Resenha de: PERICÁS, Luiz Bernardo (org). Caminhos da Revolução Brasileira. São Paulo: Boitempo, 2019.
Por Cecília Brancher
Em Caminhos da revolução brasileira, livro publicado pela editora Boitempo em 2019, o historiador e professor de história contemporânea da USP, Luiz Bernardo Pericás, apresenta valorosa coletânea de textos escritos por intelectuais e militantes sobre a formação social e a revolução brasileiras.
Pandemia e Renda Básica Universal. Emergência conjuntural, governabilidade sistêmica ou consenso pós-trabalho?
Por Luis Fernando Ayerbe
Na atual crise deflagrada pela pandemia do corona vírus, um aspecto diferenciado na resposta dos Estados, dos organismos financeiros multilaterais e de elites orgânicas do globalismo neoliberal, é o reconhecimento da necessidade e urgência na implementação de mecanismos de renda mínima para os setores mais pobres que vivem na informalidade ou que vão sendo afetados pela perda de empregos.
Resenha de: CANCELLI, Elizabeth; MESQUITA, Gustavo; CHAVES, Wanderson. Guerra Fria e Brasil: Para a agenda de integração do negro na sociedade de classes. São Paulo: Alameda, 2019. 272 p.
Por b>Júlio Cattai
No último 1.º de junho, após uma semana de protestos espalhados por todo território dos Estados Unidos, com as ruas transformadas em palco de confrontos dignos de guerra, o New York Times trouxe uma matéria intitulada “Como Minneapolis, uma das mais liberais cidades dos EUA, luta contra o racismo”.
“E veio o branco e inventou o papel”: disputas sobre o direito às terras indígenas (também) no governo Bolsonaro
Por Biancka Miranda e Marcia Baratto
O Cacique Natanael Munduruku disse, em entrevista de agosto do ano passado, que não deveria ser necessário demarcar terras. Afinal, os indígenas já vivem nelas desde que o mundo é mundo. Porém, ‘veio o branco e inventou o papel’[i]! E agora o indígena, representante dos povos originários das Américas, tem de provar o uso ou a ocupação de seus territórios através desse papel; reiterando, assim, a lógica do homem branco colonizador.
A origem da pandemia está no que se come
Por Débora Assumpção e Lima
Desde o colapso da economia mundial, deflagrado pela crise financeira de 2008, o mundo tem enfrentado ininterruptas “pandemias”. De modo análogo às operações de subprime e os derivativos do mercado especulativo, cujo caráter fictício é configurado pela projeção de algo que ainda não existe, as pandemias também nos colocam face a face a um elemento sistêmico que não pode ser visto nem tocado: o vírus.
O que pensam os militares?
Por João Roberto Martins Filho
Quinhentos dias depois da posse de Jair Bolsonaro, a pergunta acima passou de preocupação de um restrito círculo de estudiosos a uma espécie de obsessão geral. Nós, os especialistas, depois de constatar que a vitória do ex-capitão teve como um de seus principais esteios uma operação de guerra de apoio a sua candidatura, logo compreendemos que tudo começara com modificações, de início imperceptíveis, no modo como a caserna reagiu à crise política pós-2103, no campo das ideias e das visões de mundo.
Resenha de: VELASCO E CRUZ, SEBASTIÃO; BOJIKIAN, NEUSA M. P. (ORGS) Trump: primeiro tempo. Partidos, políticas, eleições e perspectivas
Por José Késsio F. Lemos
A ascensão de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos é um fenômeno curioso. Conhecido por seu perfil insólito, excêntrico e polêmico, Trump protagonizou uma campanha populista e por demasiada polarizadora. O businessman que decidiu enveredar pela política, foi por vezes subestimado.
O combate à pandemia internacional como pretexto para a violação dos direitos de refugiados
Por William Torres Laureano da Rosa
No quadro atual da pandemia do COVID-19, um dos temas que despertam grande preocupação são as mudanças nas legislações e práticas migratórias e de refúgio, especialmente sobre as consequências para pessoas que sofrem com o deslocamento forçado se, e quando, a situação retornar para certa normalidade.
Coronavírus, prisões e extermínio: riscos e responsabilidades
Por Felipe da Silva Freitas
O sistema carcerário brasileiro vive em permanente estado de colapso e vulnerabilidade. Alimentação insuficiente e de má qualidade, inadequadas condições de higiene, celas sem ventilação e permanentemente úmidas e fétidas[2]. O quadro é de horror e assombra qualquer analista minimamente sensível[3].
Na pandemia movimentos sociais mostram sua força e competência
Por Paolo Colosso
Nos tempos pré-COVID, ações coletivas pautadas pela cooperação e solidariedade eram vistas como elementos residuais da vida social marcada pelos parâmetros liberais de conduta. Mas o trauma coletivo gerado pela pandemia tem sido um choque que suspende os nexos sedimentados. Nesse estado de emergência vem à tona, ao mesmo tempo, o que produzimos de melhor e de pior em termos civilizatórios.