéria-prima gratuita para práticas comerciais ocultas de extração, previsão e vendas. Trata-se de uma expropriação de direitos humanos que é melhor entendida como golpe de cima: uma derrubada da soberania do povo.

Covid-19 no Brasil e nos EUA e a normalização da barbárie

Por Rafael R. Ioris
Uma nova versão de coronavírus (Covid-19), que vem se disseminando ao redor do mundo nos últimos meses, tem forçado novos arranjos produtivos, políticos e culturais como talvez somente tenha ocorrido ao final da Segunda Guerra Mundial

DIREITOS HUMANOS NA PANDEMIA: IDEOLOGIA, GENOCÍDIO OU LOUCURA?

Por J. A. Lindgren-Alves
No panorama apavorante em que se encontrava o Brasil desde meados de março, quando autoridades estaduais e municipais começaram a adotar medidas de isolamento social para reduzir a disseminação do coronavírus, indo contra a vontade do Presidente da República, a situação política do país foi-se agravando de tal maneira, junto com a tragédia sanitária, que outras questões graves não tinham condições de se impor na consciência do público.

Covid-19 na América Latina: aprofundando os desafios da região mais desigual do mundo

Por Rafael R. Ioris
Confirmando o que especialistas em saúde pública vem afirmando há muitos anos, uma nova pandemia global tem desafiado o mundo inteiro nos últimos três meses. A acelerada disseminação de um novo coronavírus, conhecido como Covid-19, paralisou redes de produção e comércio mundiais e forçou sociedades inteiras a encontrar novas formas de conduzir negócios, manter estruturas educacionais e mesmo operar os próprios sistemas de deliberação política.