O Rio de Janeiro entre a Máquina Política e o Voto Religioso

Por Felipe Borba e Vitor Peixoto. últimos seis anos, seis governadores ou ex-governadores foram presos ou afastados do cargo por denúncias de corrupção. O histórico de prisões começou em novembro de 2016, quando Anthony Garotinho foi preso por compra de votos nas eleições para prefeito de Campos daquele ano. Na sequência, vieram as prisões de Sérgio Cabral (junho de 2017), Rosinha Garotinho (novembro de 2017), Luiz Fernando Pezão (novembro de 2018) e Moreira Franco (março de 2019).

Arremate! Vencer de novo e consolidar a vitória!

Por Sebastião Velasco e Cruz. Foi por muito pouco. Não liquidamos a fatura no domingo, mas alcançamos uma vitória memorável. Apesar da sórdida campanha de difamação nas redes e da tática desesperada do insulto lançado face a face em mal denominado debate, Lula venceu Bolsonaro no primeiro turno por 5 pontos percentuais e mais de 6 milhões de votos.Não aquilatamos bem o tamanho do feito se não o colocamos em perspectiva e não indicamos a natureza do embate. Em 2 de outubro Lula recebeu 48,43% dos votos válidos (o segundo melhor resultado obtido pelo PT nesta etapa da eleição presidencial, praticamente igualando o obtido por ele em 2006 (48,6%), quando conduziu a disputa em pleno exercício do mandato de Presidente.

Dois Brasis se enfrentam em 2022?

Por Bernardo Ricupero. Ninguém esperava os resultados do 1º turno das eleições de 2022. Provavelmente elas só foram menos surpreendentes do que os resultados do 1º turno de 2018, quando Jair Bolsonaro teve 46% dos votos e quase não precisou enfrentar o 2º turno. Na esteira do capitão reformado foram então eleitas figuras desconhecidas, como Romeu Zema em Minas Gerais e Wilson Witzel no Rio de Janeiro.

Mulheres, participação e interesses em Mato Grosso do Sul: análise dos pleitos de 1982-2022

Por Jaqueline T. Comin. Esse texto tem origem na pesquisa que desenvolvi durante no mestrado em sociologia, intitulada: “Mulheres e política institucional em Mato Grosso do Sul: a relação entre o social e o constitucional” , e seus desdobramentos em artigos , realizado na Universidade Federal da Grande Dourados, em Dourados. Contextualizando o local, esta cidade está situada no centro-oeste e, foi criada em 1935, durante o governo Vargas na “Marcha para o Oeste” e a “integração” do interior do Brasil.

Rede Social não é tudo a mesma coisa: Facebook e Instagram no Primeiro Turno das Eleições Presidenciais

Por Eduardo Barbabela. Não é novidade a importância da comunicação para as democracias contemporâneas. Em um sistema cada vez mais descentralizado de divulgação de informações, no qual novas mídias surgem para dar voz a uma pluralidade de sujeitos, a mídia tradicional ainda possui um papel de agregador de demandas e vozes, definindo a relevância ou não dessas vozes no processo político. Seja por sua extensa capilaridade, seja por sua capacidade de produção de matérias com checagem de fatos, os grandes meios de comunicação possuem a confiança da sociedade para informá-la sobre o que acontece. Ao longo do século XX, a evolução da tecnologia e o desenvolvimento de novas formas de comunicação transformaram a sociedade e a sua relação com a política.

Desigualdades Raciais e de Gênero nas Eleições Brasileiras: um breve panorama

Por Beatriz M. Chaves. Nas últimas eleições brasileiras, a paridade racial e de gênero foi especialmente pautada no debate público. Apesar do tema integrar a agenda política mais recente, a demanda por ações institucionais de combate às desigualdades raciais e de gênero no processo eleitoral é longínqua e se ancora no cenário de baixa representatividade de grupos não-brancos e não-masculinos em espaços políticos cujo acesso é organizado por meio das eleições.

Evangélicos e a constituição de uma identidade antipetista religiosa

Por Vinicius do Valle. No presente artigo pretendo discorrer sobre a relação do PT com o segmento evangélico. Partimos de um breve levantamento sobre o comportamento eleitoral dos evangélicos e as alianças políticas desse grupo ao longo da nova república. Em seguida, partimos para os dados de intenção de voto do segmento nas eleições de 2022. O objetivo é demonstrar como o segmento evangélico se constituiu como a principal força anti-petista do cenário político brasileiro.

Eleições 2022: o Brasil na América do Sul[1]

Por Talita São Thiago Tanscheit. As eleições brasileiras de 2022 são determinantes para o futuro da América do Sul. O país, além de possuir a maior economia, dispõe da maior população e extensão territorial da região. O Brasil também tem uma posição chave do ponto de vista internacional, e liderou por muito tempo a estratégia de integração e cooperação sul-americana.

Resgatando velhas teses: perspectivas eleitorais para a Câmara dos Deputados em 2022 

Por Raul Bonfim e Vítor Sandes-Freitas. Dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) apontam que 87% dos deputados federais eleitos em 2018 irão concorrer à reeleição esse ano. Esse percentual representa um aumento de 8% em relação à legislatura anterior. Em artigo publicado no jornal Valor Econômico, Joyce Luz destaca que entre 1990 e 2018, em média, 64% dos deputados federais que disputaram a reeleição obtiveram sucesso. Segundo a pesquisadora, caso esse padrão se mantenha, existe alta probabilidade de que mais da metade dos assentos da Câmara dos Deputados sejam novamente ocupados por incumbentes.

Nessas eleições mais uma vez o ódio sai do armário

Por Juliana Inez Luiz de Souza. Os números, infelizmente, são velhos conhecidos. O Brasil é o quinto país que mais mata mulheres (FBSP, 2022; IPG, 2016) e o que mais mata pessoas LGBT+ , principalmente pessoas trans, no mundo (ACONTECE; ANTRA; ABGLT, 2022; BOHRER, 2022; PINHEIRO, 2022). Nestas eleições não podemos banalizar a influência dos discursos de violência, ódio e medo que também foram mobilizados como “arma política” nas disputas anteriores.