Pandemia e Renda Básica Universal. Emergência conjuntural, governabilidade sistêmica ou consenso pós-trabalho?

Por Luis Fernando Ayerbe
Na atual crise deflagrada pela pandemia do corona vírus, um aspecto diferenciado na resposta dos Estados, dos organismos financeiros multilaterais e de elites orgânicas do globalismo neoliberal, é o reconhecimento da necessidade e urgência na implementação de mecanismos de renda mínima para os setores mais pobres que vivem na informalidade ou que vão sendo afetados pela perda de empregos.

Resenha de: CANCELLI, Elizabeth; MESQUITA, Gustavo; CHAVES, Wanderson. Guerra Fria e Brasil: Para a agenda de integração do negro na sociedade de classes. São Paulo: Alameda, 2019. 272 p.

Por b>Júlio Cattai
No último 1.º de junho, após uma semana de protestos espalhados por todo território dos Estados Unidos, com as ruas transformadas em palco de confrontos dignos de guerra, o New York Times trouxe uma matéria intitulada “Como Minneapolis, uma das mais liberais cidades dos EUA, luta contra o racismo”.

“E veio o branco e inventou o papel”: disputas sobre o direito às terras indígenas (também) no governo Bolsonaro

Por Biancka Miranda e Marcia Baratto
O Cacique Natanael Munduruku disse, em entrevista de agosto do ano passado, que não deveria ser necessário demarcar terras. Afinal, os indígenas já vivem nelas desde que o mundo é mundo. Porém, ‘veio o branco e inventou o papel’[i]! E agora o indígena, representante dos povos originários das Américas, tem de provar o uso ou a ocupação de seus territórios através desse papel; reiterando, assim, a lógica do homem branco colonizador.

A origem da pandemia está no que se come

Por Débora Assumpção e Lima
Desde o colapso da economia mundial, deflagrado pela crise financeira de 2008, o mundo tem enfrentado ininterruptas “pandemias”. De modo análogo às operações de subprime e os derivativos do mercado especulativo, cujo caráter fictício é configurado pela projeção de algo que ainda não existe, as pandemias também nos colocam face a face a um elemento sistêmico que não pode ser visto nem tocado: o vírus.

O que pensam os militares?

Por João Roberto Martins Filho
Quinhentos dias depois da posse de Jair Bolsonaro, a pergunta acima passou de preocupação de um restrito círculo de estudiosos a uma espécie de obsessão geral. Nós, os especialistas, depois de constatar que a vitória do ex-capitão teve como um de seus principais esteios uma operação de guerra de apoio a sua candidatura, logo compreendemos que tudo começara com modificações, de início imperceptíveis, no modo como a caserna reagiu à crise política pós-2103, no campo das ideias e das visões de mundo.

Coronavírus, prisões e extermínio: riscos e responsabilidades

Por Felipe da Silva Freitas
O sistema carcerário brasileiro vive em permanente estado de colapso e vulnerabilidade. Alimentação insuficiente e de má qualidade, inadequadas condições de higiene, celas sem ventilação e permanentemente úmidas e fétidas[2]. O quadro é de horror e assombra qualquer analista minimamente sensível[3].

Na pandemia movimentos sociais mostram sua força e competência

Por Paolo Colosso
Nos tempos pré-COVID, ações coletivas pautadas pela cooperação e solidariedade eram vistas como elementos residuais da vida social marcada pelos parâmetros liberais de conduta.  Mas o trauma coletivo gerado pela pandemia tem sido um choque que suspende os nexos sedimentados. Nesse estado de emergência vem à tona, ao mesmo tempo, o que produzimos de melhor e de pior em termos civilizatórios.